O INE acabou de publicar as Estatísticas do Emprego referentes ao 1º Trimestre de 2009. E elas revelam, por um lado, um aumento muito significativo do desemprego; por outro lado, uma destruição muito elevada de postos de trabalho; e, finalmente, uma percentagem reduzida de desempregados a receber subsidio de desemprego.
A taxa desemprego oficial, ou seja, aquela que é utilizado pelo governo e divulgado habitualmente pelos media, atingiu, no 1º Trimestre de 2009, 8,9%, ou seja, mais 1,4 pontos percentuais da registada no 1º Trimestre de 2005, quando o actual governo tomou posse. Em valor absoluto são mais 83,2 mil desempregados dos que existiam no 1º Trimestre de 2005. Mas para além deste desemprego ainda existiam mais desempregados, não incluídos nestes números oficiais de desemprego. E esses desempregados são os chamados "inactivos disponíveis" (desempregados que por não terem procurado emprego na semana em que foi feito o inquérito não são considerados nos números oficiais de desemprego, embora estejam efectivamente desempregados), assim como o chamado "Subemprego visível" (desempregados que não encontram emprego, que não têm direito ao subsidio de desemprego que, para sobreviver, fazem pequenos "biscates" e que, por isso, não são incluídos nas estatísticas oficiais). Se somarmos os "inactivos disponíveis" e o "subemprego visível" ao número oficial de desemprego (469,9 mil no 1º Trimestre de 2009) obtém-se 624,3 mil, o que corresponde já a uma taxa efectiva de desemprego de 11,2% no 1º Trimestre de 2009, portanto superior à taxa oficial de desemprego de 8,9% divulgada pelos media
Os dados do INE também revelam uma elevada destruição de emprego. Entre o 2º Trimestre de 2008 e o 1º Trimestre de 2009, o número de postos de trabalho no nosso País passou de 5.228,1 mil para 5.099,1 mil, o que significa que neste período (3 trimestres ) foram destruídos 129 mil postos de trabalho. Mas esta destruição tem aumentado de ritmo ultimamente, pois no 1º Trimestre de 2009, ou seja, apenas num trimestre, foram destruídos 77,2 mil de postos de trabalho. É um agravamento socialmente insustentável, que prova que as medidas tomadas pelo governo são manifestamente insuficientes, pois não estão a conter o aumento do desemprego.
Apesar da elevada destruição de emprego, e de um aumento muito rápido do desemprego, a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego é muita reduzida, sendo bastante inferior à registada quando este governo entrou em funções. Assim, no 1º Trimestre de 2005, se se considerar o desemprego oficial a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego era de 76,3%; e se se considerar o desemprego efectivo essa percentagem diminuía para 57,3%. Mas no 1º Trimestre de 2009, a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego era já de 60,7% se se considerar o desemprego oficial, e de apenas 48,2% se se considerar o desemprego efectivo. Estes números mostram só por si a necessidade urgente de alargar o subsídio de desemprego a mais desempregados, medida essa que este governo continua a recusar tomar, apesar da miséria aumentar no País devido à subida rápida do desemprego.
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