terça-feira, 26 de maio de 2009

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 6

2.3. – O futebol e o futuro
Da análise sintética no paragrafo anterior e vivendo nós num país em que o futebol é a modalidade predominante, impera a visão parcial e emotiva na análise de todo o jogo, assente muito na clubite da competição. Como tal o uso das novas tecnologias nem sempre é vista pelo prisma mais imparcial possível, sem descurar os aspectos corporativos e muito enraizados na sociedade portuguesa.

Estando em dinâmica um movimento peticionário que visa o uso das novas tecnologias no futebol, em especial, mas ao desporto em geral; é muito provável que assistamos a um prazo não muito longe ocorrerem alterações substanciais e eficazes.

Mas tal só será possível e em Portugal, mesmo que seja com carácter provisório se houver uma maior pressão junto daqueles que possuem o poder de decidir. Estamos convictos que muitas das discussões sem sentido sobre as decisões tomadas a bem ou mal pelas equipas não desaparecerão com as novas tecnologias, porque essas decisões fazem parte da essência do futebol, mas talvez se recupere alguma da credibilidade do jogo.

No entanto, tal como vimos anteriormente não devemos ultrapassar o limite do razoável no uso de novas tecnologias para que não caia no absurdo do exagero de que os resultados ficam previamente programados.

Estamos convictos os árbitros serão os primeiros beneficiários do recurso às novas tecnologias. Mas, o grau de exigência de responsabilidade também vai recair muito nos ombros dos técnicos e dirigentes, porque por exemplo, mais facilmente saberão estudar o tipo de jogo que as suas equipas possuem, quais as características e rendimento dos seus atletas e de que tipo de aquisições devem fazer.
Seria sem duvida importante que o recurso as novas tecnologias não se cingisse à questão do chip na bola. Os clubes deveriam apostar muito fortemente no produto que é espectáculo de futebol, desde o envolvimento táctico, às questões técnicas dos atletas e à qualidade do serviço prestado aos associados, sem descurar todos os parceiros do negócio.
Conclusões
No decorrer do desenvolvimento fomos retirando algumas considerações que permitam de neste momento extrair algumas conclusões sintéticas:
1. As instituições desportivas em Portugal têm um caminho a percorrer no uso das novas tecnologias, ainda há uma enorme carência de aplicação, as quais permitirão no futuro economizar alguns recursos.
2. Há uma divergência entre as boas intenções e vontades de alguns agentes desportivos e a aplicação prática das novas tecnologias no desporto.
3. Os técnicos enquanto profissionais do espectáculo devem ser os primeiros a contribuir para a evolução e eficácia da gestão desportiva, nem sempre isso acontece porque reagem muito em função do lado emotivo da decisão.
4. Com os conhecimentos que hoje se colocam ao mundo global, os desportos são vistos como um negócio de espectáculo, como tal as diferentes modalidades devem continuar a sua evolução sem ficar reféns da aprendizagem que acontecerá no futebol, como modalidade principal.
5. Ao futebol está reservado um papel importante no futuro, que é a da credibilidade e isso só acontecerá forem introduzidos mecanismos que atenuem o grau de desconfiança, mesmo que se corra o risco de perder alguma imprevisibilidade.
6. A evolução tecnológica tem que salvaguardar os valores fundamentais do espírito desportivo: competição, ética e equidade.


Florbela Calado Silva
Zeferino Boal

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