quinta-feira, 27 de novembro de 2014

RECORDANDO O QUE FOI ESCRITO EM 2008 SOBRE JOSÉ SÓCRATES

Sócrates e a liberdade Por António Barreto EM CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1974, criou raízes entre nós a ideia de que qualquer forma de autoridade era fascista. Nem mais, nem menos. Um professor na escola exigia silêncio e cumprimento dos deveres? Fascista! Um engenheiro dava instruções precisas aos trabalhadores no estaleiro? Fascista! Um médico determinava procedimentos específicos no bloco operatório? Fascista! Até os pais que exerciam as suas funções educativas em casa eram tratados de fascistas. Pode parecer caricatura, mas essas tontices tiveram uma vida longa e inspiraram decisões, legislação e comportamentos públicos. Durante anos, sob a designação de diálogo democrático, a hesitação e o adiamento foram sendo cultivados, enquanto a autoridade ia sendo posta em causa. Na escola, muito especialmente, a autoridade do professor foi quase totalmente destruída. EM TRAÇO GROSSO, esta moda tinha como princípio a liberdade. Os denunciadores dos “fascistas” faziam-no por causa da liberdade. Os demolidores da autoridade agiam em nome da liberdade. Sabemos que isso era aparência: muitos condenavam a autoridade dos outros, nunca a sua própria; ou defendiam a sua liberdade, jamais a dos outros. Mas enfim, a liberdade foi o santo e a senha da nova sociedade e das novas culturas. Como é costume com os excessos, toda a gente deixou de prestar atenção aos que, uma vez por outra, apareciam a defender a liberdade ou a denunciar formas abusivas de autoridade. A tal ponto que os candidatos a déspota começaram a sentir que era fácil atentar, aqui e ali, contra a liberdade: a capacidade de reacção da população estava no mais baixo. POR ISSO SINTO INCÓMODO em vir discutir, em 2008, a questão da liberdade. Mas a verdade é que os últimos tempos têm revelado factos e tendências já mais do que simplesmente preocupantes. As causas desta evolução estão, umas, na vida internacional, outras na Europa, mas a maior parte residem no nosso país. Foram tomadas medidas e decisões que limitam injustificadamente a liberdade dos indivíduos. A expressão de opiniões e de crenças está hoje mais limitada do que há dez anos. A vigilância do Estado sobre os cidadãos é colossal e reforça-se. A acumulação, nas mãos do Estado, de informações sobre as pessoas e a vida privada cresce e organiza-se. O registo e o exame dos telefonemas, da correspondência e da navegação na Internet são legais e ilimitados. Por causa do fisco, do controlo pessoal e das despesas com a saúde, condiciona-se a vida de toda a população e tornam-se obrigatórios padrões de comportamento individual. O CATÁLOGO É ENORME. De fora, chegam ameaças sem conta e que reduzem efectivamente as liberdades e os direitos dos indivíduos. A Al Qaeda, por exemplo, acaba de condicionar a vida de parte do continente africano, de uma organização europeia, de milhares de desportistas e de centenas de milhares de adeptos. Por causa das regulações do tráfego aéreo, as viagens de avião transformaram-se em rituais de humilhação e desconforto atentatórios da dignidade humana. Da União Europeia chegam, todos os dias, centenas de páginas de novas regulações e directivas que, sob a capa das melhores intenções do mundo, interferem com a vida privada e limitam as liberdades. Também da Europa nos veio esta extraordinária conspiração dos governos com o fim de evitar os referendos nacionais ao novo tratado da União. MAS NEM É PRECISO IR LÁ FORA. A vida portuguesa oferece exemplos todos os dias. A nova lei de controlo do tráfego telefónico permite escutar e guardar os dados técnicos (origem e destino) de todos os telefonemas durante pelo menos um ano. Os novos modelos de bilhete de identidade e de carta de condução, com acumulação de dados pessoais e registos históricos, são meios intrusivos. A videovigilância, sem limites de situações, de espaços e de tempo, é um claro abuso. A repressão e as represálias exercidas sobre funcionários são já publicamente conhecidas e geralmente temidas. A politização dos serviços de informação e a sua dependência directa da Presidência do Conselho de Ministros revela as intenções e os apetites do Primeiro-ministro. A interdição de partidos com menos de 5.000 militantes inscritos e a necessidade de os partidos enviarem ao Estado a lista nominal dos seus membros é um acto de prepotência. A pesada mão do governo agiu na Caixa Geral de Depósitos e no Banco Comercial Português com intuitos evidentes de submeter essas empresas e de, através delas, condicionar os capitalistas, obrigando-os a gestos amistosos. A retirada dos nomes dos santos de centenas de escolas (e quem sabe se também, depois, de instituições, cidades e localidades) é um acto ridículo de fundamentalismo intolerante. As interferências do governo nos serviços de rádio e televisão, públicos ou privados, assim como na “comunicação social” em geral, sucedem-se. A legislação sobre a segurança alimentar e a actuação da ASAE ultrapassaram todos os limites imagináveis da decência e do respeito pelas pessoas. A lei contra o tabaco está destituída de qualquer equilíbrio e reduz a liberdade. NÃO SEI SE SÓCRATES É FASCISTA. Não me parece, mas, sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu governo. O Primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas. TEMOS DE RECONHECER: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo... «Retrato da Semana» - «Público» de 6 de Janeiro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2014

UMA HISTÓRIA DE NUNO MAGALHÃES

Publicada no boletim da Casa de Angola me Junho de 2004.

domingo, 12 de outubro de 2014

O MEU AMOR

Tenho um jeito de amar, Igual ao modo de comunicar. Vivi anos em multidão, Mas, o íntimo senti solidão. Cometi faltas e omiti atos, por gostar de ti, No entanto, não refleti que não te mereci. Hoje durmo rápido, ansioso e sem roncar, Porque te quero amar. Sei para onde vou nesta manhã, A…, a verdade é que quero um amanhã.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

CASO TECNOFORMA VERSUS OUTROS CASOS

A política tem casos e pseudo-casos. Por vezes, surgem tentativas para incriminar decisores políticos e não só, em diferentes níveis de intervenção. Porque razão, este caso é bem diferente de muitos outros que surgiram no passado e não foram investigados? Começa na estrutura de suporte; procura-se envolver Pedro Passos Coelho numa situação com quase duas décadas. Por outro lado, afirmar-se que recebeu verbas indevidas de uma ONG que por norma é estrutura com uma organização não empresarial e assente num grau de voluntariado. Ao invés, há suspeições provenientes de fontes contabilísticas organizadas que não foram investigadas. Não defendo Pedro Passos Coelho só pela afinidade politica e pela amizade, mas também pela vida e percurso que teve e que não assentou em riqueza patrimonial em momento algum e ainda com situações de prática politica dada. Sei que no passado recusou e devolveu uma caixa de sapatos com muitos milhares de escudos enviados por um empresário conhecido, no período pré-eleitoral quando foi candidato autárquico. Sei que o tal empresário sentiu-se ofendido porque tinha essa prática para com todos os candidatos em várias regiões do país e Pedro Passos Coelho foi o único a recusar. Este episódio ninguém conta! Nem todos os portugueses são corruptos, nem desconfiados, mas quando o Tribunal não investiga ou pune alguns agentes há uma tendência para fazer deles vitimas. Uma pergunta que há anos faço em público e privado: quem é capaz de denunciar um familiar ou amigo por fraudes sejam elas de natureza de emprego ou saúde ou qualquer outra situação. Porque aparece agora este pseudo-caso? Quem é que há anos tem um mito de salvador e durante anos sempre controlou muita coisa chamuscando tudo e todos? Pode ser que, tão breve quanto possível os portugueses abram os olhos para ver o que aí vem.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

INCONCEBIVEL A POSIÇÃO DA AHRESP

Ao ler o artigo "faturas com nif atrofiam a economia", não queria acreditar como uma associação pode encontrar argumentos desta natureza, para que o sector que representa continuasse a fugir aos impostos que são devidos. Ao fim destes meses todos podemos constatar que ocorreram grandes melhorias na cobrança e que a prazo permitirão maior justiça na cobrança de impostos. Felizmente, há que cada vez menos mecanismos de fuga aos impostos. Há anos que tenho hábito de pedir faturas se todos assim o fizessem estariamos muito melhores.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

O CASO ATLÂNTIDA - "CRUZEIRO DOS AÇORES"

Citando o Gen. Vizela Cardoso "Já ouviram falar do famoso "ferry" que foi fabricado nos estaleiros de Viana do Castelo para fazer a interligação das ilhas dos Açores, e que o Governo(?) do Sr César & Cª Lda, rejeitou porque, em vez de dar 20Knots de velocidade, só dava 18,5Knots (?!). Ora a princípio projectou-se um "ferry" para transportar uns 12 carros e dois camiões e 80 passageiros, que é o normal para estas viagens inter-ilhas de rotina. . Eis quando um "expert" da política, com grande visão, lembrou que uma vez por ano há as Festas do Senhor Santo Cristo e, nesse dia, com a vinda dos emigrantes, a lotação poderá subir para 600 passageiros. Aí decide-se fazer um navio para 700 lugares para dar 20 knots de velocidade, com uma dada quota de casco!! . Acontece que, depois do desenho "final", o Governo do Sr César mandou introduzir algumas alterações (estilo camarotes de luxo que, quem já fez cruzeiros, ficou de boca aberta !!!) e isso criou mais peso em relação ao projecto inicial e afundou o casco mais uns centimetros, retirando obviamente velocidade !!! Em resumo: Este "famoso" navio está no Alfeite e a sua manutenção (para que não apodreça) custa a todos nós €400.000/mês!!!! . O Governo dos Açores (por votação da AR, onde estava a Senhora Secretária de Estado da Defesa, que agora tem este tabuleiro quente nas mãos!!!) rejeitou o navio porque em vez de 20 Knots, só dá 18,5Knots, mas foi alugar um "ferry" que só dá 14Knots (ah! ah! ah! ah!) e custa a todos nós uns milhões de Euros/ano (disseram-me o valor mas nem quis acreditar, nem quero dizer!!!!); . E esta gente continua à solta? O Senhor Presidente da República não sabe disto? Será que isto não é razão para declarar o Estado de Sítio até se arrumar a casa destes casos vergonhosos e até que a economia cresça a 3% e formar um Governo de iniciativa Presidencial para este objectivo e para o de reformar o Estado ? Leiam e "consolem-se"...que eu já não tenho paciência !!!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

SOMOS DE LÁ

Poema de José Jacinto "Django" Estamos sem estarmos, somos sem sermos, mas somos mesmo assim. Quem diria que o nosso capim cresceria por cima de todos os mapas. Lá, quando lá vivíamos, não sabíamos que sairíamos de casa num dia que ainda hoje não anoitece na nossa existência. Cá, não somos de cá, e Lá, ficamos do lado de lá da festa nova geracional, que desconhece o irmão do século antigo. Estamos lá em mente e saudade, e cá enfrentamos a realidade. Somos de Lá, ainda sem sermos já, burocraticamente, pois, vistos e retornados lá, continuamos de fora como cá, como antigamente. Não somos, para os de Lá de hoje, de Lá, agora. E para os de cá…. também não dá… para explicar outra vez a História. Não és de cá, pois não… Pá? Não pá, não sou de Cá! Ah… porque vieste de Lá? Pois é Pá, …esquece Pá! Daqui somos sem sermos, embora no BI de Cá constem os termos da ancestralidade que daqui saiu para Lá, onde se nasceu, e não mais se viu e menos se esqueceu. Só que somos de Lá. Alguém não percebeu?

domingo, 3 de agosto de 2014

MORTE VERSUS AMOR

Nascemos e partimos para de onde viemos! A vida terrena faz-se por etapas a cada minuto e a cada segundo, somando uns atrás dos outros, nalguns casos somam-se anos a menos e na maioria há um longo somatório de anos, só Ele sabe o nosso destino. Choramos um amigo, um ser vivo, um ser humano que parte para o Oriente Eterno; resta-nos as recordações partilhadas e os seus ensinamentos. É uma saudade de viver o futuro e descobrir o que vai para lá daquele momento. Mas a saudade do passado é bem pior! Muitas das vezes está relacionada com o afastamento de quem amamos e gostamos e partilhamos, mas vemos criarem-se barreiras de comunicação, dão – se crises de vária natureza e que por vezes culminam no desfecho final de rutura. Sorte daqueles que nascem sobre a proteção maior de determinadas cargas energéticas e simbólicas e conseguem discernir e redescobrir os caminhos da melhor estrada e construir o castelo colocando pedra sob pedra. Os seres humanos nascidos em 7, vivem rodeados de valores e princípios que se cruzam, mas valorando a mestria e sabedoria que lhes é transmitida certamente saberão ter o equilíbrio de progresso. Felizes são aqueles que nascem ao dia 1, representam a Unidade emanada Dele e estando num estádio mais perfeito, buscam o caminho certo. Todos somos iguais em qualquer latitude e longitude e partimos para Oriente Eterno também, o modo como tal acontecerá depende do nosso percurso nestas paragens. Procuremos encontrar as partilhas equilibradas com os seres humanos que nos rodeiam; a comunhão entre os nascidos a 1 e a 7 reúne condimentos para a felicidade. A morte pode dar-se antes mesmo da partida para o Além! Esta pode ser evitada. Ao invés, quando a decisão vem D’ Ele é o nosso destino.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

QUEBRAR O SILÊNCIO

A vida faz-se caminhando e pelo caminho seguindo o infinito que só Ele sabe onde vai dar. Sou livre e bons costumes e é chegado o momento de retomar a atividade escrita de forma independente e sem tabus. Retomarei de forma periódica a exteriorização de palavras e frases que permitam construir pedra sobre pedra o castelo que deixamos nesta vida.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

CARTA AOS MILITANTE DO PSD ALCOCHETE

Alcochete, Abril / 2014 Caro(a) companheiro(a) Nasci em Angola e vindo daquelas paragens em 1975, inscrevi-me na JSD e PPD. Quis a vida, que tivesse um percurso que me levasse a estar afastado, da política durante vários anos. Como cidadão mantive sempre atividade que me era possível e refuto a defesa de certos princípios e valores. Por isso considero que na política- dinâmica, há duas formas de ser e estar: uma via analítica, na qual são intervenientes principalmente os comentaristas, os quais por norma não assumem responsabilidades; a outra via é denominada a competitiva, na qual me integro, procurando contribuir para usufruirmos de uma sociedade valorizada e de serviço público e disponibilidade para os outros sempre. Há princípios e valores humanistas pelos quais pugno a minha atuação, e são basilares do debate de ideias, porque considero que da divergência de opiniões resulta sempre uma mais consolidada convergência de plataforma de contributos. Disponibilizo-me para liderar nos próximos anos a Seção de Alcochete do PSD. Esta disponibilidade assenta na unidade e coesão interna e consequentemente no esforço e empenho externo como vetores de afirmação da mensagem política do partido. Consciente daqueles pressupostos estou convicto e motivado para liderar uma equipa que prolongue e respeite o passado do PSD em Alcochete, pugnando pelo crescimento, com ideias inovadoras e aglutinadoras da população. Vislumbro objetivamente, três eixos centrais de atuação: - Primeiro. Centrar a ação na formação politica que permita o enriquecimento intelectual e cultural de todos sem exceção, e ainda aumentar o número de militantes do partido; - Segundo. Centrar a ação do partido na afirmação próxima das pessoas, das instituições e associações através da difusão da mensagem política periódica e constante, sem descurar visitas frequentes e ações quotidianas; - Terceiro. Centrar na expansão geográfica do partido, sabendo ser solidário com as decisões de politica nacional e distrital, não descurando de produzir os contributos úteis e necessários nos órgãos internos do PSD bem como nos órgãos autárquicos, respeitando a autonomia total nas diferentes naturezas. Caro(a) companheiro (a) Esta simples e singela mensagem é um contributo individual de debate para construir uma plataforma de ideias agregadora dos militantes do PSD em Alcochete; reafirmo a minha disponibilidade e motivação para assumir as responsabilidades inerentes à liderança da Secção Concelhia. Será um caminho plural e coletivo e não um percurso singular e individual. Considero que não existem condições para uma disputa eleitoral com consequências fraturantes. Posto isto, estou disponível para capitalizar apoios internos e externos à seção e contribuir para acrescentar valor. Todos que queiram contribuir com propostas e sugestões neste período mais próximo poderão fazê-lo para: Apartado 43, 2894.909 Alcochete ou zef007@gmail.com “O homem sonha e a obra nasce”. Todos juntos poderemos fazer um PSD mais forte e interventivo. Aceite o mais fraternal abraço Zeferino Boal

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

REFLEXÕES A UMA SEMANA DA REELEIÇÃO DE PASSOS COELHO

Lendo artigos datados no tempo, encontrei estes brilhantes textos:num deles um voz sábia defendia indiretamente o antecessor de Pedro Passos Coellho, noutro documento trata-se de um excelente um artigo para o qual convido cada um a dar respostas. Da minha parte, estou ciente que as respostas são globalmente positivas.