quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Citando Mafalda Miranda Barbosa

Em cinco dias, um não-caso de um beijo dado por um homem a uma mulher no contexto das comemorações de um campeonato do mundo de futebol transformou-se num drama mundial, com muitos a vaticinar que se trata de um episódio capaz de mudar o rumo da civilização. O não-caso converte-se em caso e conta-se em poucas palavras. Uma das muitas jogadoras da seleção de futebol feminino espanhola, no momento em que cumprimentava diversas pessoas na tribuna, abraçou-se ao presidente da federação, levantou-o do chão, o que é demonstrativo da sua fragilidade corporal, e recebeu deste um beijo na boca, sem que o tivesse empurrado, sem que tivesse feito uma cara de perturbação, sem que o seu corpo se tivesse retraído. Pelo contrário, deu-lhe uma palmadinha nas costas, em jeito de camaradagem. Seguidamente, foi para os balneários comer algo e beber champanhe, enquanto simulava um suposto casamento com o referido dirigente federativo, para gáudio das companheiras, que entraram em delírio no momento em que o sujeito anuncia, como prémio pelo feito alcançado, uma viagem a Ibiza. Neste cenário, a dita jogadora protagonista do agora-caso diz que não gostou do beijo, enquanto se ri a bom rir e brinca com a situação, alimentando o fingimento do suposto casamento simulado. Posso ter uma visão muito cinzenta do mundo, mas o certo é que, no meu horizonte de referência, esta descrição está longe de poder ser assimilada a um caso de assédio sexual. Para este ocorrer, tem de existir um comportamento indesejado (admitamos, embora com dúvidas, que foi esse o caso) de caráter sexual, com o objetivo ou o efeito de violar a dignidade da pessoa, em particular pela criação de um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante e ofensivo. Nada ali teve como efeito intimidar, hostilizar, degradar, humilhar ou ofender. Muito pelo contrário, o dirigente, numa atitude de gosto duvidoso que poderia ter sido repelida pela jogadora, procurou acarinha-la depois da perda de oportunidade de marcar um golo na sequência de um penalty assinalado durante o jogo. Do mesmo modo, não se preenchem os tipos legais de crime de coação sexual ou de importunação sexual. Quanto ao primeiro, a jogadora não foi constrangida a praticar ato sexual de relevo. Quanto ao segundo, não houve, pelo descrito, intenção de qualquer contacto de natureza sexual. Pelo contrário, resultou das imagens transmitidas ad nauseum que o dirigente federativo utilizou um tipo de cumprimento que, não sendo normal em termos de moralidade, não ultrapassa o limiar a mera imoralidade, até porque faz, pelo que se constata pelas redes sociais da jogadora, em relação a uma jogadora para quem é prática corrente cumprimentar pessoas próximas – como parece ser o caso, dada a brincadeira nos balneários – com beijos na boca. É, assim, por exemplo que cumprimenta o irmão e uma criança, sem que ninguém se levante contra ela por suspeitas de incesto ou pedofilia. Parece, portanto, que o agora-caso não consegue, apesar do alarido, ultrapassar a barreira da relevância jurídico laboral e penal, não a tendo. Mas é claro que a juridicidade fica aquém da moralidade, e que ninguém duvida que há comportamentos desvaliosos que não são, até pela fragmentaridade que caracteriza o direito criminal, sancionados pelo ordenamento jurídico, pelo menos em termos específicos (podê-lo-ão ser do ponto de vista do direito civil, em geral, sem que, no caso concreto, haja possibilidade de se configurar qualquer dano que, pela sua gravidade, mereça a tutela do direito), sem que, contudo, do ponto de vista ético, profissional, social ou outro percam a sua importância. O comportamento do presidente da federação espanhola de futebol foi o comportamento típico de um grunho apatetado e meio selvático. Contudo, não é, no contexto do futebol, um caso isolado. Mesmo se quisermos deixar de lado o célebre beijo que uniu Casillas e Carbonero no final de um campeonato do mundo de futebol, o qual curiosamente provocou na jovem jornalista um esgar mais incomodado do que o dado à jogadora de futebol feminino, são inúmeras as situações que ao longo da história se relatam de beijos “roubados” durante a êxtase irracional de uma comemoração. Em maio de 2014, no meio dos festejos do Sevilha pela conquista da Liga Europa frente ao Benfica, o português Daniel Carriço deu um beijo na boca de Rakitic. Quando a Croácia ganhou à República da Irlanda por 3-1, em 2012, o selecionador foi beijado por um adepto. Em nenhuma situação, se rasgaram vestes. Em piores situações não se rasgaram vestes: segundo me contaram, quando o Porto foi campeão europeu um dos jogadores festejou um golo esfregando os órgãos genitais de um colega de equipa. Na final do campeonato do mundo, em dezembro passado, o guarda-redes argentino comemorou a vitória com gestos de obscenidade evidente, ao ponto de eu o ter começado a tratar por assador de carnes, sem desprimor para a profissão. O mundo do futebol é caracterizado por isso mesmo, não por beijos e carinhos, mas pelo desvario irracional, pelo sentido mais básico da existência, pela vivência boçal, povoada por impropérios, gestos obscenos, formas de comemoração primárias. É um mundo de homens, no sentido de ser o último reduto de afirmação de uma virilidade que se vai esbatendo em muitos outros domínios. Não é à toa que se costuma dizer, em tom de brincadeira, que o futebol é um desporto de senhores jogado por rufias, enquanto o rugby é um desporto de rufias jogado por senhores. As mulheres reivindicaram um lugar nesse mundo de homens. Advogando uma igualdade que tem mais de degradante do que de salvaguarda da ineliminável dignidade do modo de ser feminino, agem como homens, sentam-se de pernas abertas, lançam os mesmos impropérios que nos ensinaram a não ouvir, porque há coisas que uma senhora não ouve, comemoram com o mesmo jeito tosco e boçal que antes ficava reservado aos homens rudes ou aos homens que, não o sendo, experimentavam nesse tempo e espaço do futebol, com toda a poesia que pode encerrar, a libertação catártica que a vida atribulada por vezes exige. Mesmo jogando mal, porque objetivamente um jogo de futebol feminino é uma lástima, tiveram o direito a perder parte do ser senhoras para se transformarem nesses machos que correm atrás de uma bola. Sem que ninguém contestasse. Não podem é, quando assumem que o seu espaço desejado é esse, querer ser tratadas como umas donzelas. O puritanismo progressista fica-lhes mal e soa a oportunismo de quem, afinal, se vê refém de uma agenda feminista radical e de uma ideologia de género que resolve fazer de um não-caso a afirmação rasteira de uma política duvidosa. Que os comportamento de Rubialles são inconvenientes ninguém duvida. Muito mais duvidosa, porém, é a bondade das acusações de uma jogadora que, num primeiro momento, desvalorizou o sucedido, brincou com o ocorrido e lutou para ser tratada como uma igual num mundo particular que tem as suas idiossincrasias, onde a deixaram entrar, sem lhe prometerem um tratamento diferenciado, porque afinal queria ser igual. O problema da igualdade mal compreendida é esse mesmo: a incapacidade de tratar de forma diferente o que é manifestamente diferente. Mas quem luta por essa igualdade igualitária deve estar preparado para lidar com as consequências, sob pena de incorrer num venire contra factum proprium, que, no agora-caso em apreço, mais parece um oportunismo mal disfarçado de puritanismo. Se o presidente da federação espanhola de futebol tivesse beijado não consentidamente (e a falta de consentimento no não-caso atual é muito duvidosa, atenta a existência de formas de consentimento tácito) um homem, o drama seria o mesmo? Não sendo, tudo isto não passa de uma novela montada pela agenda woke do momento, dominada pelo pensamento gramsciano e muito oportuna para desviar a atenção relativamente aos verdadeiros problemas do mundo: por falar nisso, o PSOE, em Espanha, continua a negociar com terroristas para conseguir formar governo? E já agora, têm noção que, sempre que afirmam que a jogadora espanhola é uma pobre vítima, estão a ofender todas as reais vítimas de violência sexual, não têm? A doutora Mafalda Barbosa é Professora na Faculdade de Direito de Coimbra.

domingo, 20 de agosto de 2023

PENSAMENTOS ABERTOS E LIVRES - 29

Não foram detectados vírus nesta mensagem. Verificado por AVG - www.avg.com Versão: 2012.0.2221 / Base de dados de Vírus: 2634/5433 - Data de Lançamento: 12/02/12 Susete Antão ________________________________________ Não foram detectados vírus nesta mensagem. Verificado por AVG - www.avg.com Versão: 2012.0.2221 / Base de dados de Vírus: 2634/5434 - Data de Lançamento: 12/03/12 ANEXO 2. E-MAIL 23MAI 2014 Susete Antão sex, 23/05/2014 14:55 • Você; • António de Oliveira; • 'G. Viana'; • 'Eugénio de Almeida' B Kandandu A 23/05/2014, às 15:54, António de Oliveira escreveu: Ok Boa! Tamos juntos Agora é necessário é a resposta das autoridades B e Abraços Tomané De: Susete Antão [mailto:suseteantao@gmail.com] Enviada: 23 de maio de 2014 15:01 Para: António de Oliveira Cc: 'G. Viana'; 'Zeferino Boal'; 'Eugénio de Almeida' Assunto: Re: Boa tarde Camané, Perfeitamente de acordo. Em relação ao valor, tive o cuidado de lhe dizer que em sede própria se via, mas como a senhora nem sequer paga quotas, ao abrigo dos estatutos não tem direito nenhum em consultar. O valor foi atirado ao alto de propósito e por isso reafirmo que para apoiar alguém tem que depositar o dinheiro na conta da Casa de Angola. Tú e todos nós sabemos bem o que custa estar na Casa de Angola com promessas eleitorais que a seguir são sonhos e que essas pessoas depois das eleições nem sequer aparecem na sede. Quando lancei esse valor não foi de modo algum para sujar a vossa direcção. Sabes, melhor do que eu o que ficou por pagar. Também aproveito para vos informar que essa menina andou no Tribunal a consultar o processo de impugnação do Natal e andou a dizer há ano e meio na Embaixada que tínhamos perdido e que tínhamos que pagar 30.000 mil euros ao Tribunal. Além de o ter dito na embaixada afirmou-o ao José Mussuali que foi ter comigo à Casa de Angola assustadíssimo ( e como sabem o Mussuali está na nossa lista). Como varri da Casa de Angola este tipo de mugimbeiros, não volto a envolver-me com pessoas destas. Espero Tomané ter esclarecido. Olha eu até tive para lhe dizer que tínhamos dívidas acima dos cem mil euros, já que ela diz ter muito dinheiro para investir na Casa de Angola…. Percebes??? Enfim… Fico por aqui porque temos vivido em paz na Casa de Angola e espero que assim continue. Kandandu para todos Susie A 23/05/2014, às 14:10, António de Oliveira escreveu: Olá a todos Creio que devemos seguir esta linha e de facto a Ana ao longo do tempo mostrou um caracter muito maleável razão pela qual Gervásio deves ( na minha opinião) manter alguma distância. O acordado foi mantermos absoluta confidencialidade e nem por sombras quero o meu nome envolvido em questões ”menores” da CA. Quero dizer que, afastei-me uma vez como sabem na altura originado pela saúde da minha filha. Depois do menor incumprimento do nosso amigo Jaime voltei para contribuir para assegurar (dentro do possível) uma passagem honrosa e digna de onde decorre algo que não vou estar de acordo com a Suzy quando refere haver 60.000 euros de dividas do passado. (Suzy isto vamos ter de falar mas agora não é importante). Travámos uma luta com aquele grupo ( do qual fazia parte a Ana embora como simples peão) e que vocês tu Gervásio, Boal e Suzy se viram forçados a prolongar ainda no tempo essa guerra com questões jurídicas tribunais etc e que muitas dores de cabeça vos causou. Recentemente entendemos voltar a juntarmo-nos para encontrar ou tentar encontrar uma saída que culminou na tal reunião e no compromisso que respeitei e respeito. Nada disto pode ser alterado sem o consentimento/conhecimento dos envolvidos. Se a Suzy não responde ou não dá noticias voltamos a reunir e tomamos decisões mas “não alteramos as regras a meio do jogo” . Sonho com uma saída digna para a CA e para mim o modelo actual está esgotado e claro se cada um de vós entender o contrário e resolver agir numa linha diferente sem que a mesma seja previamente acordado/informada pelos ou aos restantes membros fique claro que eu não subscrevo nenhuma e agradeço que não envolvam o meu nome em nada, pois ver-me-ei forçado a desmentir seja quem for. Clarificando, o meu contributo só está disponível para uma saída do género da que falámos e nunca para processo polémicos de eleições com gente que no passado já demonstrou não estar á altura de nenhum dos membros deste “grupo” no que concerne á educação , princípios e senso comum, para não falar dos objetivos duvidosos dessas mesmas candidaturas. Obrigado por me lerem Kandando a todos e claro Bj para a Suzy Tomané De: Susete Antão [mailto:suseteantao@gmail.com] Enviada: 23 de maio de 2014 09:59 Para: G. Viana Cc: António de Oliveira; Zeferino Boal; Eugénio de Almeida Assunto: Re: Bom dia Gervásio, Este email estou apenas a enviar para ti, Tomané, Zeferino e Eugenio pelo que agradeço não o divulgues como estás a fazer com os emails que trocamos enviando para a Ana. Ontem estava numa reunião quando fui surpreendida com o teu apoio à candidatura da Ana. Depois de ler calmamente a nossa troca de emails entendi novamente abordar o assunto. És livre de propôr e apoiar qualquer sócio que se candidate às eleições da Casa de Angola, desde que tenha sempre cumprido com as suas obrigações ao abrigo dos estatutos, mas quero aqui afirmar a ti, Tomané, Eugénio e Zeferino que farei tudo para que alguém com credibilidade ganhe as eleições, mas só depois de depositar verbas na conta da Casa de Angola e podem dizer que têm milhões mas só vendo e na conta da Casa de Angola! Quero aqui recordar-te do conteúdo da reunião na nossa Embaixada com o Senhor Adido Cultural onde felizmente estava também o Tomané e o Boal e Eugenio não foram porque não podiam, não foi nenhum compromisso, mas sim de uma proposta que fizemos ao Senhor Adido Cultural e o comprometemo-nos a manter tudo foi na confidencialidade. Tanto eu como o Tomané cumprimos e não envolvemos mais ninguém. Foi feito pela nossa Embaixada um relatório que está a ser analisado por vários sectores em Angola, porque como sabes a proposta que fizemos não é decida levianamente e leva tempo. Ficou combinado que logo que estivesse tudo tratado faríamos eleições e eu sujeitaria-me novamente a ser candidata ou criaríamos a tal comissão ( mas tudo isto depois do ok de Luanda), e eu ficaria para assegurar esta proposta. O Sr Adido disse que ia levar algum tempo, mas como tínhamos o restaurante a funcionar a Casa estava sempre aberta. E Tomané corrige-me se estou errada. Como é que de repente estás a organizar eleições com a Ana????? Só espero que não tenhas falado nada da proposta que fizemos, porque eu garanti antes da reunião que tinha confiança absoluta em ti, Tomané, Eugénio e Boal. Como fico perante este novo quadro?? Já foste vítima da Ana Kangomo em calúnias e bem graves. Sabes e foi dito por ti várias vezes que ela leva e traz. Como?????? Eu estou em Luanda e o que combinei com o Sr Adido Cultural que logo que tivesse o feddback eu iria ter várias reuniões com as instituições oficiais para fechar o processo. Na minha opinião antes de tomares qualquer decisão de apoiar seja quem for deverias ter falado comigo e com o Tomané, porque como deves calcular estou apreensiva com esta situação, porque fui eu que organizei esse encontro e como sabes antes disso estive numa reunião com o Senhor Embaixador com o Miguel Sermão. Tudo foi tratado com a maior descrição possível, porque como sabes, a imagem que a Eduarda Ferronha, Natal, Edmundo Rocha e companhia deram sobre todos nós foi tenebrosa ( inclusivé essa menina teve a lata de ir exigir-me a minha certidão de nascimento, BI e Passaporte para junto do consulado confirmar quem a assinou para ver se era verdadeira ou falsa) e tudo isto foi estratégicamente programado por mim para chegarmos ao encontro que tivémos. O senhor Adido recebeu-nos, pediu confidencialidade e agora apareces com a Ana?????? Esta é a minha preocupação e penso que o Tomané que esteve presente entende a minha preocupação e conhecendo-o bem também deve estar preocupado. Quando tive a reunião com o Senhor Embaixador com o Miguel Sermão e ele disse que eu tinha que continuar, eu disse-lhe que estava cansada de sofrer, de lutar sózinha com dívidas e sem dinheiro e o Senhor Embaixador deu-me força para me candidatar, porque acompanhou o meu trabalho e Luanda também, sem andar com ditos e mexericos. Como é que apareces com a Ana??? Eu disse-te que abandonava o barco?????? Eu estou em Luanda e continuo a controlar as situações com o Boal. Inclusivé ele está neste momento a organizar uma exposição no auditório. Como podes dizer que estamos parados??? Não fazemos mais porque não temos dinheiro. Como é que achas que vou encarar o Sr Adido Cultural e o Sr Embaixador??? Tudo isto altera o proposto. Abraço amigo Susete Antão A 22/05/2014, às 19:10, G. Viana escreveu: Susete, Aceito o teu engano. Recordo que o "compromisso" de que falas, era o de que se iria formar uma comissão para estudo de ideias e propostas para posterior decisão dos interlocutores, sempre tendo estando presente o facto de que a CA era uma associação sócio-cultural sujeita às regras do direito societário português, quanto aos seus fins, propósitos e demais regras do seu funcionamento e, ou, extinção. Como até hoje não houve mais desenvolvimentos, desconhecendo nós, o teor das conversas que dizes continuar a desenvolver com o Dr. Luandino, ficamos a aguardar um informe, sendo que, aconselho, com a devida vénia, de que era tempo, utilizando a tua expressão de se "correr" um bocadinho. Se exorbitei pela utilização da expressão "revanchismo", sou suficientemente terreno para te pedir desculpa pelo melindre causado. Não era esse o propósito. Todos temos as nossas virtudes e defeitos. Na verdade ninguém terreno é perfeito, e como dizes, também falhamos. O que penso é que há que enterrar o machado de guerra e avançar, pois também partilho da ideia que salientas quando dizes que: "porque entendo que o futuro da Casa de Angola e de Angola é dos jovens!" Avancemos para o futuro. Viva a Casa de Angola, Viva Angola. Gervásio. Gervásio Viana Advogado Av. Marquês de Pombal, lote 22, 2.º Esq., 2410-152 Leiria - Tel. +351 244 88 13 14 - Fax +351 244 88 23 89 Av. Elias Garcia, n.º 82, 1.º Andar, 1050-100 Lisboa - Tel. +351 211 94 50 82 - Fax +351 21 796 09 5 www.rb-advogados.pt – gervasioviana@rb-advogados.pt - gvviana@gmail.com No dia 22 de Maio de 2014 às 18:00, Susete Antão escreveu: Caro amigo e camarada Gervásio, Não tenho revanchismo, desculpa. Estiveste numa reunião comigo e com o Tomané na Embaixada. Ficou acordado que a conversa não saía daquelas paredes de tal ordem que o Conselheiro Cultural até quis tirar uma fotografia histórica, pediu varias vezes para nada transpirar dali e mandas um email para mim a falar no assunto com conhecimento da Ana????? Foi engano??? Só posso entender que foi engano. Por mim podes enviar para quem quiseres, eu apenas cumpri o que me foi pedido na Embaixada, portanto não tenho que acertar passo com a Casa de Angola e até gostaria que me aconselhasses como acertar passo, seria muito útil para mim Um abraço amigo e apoiarei sempre quem se candidatar com projecto e dinheiro DEPOSITADO na conta da Casa de Angola, porque de utopias e promessas já vivemos há muito tempo e olha que tú foste uma grande vitima dessas promessas. Também te quero informar que nada tenho contra a Ana, apenas ela teve um comportamento connosco de pouco correcto, tirando materiais de escritorio e ainda foi comentar e rir com o Jose Mussuali sobre o miudo que a denunciou perante mim e o Miguel Sermão. DESAPARECEU e ainda gozou com todos nós. Fala com Miguel Sermão que te dará melhores pormenores. Todos falhamos, mas NUNCA teve a dignidade de ir assumir e pedir desculpa, além de ter ficado com um telemóvel pertencente à Casa de Angola que se recusou a ir entregar. E muito mais… Apoiarei qualquer candidato e mesmo a ela, mas primeiro o dinheiro na conta da Casa de Angola! Promessas tiveste tú e eu de muita gente e como sabes o projecto combinado nessa reunião é totalmente diferente. Mas como sempre já estou habituada. Gostaria de te relembrar que a nossa lista foi a lista que mais jovens teve, porque entendo que o futuro da Casa de Angola e de Angola é dos jovens! Não tenho desses problemas. Não são revanches. Sempre que a Ana me contactou, e posso provar pelos emails, tive a delicadeza de lhe responder, apesar de ter ficado aborrecida com o que fez e com o que foi dizer a muita gente. A Casa de Angola não está parada, tem um espaço gastronómico que funciona e bem. Têm contribuido muito para a divulgação da mesma, mas eu não podia continuar a alimentar com o meu dinheiro mais actividades. Sabes, Gervásio até os actores e musicos cobram dinheiro. Portanto meu companheiro e amigo, não são revanches, o que está aqui em causa foi o compromisso que tivemos com as nossas autoridades e como sabe e conheces bem o nosso país nada é resolvido a correr. Abração amigo Susete A 22/05/2014, às 17:18, G. Viana escreveu: Susete, Sem comentários à tua resposta, transcrevo, a baixo, o teor do teu mail e destinatários a quem foi enviado, onde consta o nome da Ana. Assim, limitei-me a responder dando conhecimento às pessoas a quem tu enviaste o mail, acrescentando apenas o Tó Manel e o Eugénio. Não vejo a tua indignação em relação a estes, que eram os únicos que não constavam da tua lista de destinatários. É altura de te deixares de "revanchismo" e acertares o passo com a C. A. Cumprimentos respeitosos. Gervásio. Transcrição do teu mail:om de: Susete Antão para: Gervásio Viana , Zeferino Boal , Ana proenca data: 22 de Maio de 2014 às 16:04assunto: enviado por: gmail.comassinada por: gmail.com: É importante principalmente devido às pessoas presentes na conversa. O que é que se está a passar??? Tenho estado em contacto com o Dr Luandino Carvalho que me informou estar a dar seguimento ao nosso assunto e agora a Ana Kangomo vem com esta candidatura???? Podias ter informado alguma coisa Cumprimentos. Gervásio Viana Advogado Av. Marquês de Pombal, lote 22, 2.º Esq., 2410-152 Leiria - Tel. +351 244 88 13 14 - Fax +351 244 88 23 89 Av. Elias Garcia, n.º 82, 1.º Andar, 1050-100 Lisboa - Tel. +351 211 94 50 82 - Fax +351 21 796 09 55 www.rb-advogados.pt – gervasioviana@rb-advogados.pt - gvviana@gmail.com No dia 22 de Maio de 2014 às 17:01, Susete Antão escreveu: Caro Gervásio, Fico preocupada com o email que me enviaste, quando foi dito na reunião na Embaixada que o conteúdo da mesmo não sairia daquela sala. Como é que me mandas este email com conhecimento da Ana Proença sabendo todos nós que fala demais.????!!!!!! Em relação à lufada jovem que ela poderá dar, como dizes no teu email, eu remeto-me ao silêncio. Surpreende-me sim que tú, enquanto Presidente da Casa de Angola deixaste a casa parada anos e anos entregue ao Jaime e agora vens com este discurso para mim???? O que é que se está a passar contigo???? Sabes, a confidencialidade foi quebrada por ti e quero que aqui fique bem claro que NUNCA mencionei a ninguém a nossa reunião na Embaixada. Também NUNCA disse a ninguém nem à Ana que a apoiava. Não me conheces há dois dias e sabes que sou uma mulher de posições muito firmes e que jamais trairia os meus camaradas dirigentes, nem ninguém! Espero ter esclarecido a minha posição Abraço amigo Susete Antão Início da mensagem reencaminhada: De: "G. Viana" Assunto: Re: Data: 22 de Maio de 2014 16:52:23 GMT+01:00 Para: Susete Antão Cc: Zeferino Boal , Ana proenca , AFO Portugal , Fernandes de Oliveira , Eugénio de Almeida Susete, Sei da intenção da Ana em se candidatar, por me ter sido informado pela própria, que me referiu ter apoios financeiros institucionais angolanos. Disse-lhe que achava bem, pois era direito (e até um dever) que assistia a qualquer sócio da C. A. Que era bom que houvesse uma lufada de gente jovem e com amor pela nossa Casa, para sairmos do marasmo em que a mesma se encontra, tendo-me até oferecido para proporcionar uma reunião com o Tó Manel, o Boal e o Eugénio, entre outros, uma vez que te encontravas ausente, deixando os contactos institucionais, a teu cargo, para depois. Penso que foi sempre intenção desta, (Ana), em contar com o teu apoio. Até à presente data nada se fez. Diz quando vens, para se agendar esse encontro alargado com a Ana e elementos da sua candidatura, e, eventualmente com os teus. Bom seria haver uma candidatura conjunta. Estou farto das fracturas que têm existido na Casa. Em meu modesto entender, esta (C. A.) não é propriedade de ninguém, mas sim de todos, angolanos e amigos de angola, como rezam os seus estatutos e queiram dignificar o nome da Angola e suas gentes. Sem dúvida que gostaria de ver a Casa mais activa e a servir a nossa Comunidade de forma mais eficiente ao que vem acontecendo ultimamente. Termos em que acho que deverás pôr, quer Sua Excelência, o Embaixador, Doutor Barrica ao corrente de tudo, como dares continuidade aos contactos que vens mantendo com o Dr. Luandino, Ilustre Adido Cultural, e ainda o Dr. Corrêa Mendes, enquanto presidente do Conselho Geral e da Ass. Geral, que terá a maior legitimidade para marcar e assegurar as eleições, que espero não ultrapassem o próximo verão. Votos de boa estadia, aí na terra, e até breve. Sempre ao dispor de todos para uma harmonização justa e perfeita dos ideais da C. A. e interesses de todos. Atenciosamente, Gervásio. Gervásio Viana Advogado Av. Marquês de Pombal, lote 22, 2.º Esq., 2410-152 Leiria - Tel. +351 244 88 13 14 - Fax +351 244 88 23 89 Av. Elias Garcia, n.º 82, 1.º Andar, 1050-100 Lisboa - Tel. +351 211 94 50 82 - Fax +351 21 796 09 55 www.rb-advogados.pt – gervasioviana@rb-advogados.pt - gvviana@gmail.com No dia 22 de Maio de 2014 às 16:04, Susete Antão escreveu: Boa tarde Gervásio, O que é que se está a passar??? Tenho estado em contacto com o Dr Luandino Carvalho que me informou estar a dar seguimento ao nosso assunto e agora a Ana Kangomo vem com esta candidatura???? Podias ter informado alguma coisa Cumprimentos Susete Antão

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

OUTRO ARGUMENTO DEMAGÓGICO

NOVO AEROPORTO DE LISBOA - É BOM ESTAR BEM INFORMADO HUB ALVERCA-PORTELA: no saber aproveitar é que está o ganho A solução HUB Alverca-Portela aproveita 4.000 milhões de euros, evita gastar 3.500 milhões na ponte de Chelas-Barreiro e, ainda, 250 milhões de euros com a mudança do Campo de Tiro de Alcochete. Artigo escrito por Luis Janeiro - Professor da Católica Lisbon School of Business&Economics. 11 ago. 2023, 00:15 Um assunto “menor” e não conveniente à propaganda da “ambição”, palavra-chave da Comissão Técnica Independente (CTI), em cujas ações os observadores minimamente atentos identificam, desde o princípio e cada vez mais, uma campanha para dar cobertura à opção do Campo de Tiro de Alcochete. O esquecimento do custo e do prazo foi propositado (é afirmação da CTI). Mas não foi inocente. Por isso se afigura importante mostrar à sociedade o que está a ser deitado fora como se nada valesse. A listagem é tão longa que se procurou sintetizar para não tornar a leitura demasiado cansativa. Deste modo, relembramos apenas o conceito inovador do HUB Alverca-Portela, o primeiro mundial “1 aeroporto-2 terminais”, com o núcleo Portela como aeroporto citadino (airport-city) fundido com o núcleo HUB Alverca mediante um comboio-automático dedicado (shuttle), para então se focar o tema esquecido, o custo. Vejamos o que esta solução permite aproveitar/recuperar/fortalecer e manter operacional. Núcleo aeroportuário PORTELA (base operacional TAP + Base Aérea de Figo Maduro). A solução integrada aproveita o pagamento antecipado de cerca de 300 milhões de euros à Câmara Municipal de Lisboa para a privatização da ANA poder avançar em 2012, mantendo o aeroporto da Portela ativo. Aproveita na íntegra os volumosos investimentos efetuados nas instalações do aeroporto, TAP (aviação e manutenção), NAV e base aérea. Aproveita os investimentos feitos nas acessibilidades (metro, CRIL, eixo norte-sul) e nas atividades correlacionadas (rent-a-car e adjacentes hotéis). E aproveita os obrigatórios investimentos VINCI, recentes e em curso, no âmbito do melhoramento funcional da Portela, previsto no contrato de concessão. Em números redondos, o valor do núcleo aeroportuário e afins ultrapassa 2.500 milhões de euros, valor que, em vez de ser desperdiçado (longínquas soluções de novo aeroporto de raiz), será até potenciado pela solução integrada como a “porta” principal do primeiro HUB 2050 de terminais-remotos na cidade. Núcleo aeroportuário ALVERCA. Aproveita as 4 linhas férreas até Alverca e a estação. Aproveita as ligações rodoviárias (gratuitas) entre Lisboa e Alverca e, ainda, a CREL. Aproveita a conexão das facilidades (energia, telecomunicações, água e ETAR). Aproveita o sistema (pista + taxiway) na função de suporte às duas novas pistas. Aproveita a empresa Oficinas Gerais de Manutenção Aérea (OGMA) para o apoio à atividade do aeroporto. E, principalmente, aproveita o facto de o mouchão da Póvoa estar destruído e o seu antigo uso inviabilizado pela salinização (sete anos de inundação pelas marés), para nele implantar a inovadora solução de duas pistas paralelas à pista da Portela, inclusive aproveitando a dragagem do canal das barcas pela APL (acesso ao terminal fluvial de Castanheira) para altear a parte do mouchão onde se colocam as pistas (só 20% da sua área total), criando-se uma enorme plataforma final, limpa e à cota certa. Imagine-se, com um custo para o aeroporto inferior a 10% de similar plataforma no aeroporto de Macau (construído sob administração portuguesa). E ainda aproveita o facto de estar no meio do maior/mais dinâmico polo logístico nacional (Carregado-Alenquer-Azambuja) para este ser a sua própria cidade aeroportuária. E, por fim, mas não por último, aproveita a saída (em curso) dos contentores do parque da Bobadela para a sua reconversão também fazer parte da cidade aeroportuária através de uma paragem intermédia do comboio dedicado (shuttle) do aeroporto. O valor desde enorme núcleo com as acessibilidades feitas, quase metade do sistema aéreo já feito, com passagem direta da espinha dorsal da rede ferroviária (Linha do Norte), instalada empresa de manutenção aérea e polo logístico de um lado e polo de reconversão urbana de outro, ultrapassa 1.500 milhões de euros. Assim, já sabemos que, na solução HUB Alverca-Portela, aproveitar o existente vale mais de 4.000 milhões de euros. Falta agora ver a outra face, a do benefício colateral, o que se evita gastar. Foquemo-nos apenas no mais relevante. A mega ponte rodoferroviária Chelas-Barreiro na sua amplitude global: o objeto do concurso público antes da troika mais o ramal de quatro linhas Poceirão-CT Alcochete mais o túnel rodoviário na margem norte. A preços de hoje, um custo total à volta de 3.500 milhões de euros, a ser suportado pelo erário público. Que com a solução global HUB Alverca-Portela se evita na totalidade. Primeiro, porque a solução está toda na margem norte (a larguíssima maioria das origens-destinos das viagens aéreas) e, depois, porque, através da construção de uma ponte baixa em Alverca, permite-se a ligação ferroviária de Alta Velocidade (AV) com um custo até 5% do atravessamento via Chelas-Barreiro. Uma ponte tão económica que até a concessão aeroportuária a integra, para apagar qualquer dúvida no comparativo com o Campo de Tiro de Alcochete. E, por último, mas não despiciendo, em conjuntura geoestratégica conturbada e indefinida como a presente, mantém incólumes as infraestruturas militares de Figo Maduro, Montijo e Campo de Tiro de Alcochete. Assim, a solução aproveita 4.000 milhões de euros, evita gastar 3.500 milhões de euros na ponte de Chelas-Barreiro e, ainda, 250 milhões de euros com a mudança do Campo de Tiro de Alcochete. Só nos itens referidos, a diferença de custo já soma 7.750 milhões de euros. É a “portagem” a pagar pela “ambição”! No saber aproveitar é que está o ganho, aplica-se tanto a fazer muito mais com o que existe como a saber aproveitar as oportunidades no tempo certo. É o que está espelhado no estudo do HUB Alverca-Portela. https://observador.pt/opiniao/hub-alverca-portela-no-saber-aproveitar-e-que-esta-o-ganho/

ARGUMENTO IMBECIL

Curioso que na semana em que chegaram ao Aeroporto de Lisboa 250 mil jovens, a somar aos turistas normais, o aeroporto não colapsou , nem há notícias de ter estado perto. Bem pelo contrário. Afinal, a capacidade do aeroporto com um pouco de organização, chega e sobra. Para quem acredita que o novo aeroporto é preciso porque a Portela atingiu o limite, teve agora a prova que afinal, o novo aeroporto não passa de mais um projecto político/e de empreiteiros prontos sempre a sugar dinheiro público. O novo aeroporto de Lisboa não é necessário, é apenas mais um grande negócio que irá absorver a riqueza de um país, para sustentar mais alguns que vivem à custa de todos nós. A teoria de rotura da Portela é pura ficção. Nunca Lisboa tinha recebido tanta gente numa só semana e tudo correu bem. Bastou organização. A Portela está de saúde e recomenda - se. Boys, girls e empreiteiros, sempre de mãos dadas...

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

PENSAMENTOS ABERTOS E LIVRES - 28

CORRESPONDÊNCIA E ANEXOS Esta vastíssima lista de email trocados são demonstrativos das mentiras que nos vimos envolvido por desconhecermos em absoluto o carater da enão presidente e do seu companheiro e associado Pedro Coelho da Silva, sem deixar de referir os malabarismos históricos do associado Gervásio Viana. Porque não referenciamos antes este senhor em 2011 chegou a indicar um advogado para defender os interesses da Casa de Angola na processo de impugnação que recebeu dinheiro em mão e nunca mais ninguém o viu nem devolveu papéis, em momento algum o associado Gervásio Viana se preocupou com a situação. ANEXO 1. E-MAIL 4DEZ2012 Bom dia Susie, Li atentamente o mail que enviaste, e não posso deixar de comentar o lamentável teor do mesmo. A tua atitude de vitimização e a tentativa de escamotear todas as responsabilidades que tens como Presidente da Direcção da Casa de Angola, é de uma leviandade surpreendente! Foste tu que te apresentaste a eleições para assumires a Presidência da Direcção da Casa de Angola, foste tu que escolheste o elenco directivo, e foste tu que apresentaste o teu programa eleitoral. O desvio colossal verificado entre as tuas propostas e a constatação das realidades no terreno, foram criando, obviamente, a debandada de muitas das pessoas que te apoiaram. Convidado para dar o meu contributo na área financeira, com função remunerada, desde o 1º dia que transmiti as orientações básicas para que a Casa de Angola tivesse uma gestão financeira transparente. Confrontado com as dificuldades sistemáticas na obtenção de dados relativos às demonstrações financeiras da anterior direcção, fui-me apercebendo da desvalorização com que era encarada a organização da área financeira. Tive oportunidade através dos inúmeros mails que te enviei, de te alertar para esta situação, manifestar a urgência na alteração do “Status Quo”, e propor mudanças de funcionamento. Por outro lado, uma das primeiras coisas que solicitei, foi o levantamento das dívidas existentes na Casa de Angola, quer a Fornecedores, quer ao Estado e à Segurança Social. Todas essas dívidas foram identificadas, e sempre me foi por ti transmitido que Angola iria fazer face a esta situação. Durante esta Direcção foram contraídas algumas dívidas, como as que referes no teu mail, mas também dívidas à Segurança Social, que não referiste, e que passo a apresentar: Processos em execução Processo Data Instauração Fase Valor Valor Custas 1102201101103563 09-11-2011 Penhora e Venda 334,89 € 22,49 € 1102201101103580 09-11-2011 Penhora e Venda 175,41 € 12,09 € 1102201200096245 09-02-2012 Instaurado 172,89 € 14,29 € 1102201200096253 09-02-2012 Instaurado 330,03 € 19,87 € Contrariamente ao que referes, sempre te alertei que terias como objectivo prioritário a resolução das dívidas existentes, e obviamente a não criação de novas dívidas. Volto a referir que sempre argumentaste que a situação seria regularizada através de fundos a serem transferidos de Angola . No que respeita às novas dívidas contraídas, é incompreensível a inexistência de qualquer preocupação em que fossem saldadas, para mais tendo em atenção o valores relativamente baixos das mesmas. Em contrapartida, decorreram vários eventos no mesmo período, para os quais terão seguramente havido patrocínios, sem que tenha havido qualquer preocupação da tua parte em aplicar parte desses valores no pagamento dessas dívidas. Foi, aliás feito por mim um orçamento previsional para o ano de 2011, a teu pedido e com base nas tuas instruções, onde são apresentadas as dívidas conhecidas à data, os gastos previsionais para 2011, e o valor que consideravas necessário para as comemorações do aniversário da Republica Popular de Angola, para o qual te chamo a atenção, pelo seu peso relativo no orçamento global. Realço também, que quando dizes no teu mail, “Apenas assisti a promessas e organizações de eventos irrealizáveis, nada vi de real”, que releias com atenção o orçamento desenvolvido que foi apresentado em Angola, os valores envolvidos, e retires dai as respectivas conclusões. Anexo cópia do orçamento enviado. `Perante estes factos, não tendo sido possível a prossecução de nenhum destes objectivos, e considerando o tempo entretanto decorrido, é incompreensível que não tenha havido qualquer alteração do teu comportamento a nível de gestão. Por último, compete-me sublinhar que, apesar das adversidades encontradas, muitas delas por ti alimentadas, não podes pura e simplesmente desresponsabilizar-te de toda esta situação. Apesar de não haver solução imediata para a resolução do problema financeiro, é imperativo que a reunião solicitada se concretize com urgência, porque o problema deve ser equacionado, e nunca “atira-lo para trás das costas”, e fingir que ele não existe. Parece-me claro para todos que as finanças irão proceder à penhora do edifício e provavelmente do seu recheio. Apesar de não conhecer os tramites burocráticos, julgo que esta situação deve ser apresentada à Embaixada de Angola ou a outra entidade que consideres mais adequada, e eventualmente proceder à suspensão de actividade da Casa de Angola, porque o seu funcionamento nestas condições faz com que continue a ter a obrigações fiscais a cumprir. Aguardo a confirmação da tua disponibilidade para nos reunirmos nas datas que foram afloradas. Bjs Nuno De: Susete Antão [mailto:suseteantao@gmail.com] Enviada: segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012 21:27 Para: Finaccount Azeitão Assunto: Re: FW: Citação Boa noite a todos, Se houve alguém que lutou pela Casa de Angola fui eu, e não vi em momento algum qualquer um de vocês preocupado com a situação da Casa de Angola. Reuniões para quê? Têm alguma solução? Se tem, Drº Pedro Coelho da Silva, apresente-a, porque muito já lutei para que a Casa de Angola tenha alguma dignidade. Em momento algum vi nesta direcção alguém preocupado com o dia a dia da Casa de Angola, nem sequer tiveram a ombridade de aparecer nas actividades que organizei, apenas deram-se ao luxo de aparecer quando alguma vedeta de Angola apareceu, e sabem que mais? A Casa de Angola tem despesas diárias que nunca vos vi preocupados com as mesmas. Apenas assisti a promessas e organizações de eventos irrealizáveis, nada vi de real Por mim podem marcar as reuniões que entenderem desde que tenham solução para as dívidas das anteriores direcções, porque nossas apenas temos o IMI, telefone, salário e subsídio de férias do Flávio. Podem passar este email a toda a gente, porque já percebi que a saga da Casa de Angola voltou à ribalta, mas tenho toda a documentação para mostrar a qualquer sócio COM QUOTAS EM DIA. Gostava de ver que solução têm quando vocês são os primeiros a não cumprir com a vossa quotização. Cordiais cumprimentos Susete Antão No dia 3 de Dezembro de 2012 18:07, Finaccount Azeitão escreveu: Como disse estou disponível sexta dia 7. Caso não seja possível, também posso sexta dia 14. Susie: Confirmas se alguma destas datas te é conveniente? Abraço NP npacheco@finaccount.com Rua Juventude Azeitonense, Lote 138 Loja A 2925-588 Azeitão- Portugal Tel: + 351 21 219 12 17 Mobile: + 351 96 509 47 63 www.finaccount.com De: Pedro Coelho da Silva [mailto:pedro.coelho.silva@gmail.com] Enviada: segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012 16:24 Para: zeferino.boal@netcabo.pt Cc: Finaccount Azeitão; Susete Antão Assunto: Re: FW: Citação dizes bem ó ZB. Só que esta sexta estou ausente, percebi sexta dia 14; contudo e porque acredito que pouca falta farei na dita reunião e porque se trata de assunto urgente, sugiram que reúnam e com bons resultados abraço para todos Abraço PCS No dia 3 de Dezembro de 2012 16:18, Zeferino Boal escreveu: Sexta é dia 7 Os melhores cumprimentos Zeferino Boal Apartado 43 / 2894.909 Alcochete new-order-we-dream.blogspot.com falando-desportivamente.blogspot.com acreditar.blog.com praiadosmoinhos.blogspot.com De: Pedro Coelho da Silva [mailto:pedro.coelho.silva@gmail.com] Enviada: segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012 16:08 Para: zeferino.boal@netcabo.pt Cc: Finaccount Azeitão; Susete Antão Assunto: Re: FW: Citação sexta dia 14, por mim está bem. abraço PCS No dia 3 de Dezembro de 2012 16:04, Zeferino Boal escreveu: Ele fez a sugestão para 6f depois do almoço que concordei Os melhores cumprimentos Zeferino Boal Apartado 43 / 2894.909 Alcochete new-order-we-dream.blogspot.com falando-desportivamente.blogspot.com acreditar.blog.com praiadosmoinhos.blogspot.com De: Pedro Coelho da Silva [mailto:pedro.coelho.silva@gmail.com] Enviada: segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012 15:59 Para: zeferino.boal@netcabo.pt Cc: Finaccount Azeitão; Susete Antão Assunto: Re: FW: Citação Boa tarde, Eu sugiro reunião na Casa de Angola entre os dias 11 e 14 de Dezembro de 2012. O NP, ao que sei, tem uma reunião ás 5ª feiras em Lisboa pelo que se poderá aproveitar a deslocação para nos reunirmos ao fim da tarde. Abraço para todos, PCS No dia 3 de Dezembro de 2012 15:15, Zeferino Boal escreveu: Sugiram datas para reunião Os melhores cumprimentos Zeferino Boal Apartado 43 / 2894.909 Alcochete new-order-we-dream.blogspot.com falando-desportivamente.blogspot.com acreditar.blog.com praiadosmoinhos.blogspot.com De: Pedro Coelho da Silva [mailto:pedro.coelho.silva@gmail.com] Enviada: segunda-feira, 3 de Dezembro de 2012 12:17 Para: Finaccount Azeitão Cc: Susete Antão; zeferino.boal@netcabo.pt Assunto: Re: FW: Citação Bom dia, O Nunno Pacheco tem insistido por uma resposta que há muito urge e ninguém se digna responder aos seus inúmeros mail. Será assim tão dificil agendar uma reunião para resolver o assunto ou estão à espera que a Casa de Angola seja penhorada.!! Haja respeito pelo trabalho dos outros e queiram fazer favor de responder ao Nuno. Cordiais cumprimentos. Pedro Coelho da Silva No dia 1 de Dezembro de 2012 14:03, Finaccount Azeitão escreveu: Olá Susie, Conforme te tenho vindo a alertar, a situação fiscal da Casa de Angola está cada vez mais complicada. Ao último email que te enviei, nem sequer me respondeste. Como podes ler abaixo, são bem claras as diligências coercivas que a AT está a desenvolver. Tendo tu assumido a Presidência da Casa de Angola em Dezembro de 2010, e apesar do acto eleitoral ter sido contestado, não me parece que possas pura e simplesmente ignorar toda esta situação. Nas Finanças, são os nomes das pessoas que compõem a direcção da Casa de Angola, que lá se encontram registados, e serão estes que serão chamados à responsabilidade. Solicito uma vez mais que nos reunamos. Bjs Nuno npacheco@finaccount.com Rua Juventude Azeitonense, Lote 138 Loja A 2925-588 Azeitão- Portugal Tel: + 351 21 219 12 17 Mobile: + 351 96 509 47 63 www.finaccount.com -----Mensagem original----- De: Direcção-Geral dos Impostos [mailto:info@at.gov.pt] Enviada: sábado, 1 de Dezembro de 2012 09:42 Para: npacheco@finaccount.com Assunto: Citação Exmo(a) Senhor(a) CASA DE ANGOLA (503354147), Foi enviada para o seu domicílio fiscal uma carta de citação, chamando-o a um processo de execução fiscal instaurado para cobrança coerciva de dívida tributária. A citação e a instauração do processo executivo ocorrem na sequência da falta de pagamento daquela dívida dentro do prazo legal, após a respectiva notificação. A Lei Geral Tributária e o Código de Procedimento e de Processo Tributário conferem à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) o poder, que é simultaneamente um dever, de desencadear um conjunto de actos de coerção destinados à cobrança da dívida, em que se incluem: 1. - A penhora em bens e direitos do seu património; 2. - A marcação da venda de bens móveis e imóveis penhorados que a exijam para, com o seu produto, se efectuar o pagamento da dívida; 3. - O cancelamento ou suspensão de todos os benefícios fiscais que está a usufruir ou que venha a invocar, enquanto se mantiver a situação devedora; 4. - O cancelamento automático de reembolsos ou restituições de impostos, que serão canalizados em montante suficiente para o pagamento das dívidas; 5. - A integração do seu nome na lista de devedores que está publicitada na Internet. A AT automatizou recentemente a execução dos actos antes referidos, estando já em curso os procedimentos informáticos de determinação dos seus bens ou direitos penhoráveis, que conduzirão à consumação da penhora. Antes da realização das diligências enunciadas, a AT privilegia sempre o cumprimento voluntário dos devedores, proporcionando-lhes a informação e os esclarecimentos necessários para o facilitar. É nesse sentido que venho por este meio solicitar a V. Ex.ª a regularização da situação ou o exercício dos direitos processuais constantes do texto da citação, no caso de o respectivo prazo ainda estar a decorrer. Para isso pode consultar as suas dívidas na Internet, mediante inserção da sua senha de acesso, em http://www.portaldasfinancas.gov.pt, seleccionando a funcionalidade "Serviços > Consultar > Execuções Fiscais > Dívidas Fiscais", onde pode também emitir o documento de pagamento, que poderá efectuar em toda a rede Multibanco, no homebanking da Internet, nos CTT e em qualquer Serviço de Finanças. Pode ainda obter informação adicional no Serviço de Finanças onde está(ão) instaurado(s) o(s) processo(s). No caso de a dívida se encontrar regularizada, solicito que considere sem efeito a presente mensagem. Com os melhores cumprimentos. O Chefe de Serviço de Finanças, João Paulo de Sousa Alexandre Vitorino ---------------------------------------------- A caixa postal emissora deste mail é exclusivamente para envio de mensagens. Se pretender não receber estes emails, por favor, aceda ao Portal das Finanças (http://www.portaldasfinancas.gov.pt) e na opção 'Dados Pessoais' > 'Dados Declarações Electrónicas' desmarque a opção 'Envio de emails'. Aviso de Confidencialidade: Este e-mail e quaisquer ficheiros informáticos com ele transmitidos são confidenciais, podem conter informação privilegiada e destinam-se ao conhecimento e uso exclusivo da pessoa ou entidade a quem são dirigidos, não podendo o conteúdo dos mesmos ser alterado. Caso tenha recebido este e-mail indevidamente, queira informar de imediato o remetente e proceder à destruição da mensagem e de eventuais cópias. Limitação de Responsabilidade: Como o correio electrónico pode ser afectado por dificuldades técnicas ou operacionais, não se garante a sua recepção de forma adequada e atempada. Quaisquer comunicações que devam observar prazos, deverão também ser enviadas por correio ou fac-símile. Qualquer opinião expressa na presente mensagem é imputável à pessoa que a enviou, a não ser que o contrário resulte expressamente do seu texto. É estritamente proibido o uso, a distribuição, a cópia ou qualquer forma de disseminação não autorizada deste e-mail e de quaisquer ficheiros nele contidos. O correio electrónico não garante a confidencialidade dos conteúdos das mensagens. Caso o destinatário deste e-mail tenha qualquer objecção à utilização deste meio deverá contactar de imediato o remetente. Confidentiality Warning: This e-mail and any files transmitted with it are confidential and may be privileged and are intended solely for the use of the individual or entity to whom they are addressed. Their contents may not be altered. lf you are not the intended recipient of this communication please notify the sender and delete and destroy all copies immediately. Liability Limitation: As e-mail can be subject to operational or technical difficulties, the quality of reception may be affected and may be subject to time delays. Therefore, communications that are subject to deadlines should also be sent by post or fax. Unless otherwise stated, all views and opinions herein contained are solely the expression of the sender. Any unauthorised direct or indirect use, dissemination, distribution or copying of this message and any attachments is strictly prohibited. Please note that the confidentiality of e-mail messages cannot be guaranteed. If the recipient of this message objects to the use of Internet e-mail, please notify the sender immediately. ----- Não foram detectados vírus nesta mensagem. Verificado por AVG - www.avg.com Versão: 2012.0.2221 / Base de dados de Vírus: 2634/5429 - Data de Lançamento: 11/30/12 Pedro Coelho da Silva Advogado Tel: 00351 91 32 44 7 22 Pedro Coelho da Silva Advogado Tel: 00351 91 32 44 7 22 - Pedro Coelho da Silva Advogado Tel: 00351 91 32 44 7 22 Pedro Coelho da Silva Advogado Tel: 00351 91 32 44 7 22 ________________________________________

CITANDO JÚLIO ISIDRO

No princípio era a verba. Depois a incapacidade de organização, seguida pela insegurança e os perigos da criminalidade. E o" estado em que isto está" a patrocinar o evento. Em cada dia, a contabilidade " eram não sei quantos mil" cálculos "talvez renais" sobre quantos por metro quadrado vezes x não pode ser um milhão e meio. E a destruição dos espaços que essa "malta" ia pisar. Entre muitos outros bitaites eram também os mortos e feridos sem assistência médica no local, ou nos hospitais. E claro, as larachas , mesmo sendo o humor uma manifestação de fineza de espírito, algumas rondavam o achincalhamento, mas pronto, o humor, dizem, não tem limites nem fronteiras. Amigos, não é nada disto que vos vou escrever porque não quero conspurcar o meu estado de tranquilidade e paz interior com as guerras de alecrim murcho e manjerona sem odor, mas com dor. Só para vos dizer que vi, senti, e trouxe para dentro de mim, mais um pequeno valor acrescentado para o resto dos meus dias. Da minha idade, ontem no Parque Tejo, estávamos em ampla minoria, mas com todo o direito a um acto de rejuvenescimento interior. Da janela do autocarro em que seguia, às 3 da tarde, via ranchos de gente nova, bandeiras daquelas que nem sempre identificamos, a caminhar alegremente os quilómetros que ainda faltavam para lá chegar. E acenavam com sorrisos. O "caos" para entrar foi uma caminhada em terra batida, saudados por "miudagem" de T-shirts amarelas que nos indicavam o caminho. Não sei se uma hora depois já lá estava o milhão e meio das análises geográfico/matemáticas, mas quando a Sandra e eu chegámos, devemos ter feito a conta certa. Fui sendo abordado por rádios de pequena , média e grande dimensão que me perguntavam sempre o que estava a sentir e porquê ali. "Quero ver, viver e sentir mais de perto, a personagem mais notável do século XXI"... "Sei de cor algumas das suas frases, mesmo aquela que impressionou tanta gente, a da" única condição em que um homem pode olhar de cima para baixo para outro homem..." que não foi escrita pelo Papa , ( sim Johnny Welch, atribuída por engano a Gabriel Garcia Marquez, bendito seja o Google para tantos culturistas da cultura), e tomei nota de outras para me ensinar ainda mais qualquer coisa sobre a arte de viver. Já sentado, tentava olhar em volta para um mar sem ondas alterosas que desaguava no rio ali em frente. Esperar algumas horas dá para rememorar. "Quando apertares a mão a um deficiente ou um pobre, isso não se contamina. Não vás a correr lavá-las" " Mais vale sujar as mãos do que o coração". Do lugar onde estávamos, via apenas de lado o palco das manchetes ,mas agora com desconto. Assim vi tudo pelo enorme ecrã ao nosso lado. Quando os jovens de amarelo se começaram a alinhar num cordão já sabíamos que Francisco vinha aí. E assim passou a três metros de nós, eu mais alto, consegui a foto que vos mostro e decidi que aquele aceno sorridente tinha sido só para mim. A Vigília que se seguiu foi um momento de uma insondável espiritualidade e um acto cultural de rara qualidade. A orquestra e coros em peças encantatórias, os bailados o canto de Carminho, e os momentos de silêncio do tal milhão e meio, foram para nós um privilégio, porque não estávamos em casa a ver pela televisão. A música foi inteira e os silêncios esmagadores, respeitados. E o Papa falou entre o texto escrito e o improviso. Disse que podemos ser todos sementes de alegria, insistiu para que ultrapassemos os medos , que gosta de futebol mas que tal como o avançado que marca o golo resulta do seu treino, também nós devemos treinar muito esta dádiva de viver, e que a humildade e a ternura não são virtudes dos fracos, mas dos fortes. A noite caía e no céu desenhavam-se em estrelas, mensagens de amor. Após o Papa sair, a festa do encontro continuou. Fui fazendo selfies com gente que me abraçava e até um jovem me disse:- Esta foto é para a minha avó que também usa um aparelho nos ouvidos como o seu! No caminho por onde Francisco tinha passado, desfilava agora um pelotão da Polícia. E não é que aquela "malta" os aplaudiu com entusiasmo. Devem ter sido os mesmos ou outros peregrinos, que ajudaram a limpar o Parque Eduardo VII que não ficou destruído como "preconizado". De volta passámos pelos hospitais de campanha em actividade tranquila para casos de desidratação, cansaço ou até ansiedade. Tudo resolvido pelos médicos e enfermeiros sem tragédias de primeira página. E agora? O Papa partiu e o mundo vai ficar diferente...já?! E Portugal que foi reportado por cinco mil jornalistas para todo o mundo terá amanhã os seus problemas resolvidos, o pão, a habitação, saúde e educação, porque paz até parece que vai existindo. Francisco não resolve, alerta, desperta e nós temos que fazer o nosso papel. Por isso, não contem comigo para polemizar sobre o que vi , senti e vivi. Lisboa tem cheiros de flores e de mar como o papa também disse, sem assumir direito de autoria. Pelo meu lado, confesso que só sei de orações, o Pai nosso e a Avé Maria aprendidos na escola há muitos anos. Não foi preciso repeti-las porque na Vigília a oração era um colectivo de silêncio inspirador. Mas é nas pausas às vezes em noites de insónias, que falo com Ele porque preciso de quem me ouça. Dei agora por mim a recordar uma frase de Elton John, que não é católico: - Francisco é um milagre de humanidade na era da vaidade.“

sábado, 5 de agosto de 2023

CITANDO RUTH MANUS

PORTUGAL AOS OLHOS DE UMA BRASILEIRA VALE A PENA LER Ruth Manus é advogada e professora universitária e escreve num blogue num Jornal de S. Paulo. E escreveu isto sobre Portugal, num texto que deve ser (é !) um orgulho lermos: «Dentre as coisas que mais detesto, duas podem ser destacadas: Ingratidão e pessimismo. Sou incuravelmente grata e otimista e, comemorando quase 2 anos em Lisboa, sinto que devo a Portugal o reconhecimento de coisas incríveis que existem aqui, embora me pareça que muitos nem percebam. Não estou dizendo que Portugal seja perfeito. Nenhum lugar é. Nem os portugueses são, nem os brasileiros, nem os alemães, nem ninguém. Mas para olharmos defeitos e pontos negativos basta abrir qualquer jornal, como fazemos diariamente. Mas acredito que Portugal tenha certas características nas quais o mundo inteiro deveria inspirar-se. Para começo de conversa, o mundo deveria aprender a cozinhar com os portugueses. Os franceses aprenderiam que aqueles pratos com porções minúsculas não alegram ninguém. Os alemães descobririam outros acompanhamentos além da batata. Os ingleses aprenderiam tudo do zero. Bacalhau e pastel de nata ? Não. Estamos falando de muito mais. Arroz de pato, arroz de polvo, alheira, peixe fresco grelhado, ameijoas, plumas de porco preto, grelos salteados, arroz de tomate, baba de camelo, arroz doce, bolo de bolacha, ovos moles. Mais do que isso, o mundo deveria aprender a se relacionar com a terra como os portugueses se relacionam. Conhecer a época das cerejas, das castanhas e da vindima. Saber que o porco é alentejano, que o vinho do Porto é do Douro. Talvez o pequeno território permita que os portugueses conheçam melhor o trajeto dos alimentos até a sua mesa, diferente do que ocorre, por exemplo, no Brasil. O mundo deveria saber ligar a terra à família e à história como os portugueses. A história da quinta do avô, as origens transmontanas da família, as receitas típicas da aldeia onde nasceu a avó. O mundo não deveria deixar o passado escoar tão rapidamente por entre os dedos. E se alguns dizem que Portugal vive do passado, eu tenho certeza de que é isso o que os faz ter raízes tão fundas e fortes. O mundo deveria ter o balanço entre a rigidez e a afeto que têm os portugueses. De nada adiantam a simpatia e o carisma brasileiros se eles nos impedem de agir com a seriedade e a firmeza que determinados assuntos exigem. Ao mesmo tempo, de nada adianta o rigor japonês que acaba em suicídio, nem a frieza nórdica que resulta na ausência de vínculos. Os portugueses são dos poucos povos que sabem dosar rigidez e afeto, acidez e doçura, buscando sempre a medida correta de cada elemento, ainda que de forma inconsciente. Todo país do mundo deveria ter uma data como o 25 de Abril para celebrar. Se o Brasil tivesse definido uma data para celebrar o fim da ditadura, talvez não observássemos com tanta dor a fragilidade da nossa democracia. Todo país deveria fixar o que é passado e o que é futuro através de datas como essa. Todo idioma deveria conter afeto nas palavras corriqueiras como o português de Portugal transporta . Gosto de ser chamada de “ miúda“. Gosto de ver os meninos brincando e ouvir seus pais chama-los carinhosamente de “ putos “. Gosto do uso constante de diminutivos. Gosto de ouvir ” magoei-te ? ” quando alguém pisa no meu pé. Gosto do uso das palavras de forma doce. O mundo deveria aprender a ter modéstia como os portugueses, embora os portugueses devessem ter mais orgulho desse seu país do que costumam ter. Portugal usa suas melhores características para aproximar as pessoas, não para afastá-las. A arrogância que impera em tantos países europeus, passa bem longe dos portugueses. O mundo deveria saber olhar para dentro e para fora como Portugal sabe. Portugal não vive centrado em si próprio como fazem os franceses e os norte americanos. Por outro lado, não ignora importantes questões internas, priorizando o que vem de fora, como ocorre com tantos países colonizados. Portugal é um país muito mais equilibrado do que a média e é muito maior do que parece. Acho que o mundo seria melhor se fosse um pouquinho mais parecido com Portugal. Ruth Manus