terça-feira, 12 de setembro de 2023

A operação imobiliária especial do PCP

O PCP demoliu uma referência da arquitectura portuguesa, para no mesmo local construir um edifício de sete pisos. Não é um atentado ao património. É sim a operação imobiliária especial do PCP Como é possível que num país em que os licenciamentos são um inferno para os cidadãos, um partido possa demolir uma casa considerada um marco na arquitectura portuguesa? Operação especial. Esta é a chave da questão. Tal como a Rússia diz não ter invadido a Ucrânia, mas sim estar a desenvolver uma operação militar especial, também o PCP não se dedica à especulação imobiliária (para mais à custa da destruição de importante património arquitectónico) mas sim à procura duma solução que valorize a cidade, no caso de Aveiro. Tudo começa nos finais de 1974 quando o PCP ocupou em Aveiro a Casa Aleluia. Para o PCP a coisa não se podia fazer por menos: um projecto assinado por Silva Rocha, a Vivenda Aleluia, tinha sido a residência duma família ligada à cerâmica, a família Aleluia. O seu interior, de que faziam parte importantes peças de cerâmica, reflectia essa ligação. Em 1974, a Casa Aleluia estava devoluta e antes que o ano acabasse já funcionava ali o Centro de Trabalho de Aveiro, designação que os comunistas dão às suas delegações e sedes. Em 1974, note-se, os partidos não tinham sedes nem delegações. Conseguiram-nas à custa de ocupações supervisionadas pelo MFA e de contratos-empréstimos negociados sob o receio das ocupações. Também existiram doações e cedências mas basicamente impôs-se a lei do mais forte, não apenas em relação aos proprietários dos edifícios ocupados-alugados mas entre os próprios partidos. E, entre estes, o PCP podia mais. Assim, do modernista Hotel Vitória em Lisboa, que o PCP alugou em 1975 (seria interessante conhecer esse contrato de arrendamento), ao símbolo da chamada Casa Tradicional Portuguesa, que era a Casa Aleluia em Aveiro, o PCP instalou-se no que havia de mais interessante, imobiliariamente falando. Com a normalização democrática, e num processo replicado em tantas outras ocupações, o ocupador tornou-se inquilino. Até que chegamos ao ano de 2006. Em 2006 os proprietários da Casa Aleluia e senhorios do PCP anunciaram a sua intenção de demolir a Vivenda Aleluia para, no mesmo local, construírem um edifício de cinco andares. Ainda 2006 não tinha acabado e já a Câmara de Aveiro, então liderada por Élio Maia, independente eleito com o apoio duma coligação PSD-CDS – indeferia por unanimidade o pedido de demolição da Vivenda Aleluia e consequentemente o pedido de viabilidade para um novo edifício com cinco andares a ser construído no mesmo local. A autarquia invocou para este indeferimento um parecer da Comissão Concelhia de Património  e do Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) que classificara a “Vivenda Aleluia” como de “interesse arquitetónico”. O PCP considerou a decisão “exemplar“ e explanava o seu desejo de ver esta decisão alargada a outros edifícios da cidade de Aveiro. Invariavelmente salientava-se a importância dos painéis de azulejos provenientes da antiga fábrica Aleluia, que faziam daquela vivenda um lugar único, e do esforço do PCP na preservação do edifício – preservação essa em que os senhorios, acusava o PCP, participavam a contragosto. Em resumo a luta do PCP pela Casa Aleluia em 2006 era como que o prolongamento daqueles dias de Junho de 1975 quando povo em Aveiro cercara a vivenda sede do PCP com o intuito de correr com os comunistas. Em 2014 – passaram entretanto oito anos – um comunicado da Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP informava que adquirira o edifício onde se encontra instalado o seu Centro de Trabalho, na Avenida Lourenço Peixinho. Por outras palavras, o PCP passara de inquilino a proprietário. Ou, se se preferir o outro lado desta transação imobiliária: uma vez inviabilizada pela autarquia qualquer operação imobiliária, os proprietários optaram por vender a Casa Aleluia aos inquilinos. Qual foi o valor da venda? Em que medida é que esse valor foi ou não afectado pela decisão da autarquia de inviabilizar a demolição da Casa Aleluia? – Ninguém fez estas ou outras perguntas, tanto mais que se considerou que o destino da Casa Aleluia estava assegurado. Nada mais enganador. Em 2018 o PCP “diligenciou junto da Câmara Municipal para recolha de informação sobre o imóvel e o espaço envolvente e as condições de edificabilidade, de acordo com os instrumentos urbanísticos do município”. Começava a operação imobiliária especial do PCP, aquela em que o PCP vai fazer exactamente o contrário daquilo que defendera: não só pretende demolir a Casa Aleluia como, no mesmo local, construir, um edifício. Sim, há uma diferença em relação aos antigos proprietários: em 2006, os então senhorios do PCP queriam construir um prédio com cinco pisos. O PCP sonha mais alto e vai até aos sete. Dezassete apartamentos irão ocupar em altura o espaço da antiga Casa Aleluia. Irão estes apartamentos para arrendamento acessível? Temos mesmo de perguntar, não só por causa da demagogia que caracteriza os comunistas na hora de discutir o arrendamento, mas também porque já não resta nada da Casa Aleluia. Esta semana, mais precisamente a 7 de Setembro, o que ainda se mantinha de pé da Vivenda Aleluia foi abaixo. Pelo meio ainda se tiveram de ouvir aquelas arengas comunistas em prol da cultura a propósito da entrega dos azulejos da dita casa à autarquia, como se essa não fosse a opção derradeira perante o avançar do camartelo. camartelo. E o parecer do  Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR) que classificava a “Vivenda Aleluia” como de “interesse arquitetónico”, e que em 2006 inviabilizou o projecto de demolição-construção dos antigos proprietários? Pelos vistos não tinha qualquer valor. E a sempre tão activa Direção Geral do Património Cultural (DGPC), a quem foi pedida a classificação da Casa Aleluia como património nacional? Recusou. E a autarquia de Aveiro, liderada por Ribau Esteves (PSD/CDS), o que fez, ou, melhor dizendo, não fez? Decidiu não classificar o imóvel como património de interesse municipal. Como é que em dezassete anos a administração central e local mudou assim de opinião? Sim, admitamos então que não se justificava a classificação da Casa Aleluia como património nacional ou municipal, mas em 2006 o entendimento foi outro. O que mudou na Casa Aleluia entre 2006 e 2023 além de o PCP, que era inquilino, ter passado a proprietário? Temos o direito de saber e o dever de perguntar. Os comunistas são exímios em impor brutalmente a sua vontade nos períodos em que mandam e, não menos importante, em retirar todas as vantagens da legislação que contestam quando estão na oposição. Ficou para a história o despedimento dos trabalhadores de O Diário, um jornal afecto ao PCP, ao abrigo da legislação aprovada pelo governo de Cavaco Silva, que obviamente o PCP crucificava nas ruas por causa da implementação dessa mesma legislação. O acontecido com a Casa Aleluia ilustra bem esta táctica do PCP: em 1974, os comunistas impõem a ocupação. Depois usam a lei para se tornarem inquilinos do edifício que tinham ocupado. Em seguida, e sempre no estrito cumprimento do quadro legal, conseguem ser protegidos na sua condição de inquilinos, não só mantendo a sua sede na Casa Aleluia como conseguido que fosse inviabilizado o projecto imobiliário dos então proprietários e senhorios. Quando finalmente se tornam proprietários vêem ser-lhes reconhecidos direitos que tinham sido negados anteriormente a outros. Tudo sempre dentro da lei. A definhar nas urnas, o PCP consegue não só demolir a Casa Aleluia – que quando lhe deu jeito defendeu como uma extraordinária referência arquitectónica – como se vai dedicar aos investimentos imobiliários. É em casos como este que se vê o poder da esquerda. Um poder que não tem correlação com o voto. A dissociação entre os actos, as palavras e as alegadas boas intenções dos comunistas é um dos maiores embustes do século XX que, contra toda a racionalidade, se mantém vivo no século XXI. Portugal, como muitos outros países, não tem qualquer monumento às vítimas do comunismo. Daí que me parece adequado que o edifício que vai ser construído no local onde existiu a Casa Aleluia se torne um símbolo do Embuste do Comunismo. PS Acode-me uma dúvida inquietante: terá o PCP algum projecto para o Hotel Vitória? Sim, o PCP é de há muito o proprietário deste magnífico edifício assinado por Cassiano Branco de que (como não?) se tornaria inquilino em 1975. Se o PCP estiver com dificuldade em arranjar argumentos para legitimar uma qualquer intervenção no seu Centro de Trabalho da Avenida da Liberdade pode invocar que o edifício precisa de ser desnazificado pois naqueles anos em que o centro de Lisboa era um ninho de espiões, o então muito confortável Hotel Vitória gozava da preferência dos agentes do Eixo.

CITANDO ISABEL CONDE

Excelente texto de uma mulher, Isabel Conde! Do Beijo e da Estupidez ~~~~~~~~~~~~~~~~~ É impossível ficar-se impávido e sereno perante a mais recente e monumental estupidez que enche os canais noticiosos e as redes sociais: o beijo! Como é possível que a sociedade seja tão ignorante, tão imbecil e tão avassaladoramente burra? É que, à excepção do “perpetrador” de tal “violência sexual”, como ouvi dizer a um lerdo jornalista na CNN, a sociedade em geral está tão completamente idiotizada, tão extremamente manipulada e doutrinada no wokismo, que causa náuseas ouvir ou ler sobre este não-assunto. O papel de vira-casacas da jogadora, a histeria generalizada das fêmeas – mulher é outra coisa – e a total cobertura noticiosa, sempre parcial e viperina, são, num exemplo tão asininamente fútil, a prova irrefutável de uma estupidez galopante numa sociedade desalmada que perdeu o norte, perdeu o tino, e que está inelutavelmente à deriva num terreno pardacento e enlameado onde tudo o que é são e natural foi paulatina e deliberadamente extirpado. As fêmeas, que nesta época parecem estar sempre com o cio, que atacam o macho em todos os aspectos possíveis e de maneiras inqualificáveis, mas que depois, hipocritamente, pretendem mostrar-se donzelas puras e inocentes, dão profundo asco a todos os homens e mulheres que se mantêm íntegros na sua forma de estar e ser humanos. Curiosamente, é total o silêncio acerca da educação sexual das crianças que, em ainda tenra idade, são ensinadas nas escolas, por influência de organizações como a ONU, – sim, em Portugal também – a masturbar-se, a ter parceiros sexuais e a ser objectos de práticas pedófilas desde que consentidas, e que já fazem parte, levadas pelas mãos dos próprios pais, do público das exibições circenses dos patologicamente enfermos LGBT+s. A cada dia que passa, cresce impune e viçosa a devassidão, a perversidade. Ninguém tuge nem muge. Quando o fazem é por causa de um simples beijo, tão fugidio como aqueles que, em tempos idos, quando na Terra reinava a decência, a moralidade, os bons costumes e os nobres valores, se roubavam às raparigas, às escondidas, nas festas da aldeia, nas desfolhadas, nas romarias e arraiais... Isabel Conde

CITANDO MÁRIO SOARES

Ao Excelentíssimo Dr. Hélder Pitagrós, Procurador-Geral da República de Angola, Excelentíssimo Procurador, em nome de todos angolanos, torno pública a denúncia sobre o desvio óbvio de verbas provenientes do erário por parte de quem jurou defender os interesses do povo acima dos próprios. A Direcção do partido UNITA cujo discurso oficial é de restrições pecuniárias e da condução de peditórios aos militantes, adquiriu três apartamentos em Lisboa, na região do Lumiar. Excelentíssimo Procurador-Geral da República, Dr. Helder Pitagrós, não se trata de mero ataque político, com a devida reverência, agradeceria que este gesto patriótico não fosse reduzido a tal. Os dados tornados públicos dão conta de que a UNITA pagou mais de 1.800.000,00 Euros para a aquisição de quatro apartamentos, sendo três unidades no Lumiar Lisboa, concretamente no Projecto Hera Residences, promovido pela empresa Chave Nova, cuja profissional responsável pela venda dos apartamentos é a Consultora Rose Leal. O quarto apartamento fica no Montijo e foi atribuído à Deputada Navita Ngolo. Todos apartamentos estão em nome de João Miguel, luso-angolano, testa-de-ferro de ACJ, que vive entre Portugal e Espanha. Os lotes, dentre T4 e T3, foram atribuídos selectivamente a quatro deputados, considerados potenciais adversários de Adalberto Costa Júnior no congresso daquele partido, agendado para 2025, nomeadamente Liberty Chiaca, Nelito Ekuikui, Adriano Sapiñala e Navita Ngolo. Os apartamentos T3, atribuídos aos deputados Adriano Sapiñala e Nelito Ekuikui, contam com as seguintes características: • Lote 1 - Piso 2, Apt.° BP2/F/Fracção AR/T3, superfície de 159 m² e custou 655.000 Euros; • Lote 1A, Piso 4, Apart.° T3, superfície de 113,31 m², custou 655.000 Euros. Ao presidente da bancada parlamentar, Liberty Chiaca, foi atribuído o apartamento mais luxuoso, com as seguintes caracteríscticas: • Lote 2 - Piso 4 - Apt.° BP4/H/Fracção CP/T4, superfície de 162 m², custou 658.000 Euros. Ante aos elementos acima expostos, esgrimimos três questões que per si justificariam a intervenção do Vosso órgão, ei-las: - De onde a UNITA obteve tamanho financiamento instantâneo, visto que, os relatórios internos são fechados em défice? - A proveniência duvidosa das verbas constitui-se num indício de corrupção, branqueamento de capitais e potencial financiamento ao terrorismo. - Por que a atribuição selectiva e sigilosa das propriedades aos quatro deputados coincide com a atribuição do valor dos subsídios pela Assembleia Nacional? Excelentíssimo Procurador-Geral da República de Angola, Dr. Hélder Pitagrós, apresenta-se diante de Vós uma soberana oportunidade de anular o argumento do combate selectivo à corrupção e estender o Vosso escopo para além das hostes do MPLA. Lisboa, 06 de Setembro de 2023