domingo, 31 de maio de 2009

CARTA ABERTA A JOSÉ EDUARDO BETTENCOURT

Sr. Candidato a Presidente da Direcção do
Sporting Clube de Portugal.


Aproxima-se o dia 5 de Junho, no qual os associados do Sporting Clube de Portugal vão ser chamados a votar em listas para os Órgãos Sociais do clube. Por força de alguns condicionalismos neste acto eleitoral limitei-me ao estatuto de observador. Sem nenhum envolvimento na campanha eleitoral, mais fácil se torna a análise às candidaturas.

Não sinto que os meus direitos de associado fiquem limitados por qualquer motivo. E como tal, entendo expressar publicamente as minhas preocupações quanto ao previsível futuro do Sporting.

Como podem estar os associados do clube sossegados se o senhor for eleito? O que acontecerá quando a anestesia da sua candidatura for exposta à realidade?.

Recordo um momento datado no tempo, em 2000. Cerca de um mês depois do senhor ser nomeado Director “altamente remunerado” (palavras suas na ocasião) do futebol do Clube, esteve presente no Encontro de Núcleos realizado em Alcochete. Nessa sessão, entre várias explicações não me esqueço de uma afirmação contundente da sua parte. “Vou ser altamente remunerado para me dedicar por inteiro aos objectivos do Clube e aceito que depois me julguem pelo cumprimento ou não do serviço”.

É importante recordar o que aconteceu a seguir. Durante os três anos em que se manteve o cargo, o Sporting foi campeão nacional uma vez. Com que equipa? Com uma equipa razoável onde pontificava um excelente finalizador. E quais foram os custos que isso provocou na gestão do clube? Posso afirmar que foram enormes.

E o senhor que é considerado um gestor de cinco estrelas não fez nada de diferente ao que outros fizeram no passado na gestão do clube. Mas, uma coisa é diferente: foi dos que mais aumentou o passivo do clube e como tinha consciência da situação saiu airosamente com menos um mês de exercício no seu ultimo ano de funções. Deixou a época seguinte preparada apenas e somente com a contratação do treinador, quanto ao resto nada mais. Mas, o seu silêncio ao longo destes anos permitiu anestesiar muitos associados que não conhecem na profundeza certas situações. O seu silêncio a juntar às manobras que foram ocorrendo, faz-me recordar a guerrilha taliban!

Caro associado José Eduardo Bettencourt, se for capaz diga-me se é verdade ou mentira que depois de ter saído da gestão do clube e em especial durante a primeira saída do director desportivo do clube (o tal que recebeu um prémio de gestão e depois foi para a concorrência); o senhor participou em almoços ou jantares com o actual vice-presidente Migue Ribeiro Teles, com Paulo Bento e Pedro Barbosa. O objectivo que vos unia era somente desestabilizar a produtividade da equipa profissional.

Os sinais dados agora levam a crer que aqueles factos são verdadeiros. Porque nunca vi em clube algum no mundo um candidato a presidente da direcção colocar como condição para aceitar candidatar-se que o actual treinador se mantenha em funções, mesmo quando já deu provas que as capacidades de sucesso são limitadas. Por outro lado, caso o senhor venha a ser eleito ficamos desde já a saber que num dia em que ocorra a necessidade de substituir o treinador o senhor também terá que sair.

Tal só não acontecerá se o senhor mais uma vez falta à verdade. Porque é bom não esquecer que andou meses a fio a afirmar que não se candidatava e inclusive transmitiu o apoio a um pré-candidato. Acho que é demonstrativo da sua falta de cultura desportiva. E não engane os associados com o modelo importado do Porto. Por várias razões:

1. Não há dois modelos iguais em instituições diferentes;
2. Falta-lhe cultura desportiva e isso aprende-se noutros locais;
3. Tem um vazio de ideias e estratégia, limita-se a ser porta-voz daqueles que o colocaram a desempenhar este papel.

Caro associado tem ou não conhecimento de quem organizou a famosa manifestação de adeptos jovens leoninos que saiu de Telheiras e foi para a porta da sede insurgir-se contra o então Presidente Dias da Cunha e o treinador da equipa. Estou convicto de que sabe dar a resposta pronta.

Por onde andou o senhor durante estes anos todos. Agora quer-nos fazer acreditar num modelo de gestão diferente do que tem ocorrido? Dá a sensação que durante estes anos não teve responsabilidades na gestão do clube. Aliás, interrogo-me como é possível a composição da sua lista.

Não tenho duvidas em qualificá-la de grandes artistas circenses. Já estiveram com projectos diferentes e expressaram opiniões contraditórias mas o que importa é continuar na crista da onda, como dirigente. Muitos exemplos podem ser referenciados, desde a personagem que melhor encara a verborreia de ideias de desportivas, que tem tido um conduta exemplar de coerência em pensamentos que só as ocultas tareias lhe fazem acreditar no seu projecto, foi o milagre da intelectualidade. Muito mal ficarão os associados representados na sua figura cimeira.

O que devemos dizer daquele grande sportinguista que durante anos liderou o Conselho Fiscal, apesar da empresa a quem está associado elaborar as auditorias e de cada vez que muda Presidente descobre-se ocorrências que os auditores nunca descobrem ou encobrem.

Sabe senhor associado José Eduardo Bettencourt porque não acredito em melhores dias para o clube consigo na presidência, além das infelizes coincidências referidas atrás, junto à análise feita, a conclusão de que o senhor demonstra um vazio de ideias estratégicas na esfera do desporto, num momento em que o poder dos clubes vai aumentar consideravelmente nos órgãos federativos, do futebol às restantes modalidades desportivas. Não li um pensamento seu no que respeita à estratégia a adoptar pelo Sporting grande baluarte do ecletismo português.

Sabe que, para além de estar preocupado com o Sporting, estou muito mais preocupado com a qualidade de muitos dirigentes desportivos, em especial do futebol, porque continuam a lidar com uma actividade económica importante de uma forma voluntarista e emocional. O desporto e em especial o futebol em Portugal tem que ser trabalhado com estratégia que salve o produto de consumo, nas suas vertentes todas. Caso não se invertam estas questões perdemos o comboio da competitividade definitivamente. Estou convicto que não sabe do que estou a falar porque é daqueles que olha para os adeptos com sobranceria e menosprezo.

Acrescento ainda a preocupação de o senhor não assumir com clareza quanto é que está disposto a receber de vencimento. Sou daqueles que aceito que hajam cargos remunerados no clube, mas exijo que tudo seja claro e transparente. Não podemos condenar os outros quando não o praticamos em casa.

A terminar quero expressar-lhe que dois sentimentos muito leais e frontais, caso seja eleito Presidente:

1. Desejo que nos próximos anos o clube tenha os maiores êxitos desportivos no futebol e noutras modalidades;
2. Se tal não acontecer serei o primeiro a dizer-lhe que abandone a presidência do clube porque terão sido provadas as minhas preocupações.

Muito mais deveria transmitir nesta mensagem, mas como espero que no decorrer desta semana de campanha eleitoral surjam respostas cabais para apontar caminhos e soluções para o Clube, reservo-me à observação atenta até ao dia 5 de Junho e redobrarei aquela atenção após o acto eleitoral.



Alcochete, 31 de Maio de 2009


Saudações Leoninas



Zeferino Boal

CITANDO NATÁLIA FARIA

Regresso de imigrantes está a deixar o país mais pobre e envelhecido


Representam seis por cento do PIB e garantiram 9,7 por cento dos bebés. Os imigrantes estão a deixar Portugal e, se a tendência se agravar, o país fica mais pobre



Portugal está a perder capacidade de atracção para os imigrantes. E, se o país não for capaz de segurar os imigrantes que tem e atrair novos, vai ficar mais velho e mais pobre, alertam vários especialistas ouvidos pelo PÚBLICO, segundo os quais é urgente colocar um travão à tentação xenófoba que ameaça em tempos de crise. Por estes dias, os imigrantes representam seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2007, foram responsáveis por 9,7 por cento dos nascimentos. E uma projecção recente do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que, sem imigrantes, a população descerá em 2060 aos 8,2 milhões. Muito antes disso, já a sustentabilidade da Segurança Social terá caído por terra.
Apesar de ainda não ter reflexo nas estatísticas oficiais, a saída de estrangeiros - sobretudo ucranianos -, a par da desaceleração das novas entradas, é uma certeza apontada pelos estudiosos do fenómeno migratório. "Só daqui a um ou dois anos é que esta diminuição terá efeitos estatísticos, porque o imigrante, quando se vai embora, não vai ao centro avisar, aliás, muitas vezes o que acontece é que eles retiram-se mas mantêm activo o visto para Portugal deixando aberta a possibilidade de voltar", explica Pedro Góis, investigador do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra.
Ilegais entre "55 a 75 mil"
No caso dos ucranianos, eram 41.530 em 2006. Em 2007, baixaram para os 39.480. Os números de 2008 deverão demonstrar nova diminuição. Mas longe ainda da "fuga" registada na realidade. "A maior parte escolhe a República Checa ou a Polónia - países de Leste mas mais próximos da União Europeia que começam a crescer em termos económicos", diz Góis. Há também os que vão trabalhar em Espanha "e vêm a Portugal só para renovar documentos", como afirma Manuel Solla, da Comissão Nacional para a Legalização de Imigrantes. Segundo Solla, a saída de ucranianos ocorre sobretudo entre os ilegais. "Já são menos de metade".
O mesmo com os brasileiros. Com um total de 66.354 legais, estes perfaziam, em 2007, a maior comunidade de estrangeiros. Agora, e apesar de o salário mínimo português continuar a triplicar o brasileiro, "há indícios de retracção neste fluxo, seja pela desaceleração de entradas seja pelo regresso de muitos ao Brasil", aponta Góis.
Todos concordam que um cenário de retracção dos imigrantes será fatal. "O país só ganha em suster os imigrantes que tem", avisa Eduardo Sousa Ferreira, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão e autor de um estudo sobre a contribuição dos imigrantes para a economia portuguesa. "A imigração contribui para seis por cento do PIB, o que é uma percentagem enorme", acrescenta, convicto de que "a alternativa à entrada de imigrantes é uma muito maior estagnação da economia".
Os 420.189 imigrantes que, no final de 2007, se encontravam em território nacional, segundo o SEF, perfazem cinco por cento da população do país e oito por cento da população activa. Aqui não entram em linha de conta os ilegais. Serão entre "55 mil a 75 mil", nas contas de Solla, para quem, mais do que preocupar-se com quotas, o Governo devia "dar autorizações de residência a quem, tendo entrado de forma irregular, tenha contrato de trabalho válido e contribua para a Segurança Social". Tal nem sempre acontece, segundo Eduardo Sousa Ferreira, "porque há um custo administrativo associado e, por outro lado, os empresários também não estão interessados nisso, porque um ilegal tem um grau de obediência que não teria se estivesse legal". Dito de outro modo, "os empresários portugueses aproveitam para ganhar mais à custa dos imigrantes e o Governo não está interessado em contradizê-los".
Algarve com mais bebés
Pedro Góis nota que Portugal até tem sido muito generoso com os imigrantes. "Desde 1992 que há sucessivas campanhas de regularização", recorda. E o mais urgente, para o investigador, é contrariar a lógica xenófoba que ameaça irromper ao virar da esquina. "Os imigrantes não são parasitas, são contribuintes líquidos para a nossa economia", enfatiza. Sublinhando que "as diferenças salariais entre Portugal e Luxemburgo vão continuar a ser elevadas", Góis lembra que "se o país der sinais de racismo e xenofobia, alguns dos melhores imigrantes, que já cá entram qualificados, vão-se embora". O que é mau. Culturalmente, "a diversidade é aquilo que fará avançar o país". Demograficamente, "os imigrantes são quem nos garantirá a sustentabilidade económica".
Porque "os imigrantes são essenciais à nossa dinâmica geográfica" é que Leston Bandeira, da Associação Portuguesa de Demografia, assiste horrorizado aos políticos com um discurso a puxar para a diabolização dos imigrantes. "O que os políticos tinham a obrigação de fazer era acalmar as pulsões xenófobas e racistas das camadas mais baixas - que são as mais xenófobas porque vêem no imigrante um concorrente".
Em Portugal, como no resto da Europa. "É um absurdo, mais não fosse porque as projecções feitas o ano passado pelo Eurostat mostram que até 2035 os países vão conseguir crescer graças à imigração. A partir de 2035, a imigração já não chegará e, aliás, vai passar a haver uma grande competição entre países para ver quem consegue atrair mais imigrantes", antecipa Leston.
Por estes dias, a importância dos imigrantes lê-se, por exemplo, nas projecções do INE segundo as quais, sem imigrantes, a população residente em Portugal descerá em 2060 aos 8,2 milhões. No final de 2007, éramos 10.617.575 milhões, mais 18,5 mil do que em 2006. E este crescimento baseou-se unicamente na entrada de imigrantes, já que Portugal registou nesse ano - pela primeira vez desde 1918 - um saldo natural negativo (mais mortes do que nascimentos).
Entre 2002 e de 2007, o salto populacional foi de 270 mil pessoas. Para este acréscimo, o saldo migratório contribuiu 91 por cento e o natural apenas nove por cento. Ora, mesmo nos nascimentos os imigrantes são importantes, já que, como salienta a investigadora Maria José Carrilho, numa análise à situação demográfica em Portugal, as estrangeiras foram responsáveis por 9,7 por cento dos bebés nascidos em 2007. Se somarmos os casos em que é o pai a ter nacionalidade estrangeira, a percentagem sobe para os 11,8 por cento. Não por acaso, o Algarve passou a perna ao Minho e é hoje a região portuguesa com maior taxa de natalidade. "O Algarve está com uma fertilidade parecida com a Suécia, de 1,8 filhos por mulher, contra uma média nacional de 1,33 filhos por mulher. E isso deve-
-se às imigrantes que se fixaram na região para trabalhar na restauração e nos serviços", aponta Bandeira. Não é só por causa dos turistas que o Algarve fala estrangeiro.
"A partir de 2035, vai haver uma grande competição entre países para ver quem consegue atrair mais imigrantes"
contribuído para fixar alguns cidadãos em Portugal.

Chineses
Oficialmente, eram 10.448, mas é enorme a margem de irregulares. A sua presença estará a diminuir. O ano passado fecharam, pelo menos, 11 mil casas comerciais. A crise afecta todos os comerciantes, incluindo os chineses. No início do ano, o administrador da Associação da Indústria e do Comércio dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, estimava uma quebra na ordem dos 30 por cento. Liang Zhan, da associação de Comerciantes e Industriais Luso-Chinesa falava em 20 por cento. A.C.P.

VERDADE 12

CITANDO MÁRIO CRESPO

"«Os bons e os maus



Já há mais jornalistas a contas com a justiça por causa do Freeport do que houve acusados por causa da queda da ponte de Entre-os-Rios. Isto diz muito sobre a escala de valores de quem nos governa.



Chegar aos 35 anos do 25 de Abril com nove jornalistas processados por notícias ou comentários com que o Chefe do Governo não concorda é um péssimo sinal.

O Primeiro-ministro chegou ao absurdo de tentar processar um operador de câmara mostrando que, mais do que tudo, o objectivo deste frenesim litigante é intimidar todos os que trabalham na comunicação social independentemente das suas funções, para que não toquem na matéria proibida. Mas pode haver indícios ainda piores.

Se os processos contra jornalistas avançarem mais depressa do que as investigações do Freeport, a mensagem será muito clara. O Estado dá o sinal de que a suspeita de haver membros de um governo passíveis de serem corrompidos tem menos importância do que questões de forma referentes a notícias sobre graves indícios de corrupção.

Se isso acontecer é a prova de que o Estado, através do governo, foi capturado por uma filosofia ditatorial com métodos de condicionamento da opinião pública mais eficazes do que a censura no Estado Novo porque actua sob um disfarce de respeito pelas liberdades essenciais.



Não havendo legislação censória, está a tentar estabelecer-se uma clara distinção entre "bons" e "maus" órgãos de informação com advertências de que os "maus" serão punidos com inclemência.

O Primeiro-ministro, nas declarações que transmitiu na TV do Estado, fez isso clara e repetidamente. Pródigo em elogios ad hominem a quem não o critica, crucifica quem transmite notícias que lhe são adversas.

Estabeleceu, por exemplo, a diferença entre "bons jornalistas", os que ignoram o Freeport, e os "maus jornalistas" ou mesmo apenas só "os maus", os que o têm noticiado. Porque esses "maus" não são sequer jornalistas disse, quando num exercício de absurdo negou ter processado jornalistas e estar a litigar apenas contra os obreiros dos produtos informativos "travestidos" que o estavam a difamar. E foi num crescendo ameaçador que, na TV do Estado, o Chefe do Governo admoestou urbi et orbi que, por mais gritantes que sejam as dúvidas que persistem, colocar-lhe questões sobre o Freeport é "insultuoso", rematando com um ameaçador "Não é assim que me vencem".



Portanto, não estamos face a um processo de apuramento de verdade. Estamos face a um combate entre noticiadores e noticiado, com o noticiado arvorando as armas e o poder que julga ter, a vaticinar uma derrota humilhante e sofrida aos noticiadores.

Há um elemento que equivale a uma admissão de culpa do Primeiro-Ministro nas tentativas manipulatórias e de condicionamento brutal da opinião pública: a saída extemporânea de Fernanda Câncio de um painel fixo de debate na TVI sobre a actualidade nacional onde o Freeport tem sido discutido com saudável desassombro, apregoa a intolerância ao contraditório.



Assim, com uma intensa e pouco frequente combinação de arrogância, inabilidade e impreparação, com uma chuva de processos, o Primeiro Ministro do décimo sétimo governo constitucional fica indelevelmente colado à imagem da censura em Portugal, 35 anos depois de ela ter sido abolida no 25 de Abril.

CITANDO BRANDÃO FERREIRA

PILOTOS MILITARES VS PILOTOS CIVIS OU COMO A FORÇA AÉREA NÃO CONSEGUE RETER OS SEUS AVIADORES


Ser piloto civil é exercer uma actividade tecnicamente complexa, fisiologicamente exigente, economicamente relevante e socialmente útil. É uma profissão relativamente bem remunerada e em termos sociais muito bem aceite. Isto é, as pessoas em geral, têm em alta conta a profissão de piloto comercial, mesmo sem saberem muito bem os quês e os como de semelhante actividade e certamente sem saberem que, infelizmente, aos profissionais do ar nem sequer lhes ser exigida uma licenciatura, embora muitos a possuam.

O comum do cidadão deve pensar que um seu semelhante que consegue meter-se dentro de uma máquina com asas cheio de “relógios” (agora écrans), manetes e botões e consegue levá-lo de um ponto para outro em qualquer parte do mundo deve ser uma espécie de super homem. Não é, mas não vem mal nenhum ao mundo que pensem assim, primeiro porque é bom para o nosso “ego” e depois porque só isso deve justificar que tanta gente entregue a sua vida e segurança nas mãos de semelhantes abencerragens.

Ser piloto militar é igualmente uma actividade complexa. Direi que mais complexa, pois é necessário aprender a operar as aeronaves em termos tácticos e tirar partido delas como armas. O tipo de missões é muito mais variado e é necessário aprender a operar com forças aéreas estrangeiras e em apoio das forças de superfície (Exército e Marinha). Além disso o risco é maior, pois o envelope em que se opera é mais arriscado e exigente e porque se tem que treinar do mesmo modo que se opera em situação de guerra.

Por todas estas razões as exigências fisiológicas são mais duras.

Ser piloto militar não é porém uma actividade economicamente importante, a não ser indirectamente, através das mais valias que se podem obter através da indústria aeronáutica/armamentos, para quem as possua. Mas fazem isto: criam segurança, sem a qual nenhuma actividade económica se pode desenvolver; são elemento importante de recolha de informações necessárias a número alargado de organismos do Estado; promovem a vigilância do Ar, da Terra e do Mar, a investigação de recursos e providenciam as necessidades de busca e salvamento e outras missões de apoio cívico.

E se mais não fazem é porque não lhes dão os meios e as ordens.

A sua função é pois, também, socialmente útil e ultrapassa em muito o simples transporte de passageiros e carga [1][1] praticado no meio civil. Mas apesar de assim ser a população em geral e os políticos em particular, continuam inacreditavelmente ignorantes do que fazem exactamente os pilotos militares, em todo o caso, a Força Aérea. E isto quando são um elemento fundamental de soberania e instrumento essencial da Política externa do Estado Português.

Em cima disto temos que dizer que um piloto militar é muito pior remunerado do que um piloto civil e está sujeito à condição militar que, na prática, se traduz em mais deveres e menos direitos.

Um piloto civil pode mudar de companhia e até de país, quando as suas qualificações e oportunidades o permitem. A sua actividade é regulada pelo mercado e por vezes pelo capitalismo selvagem. Quem se sindicaliza pode usufruir da respectiva protecção. É um ser individual que conhece mal todos os restantes trabalhadores. Trabalha em equipa dentro (e apenas), da sua tripulação. Existe pouco sentido gregário, e espírito de empresa. Esta é apenas local onde se ganha dinheiro. Onde se está.

A Força Aérea (FA) é em grande parte a antítese de tudo isto. Na FA serve-se. É-se. (até ver!) O piloto militar só pode servir na (sua) FA e é contemplado amiúde com deslocações frequentes que têm em conta as suas aptidões e desejos mas, sobretudo, as necessidades da organização.

O piloto militar vive em grupo e trabalha sempre em comum com muitos outros que se complementam. O espírito de corpo e a camaradagem são fundamentais. O piloto civil realiza o seu turno e vai para casa, o piloto militar tem mais mil coisas para tratar.

O piloto civil realiza tarefas; o piloto militar cumpre missões.

Ambos pertencem aos dois únicos grupos profissionais em Portugal (pilotos e militares), que verdadeiramente são avaliados anualmente.

Se a sociedade civil se aproveita de tudo isto a seu favor, enfim faz o que costuma no sentido de aproveitar as oportunidades do mercado e da legislação. Que o Estado trate tão diferentemente os seus servidores civis (caso da TAP por exemplo) e militares é que já não parece tão linear e apropriado. A criação recente da Empresa de Meios Aéreos veio até, agravar as injustiças.

Enfim muito mais haveria a referir. Em corolário do que temos vindo a dizer, cada vez há mais candidatos a piloto civil e a maioria deles nunca pensou em ser militar nem pode concorrer a não ser até uma idade muito baixa [2][2] ao passo que a FA, apesar de não ter dificuldades de recrutamento (as necessidades são também pequenas), não consegue reter os seus oficiais que aliás, podem empregar-se no mercado civil até aos 65 anos!

A situação é cíclica, nunca foi verdadeiramente estudada, nunca houve interesse político em resolvê-la (apesar de algumas piedosas declarações quanto pouco sentidas), e tem custos enormes para a Nação, e não estamos apenas, nem sobretudo, a falar de dinheiro.

Até o recente recurso a contratados tem dado maior resultado, devido em grande parte à incompetência legislativa. [3][3]

Incompreensivelmente as sucessivas chefias da Força Aérea, nunca conseguiram estabelecer critérios justos e equilibrados ao longos das últimas três décadas (!), mudando frequentemente de ideias, o que tem provocado efeitos devastadores nas fileiras.

Por outro lado nunca tiveram o saber e habilidade para convencerem os outros Ramos e o Poder político para a necessidade de se encontrar uma solução global para o problema e que não passa apenas por pagar melhor, mas sobretudo por um conjunto de actuações em várias áreas, onde a dignificação da condição militar não será a mais dispicienda.

Mas, perguntarão os leitores, se em Portugal não se consegue resolver um único problema que exista (e são tantos!), porque é que se havia de resolver este?

João José Brandão Ferreira

TCor /Pilav Ref

Comd. Linha Aérea



[1][1] Também alguns outros de menor expressão como fotografia aérea, monda agrícola ou combate a incêndios.

[2][2] Para a Academia Militar da FA somente até aos 21 anos.

[3][3] O que é que lhe haviámos de chamar?

sábado, 30 de maio de 2009

CITANDO HELENA MATOS

Nunca se deve dar poder a um tipo porreiro


O porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país

No início, ninguém dá nada por eles. Mas, pouco a pouco, vão conseguindo afirmar o seu espaço. Não se lhes conhece nada de significativo, mas começa a dizer-se deles que são porreiros. Geralmente estes tipos porreiros interessam-se por assuntos também eles porreiros e que dão notícias porreiras. Note-se que, na política, os tipos porreiros muito frequentemente não têm qualquer opinião sobre as matérias em causa mas porreiramente percebem o que está a dar e por aí vão com vista à consolidação da sua imagem como os mais porreiros entre os porreiros. Ser considerado porreiro é uma espécie de plebiscito de popularidade. Por isso não há coisa mais perigosa que um tipo porreiro com poder. E Portugal tem o azar de ter neste momento como primeiro-ministro um tipo porreiro. Ou seja, alguém que não vê diferença institucional entre si mesmo e o cargo que ocupa. Alguém que não percebe que a defesa da sua honra não pode ser feita à custa do desprestígio das instituições do Estado e do próprio partido que lidera. O PS é neste momento um partido cujas melhores cabeças tentam explicar ao povo português por palavras politicamente correctas e polidas o que Avelino Ferreira Torres assume com boçalidade: quem não é condenado está inocente e quem acusa conspira. Nesta forma de estar não há diferença entre responsabilidade política e responsabilidade criminal. Logo, se os processos forem arquivados, o assunto é dado por encerrado. Isto é o porreirismo em todo o seu esplendor.
Acontece, porém, que o porreirismo de Sócrates, pela natureza do cargo que ocupa, criou um problema moral ao país. Fomos porreiros e fizemos de conta que a sua licenciatura era tipo porreira, exames por fax, notas ao domingo. Enfim tudo "profes" porreiros. A seguir, fomos ainda mais porreiros e rimos por existir gente com tão mau gosto para querer umas casas daquelas como se o que estivesse em causa fosse o padrão dos azulejos e não o funcionamento daquele esquema de licenciamento. E depois fomos porreiríssimos quando pensámos que só um gajo nada porreiro é que estranha as movimentações profissionais de todos aqueles gajos porreiros que trataram do licenciamento do aterro sanitário da Cova da Beira e do Freeport. E como ficámos com cara de genuínos porreiros quando percebemos que o procurador Lopes da Mota representava Portugal no Eurojust, uma agência europeia de cooperação judicial? É preciso um procurador ter uma sorte porreira para acabar em tal instância após ter sido investigado pela PGR por ter fornecido informações a Fátima Felgueiras.
Pouco a pouco, o porreirismo tornou-se a nossa ideologia. Só quem não é porreiro é que não vê que os tempos agora são assim: o primeiro-ministro faz pantomina a vender computadores numa cimeira ibero-americana? Porreiro. Teve graça não teve? Vendeu ou não vendeu? Mais graça do que isso e mais porreiro ainda foi o processo de escolha da empresa que faz o computador Magalhães. É tão porreiro que ninguém o percebeu mas a vantagem do porreirismo é que é um estado de espírito: és cá dos nossos, logo, és porreiro.
E foi assim que, de porreirismo em porreirismo, caímos neste atoleiro cheio de gajos porreiros. O primeiro-ministro faz comunicações ao país para dizer que é vítima de uma campanha negra não se percebe se organizada pelo ministério público, pela polícia inglesa e pela comunicação social cujos directores e patrões não são porreiros. Os investigadores do ministério público dizem-se pressionados. O procurador-geral da República, as procuradoras Cândida Almeida e Maria José Morgado falam com displicência como se só por falta de discernimento alguém pudesse pensar que a investigação não está no melhor dos mundos...
Toda esta gente é paga com o nosso dinheiro. Não lhes pedimos que façam muito. Nem sequer lhes pedimos que façam bem. Mas acho que temos o direito de lhes exigir que se portem com o mínimo de dignidade. Um titular de cargos políticos ou públicos pode ter cometido actos menos transparentes. Pode ser incompetente. Pode até ser ignorante e parcial. De tudo isto já tivemos. Aquilo para que não estávamos preparados era para esta espécie de falta de escala. Como se esta gente não conseguisse perceber que o país é muito mais importante que o seu egozinho. Infelizmente para nós, os gajos porreiros nunca despegam.

A VERGONHA DE UM BASTONÁRIO

Felizmente, não pertenço ao grupo de associados da Ordem de Advogados. Mas, não fico alheio aos actos tresloucados e à "diarreia" de discurso do actual bastonário.

Faz afirmações gratuitas sem as confirmar e insulta outros profissionais do mesmo oficio. É bom não esquecer que ele é jornalista, também.

Que triste exemplo este: http://www.youtube.com/watch?v=zAmc1eIrW-8

terça-feira, 26 de maio de 2009

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 6

2.3. – O futebol e o futuro
Da análise sintética no paragrafo anterior e vivendo nós num país em que o futebol é a modalidade predominante, impera a visão parcial e emotiva na análise de todo o jogo, assente muito na clubite da competição. Como tal o uso das novas tecnologias nem sempre é vista pelo prisma mais imparcial possível, sem descurar os aspectos corporativos e muito enraizados na sociedade portuguesa.

Estando em dinâmica um movimento peticionário que visa o uso das novas tecnologias no futebol, em especial, mas ao desporto em geral; é muito provável que assistamos a um prazo não muito longe ocorrerem alterações substanciais e eficazes.

Mas tal só será possível e em Portugal, mesmo que seja com carácter provisório se houver uma maior pressão junto daqueles que possuem o poder de decidir. Estamos convictos que muitas das discussões sem sentido sobre as decisões tomadas a bem ou mal pelas equipas não desaparecerão com as novas tecnologias, porque essas decisões fazem parte da essência do futebol, mas talvez se recupere alguma da credibilidade do jogo.

No entanto, tal como vimos anteriormente não devemos ultrapassar o limite do razoável no uso de novas tecnologias para que não caia no absurdo do exagero de que os resultados ficam previamente programados.

Estamos convictos os árbitros serão os primeiros beneficiários do recurso às novas tecnologias. Mas, o grau de exigência de responsabilidade também vai recair muito nos ombros dos técnicos e dirigentes, porque por exemplo, mais facilmente saberão estudar o tipo de jogo que as suas equipas possuem, quais as características e rendimento dos seus atletas e de que tipo de aquisições devem fazer.
Seria sem duvida importante que o recurso as novas tecnologias não se cingisse à questão do chip na bola. Os clubes deveriam apostar muito fortemente no produto que é espectáculo de futebol, desde o envolvimento táctico, às questões técnicas dos atletas e à qualidade do serviço prestado aos associados, sem descurar todos os parceiros do negócio.
Conclusões
No decorrer do desenvolvimento fomos retirando algumas considerações que permitam de neste momento extrair algumas conclusões sintéticas:
1. As instituições desportivas em Portugal têm um caminho a percorrer no uso das novas tecnologias, ainda há uma enorme carência de aplicação, as quais permitirão no futuro economizar alguns recursos.
2. Há uma divergência entre as boas intenções e vontades de alguns agentes desportivos e a aplicação prática das novas tecnologias no desporto.
3. Os técnicos enquanto profissionais do espectáculo devem ser os primeiros a contribuir para a evolução e eficácia da gestão desportiva, nem sempre isso acontece porque reagem muito em função do lado emotivo da decisão.
4. Com os conhecimentos que hoje se colocam ao mundo global, os desportos são vistos como um negócio de espectáculo, como tal as diferentes modalidades devem continuar a sua evolução sem ficar reféns da aprendizagem que acontecerá no futebol, como modalidade principal.
5. Ao futebol está reservado um papel importante no futuro, que é a da credibilidade e isso só acontecerá forem introduzidos mecanismos que atenuem o grau de desconfiança, mesmo que se corra o risco de perder alguma imprevisibilidade.
6. A evolução tecnológica tem que salvaguardar os valores fundamentais do espírito desportivo: competição, ética e equidade.


Florbela Calado Silva
Zeferino Boal

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 5

No âmbito deste capítulo, é nossa intenção alertar para duas áreas de enorme importância onde a evolução tecnológica tem tido uma importância acrescida a longo dos tempos. Uma das áreas respeita à nutrição dos atletas de alto rendimento e outra na investigação que originam a mutação do corpo humano. Não nos vamos pronunciar sobre factores relacionados com o doping, porque consideramos que este tema exige uma abordagem específica atendendo às diferentes complexidades.

No entanto importa relevar que a evolução tecnológica e cientifica no campo nutricional e vitamínico tem sido enorme. Não há praticante de alto rendimento que não tenha um acompanhamento desta natureza, seja para melhor a performance ou para procurar condições de treino.

No âmbito de treino há que referenciar o uso acentuado de software e análise estatísticas que os técnicos recorrem para melhor conhecer os seus atletas, bem como as fragilidades dos adversários. Esta prática tem evoluído para o seu uso em plena competição.

Várias questões se colocam no âmbito dos temas aqui abordados. Uma delas é se haverá limites humanos que condicionem a evolução tecnológica no desporto, outra reflexão é até que limite é possível evoluir sem colocar em causa o grau de imprevisibilidade do desporto, estaremos a caminhar para um determinado momento onde os resultados ficam programados antes da competição?
2.2. – Análise aos inquéritos

No âmbito do trabalho que nos propusemos executar, decidimos endereçar o convite a um elevado número elevado de pessoas, alguns responderam ao inquérito. Este inquérito foi elaborado de uma forma simples e muito objectiva. Infelizmente as respostas ficaram aquém das expectativa criadas inicialmente. Fizemos um esforço para abranger todas componentes dos agentes desportivos, desde os atletas até aos dirigentes, passando por atletas, jornalistas entre muitos outros, que exercem uma qualquer função no desporto.

Atendendo ao diminuto numero de respostas a nossa análise peca por defeito de consistência numa base mais alargada. No entanto, assumimos o risco de extrair alguma conclusões:


Há a opinião generalizada de o desporto e o espectáculo no geral tem bastante a lucrar com o recurso às novas tecnologias.

No futebol há a opinião divergente, de acordo com o grau de interacção no jogo. O praticante e o espectador que aspira pela vitória pugna mais facilmente pelo recurso às novas tecnologias.

Há quem intervenha no futebol que não acredita no êxito da introdução das novas tecnologias, pelo facto de estas puderem retirar a imprevisibilidade das decisões do jogo.

Aparentemente, há dois denominadores comuns: um a introdução do chip para melhorar os juízos sobre se a bola entrou ou não na baliza e o outro é a necessidade de reformar alguma mentalidades ao nível do dirigismo.

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 4

Até nos aspectos às vezes mais acessórios, como por exemplo o uso de luvas no golfe ou noutras modalidades, como o automobilismo, motociclismo, ciclismo, hóquei; tem surgido com investigação, adaptando as luvas aos tamanhos das mãos dos atletas, ao modo como usam a força, ao tipo de equipamento que usam. Neste aspecto, podemos adiantar que a este respeito algo semelhante se passa nas corridas do “Nascar”, onde há a prática em utilizar uma cotoveleira para segurar o volante durante as sucessivas curvas longas.

Um outro equipamento que tem um uso em diferentes modalidades é a raquete, a qual é utilizada por exemplo no ténis, no ténis de mesa, no badmington entre outros. No inicio do século passado as raquetes eram constituídas em tacos de madeira. A sua composição além de se ter tornado mais leve, tem materiais que desde as redes, às camadas de protecção, que tudo em conjunto permitem melhorar consideravelmente as performances das jogadas com maior velocidade e efeitos no objecto de jogo, seja uma bola ou não.

A origem das peças de desporto foi diversa no entanto, em quase todos os desportos tem ocorrido que devido à evolução tecnológica, associada à competição comercial por parte das empresas que produzem os equipamentos, tem obrigado a que as respectivas Federações internacionais imponham regulamentação própria nas competições.
No entanto, por exemplo no futebol nos escalões não profissionais (ou melhor não mediáticos) continua a ser possível que uma equipa apresente na primeira parte uma bola de jogo e na segunda parte seja o adversário.

A origem dos compostos que produziram alguns utensílios de desporto, foi primeiramente a madeira, as peles, os ossos de animais. Nos dias de hoje quase todos os apetrechos desportivos são compostos por fibras sintéticas de natureza diversa.

Outro aspecto da evolução tecnológica no desporto deve ser vista no piso dos equipamentos. No futebol, para além de deixar de ser praticado na terra batida, evoluiu para o relvado natural, agora já estamos na fase do relvado sintético. Porém, durante a longa vigência do relvado natural, tem havido investigação e aprendizagem para os campos não se deteriorarem com facilidade, atendendo ao uso de desgaste. Se a isto, considerarmos que há treinos específicos no futebol e noutras modalidades em função do tipo de corte da relva se o campo está molhado ou não.

Ainda no âmbito dos pisos, atendemos, à evolução que tem ocorrido nos pisos dos pavilhões desportivos. Onde se pode encontrar pisos ainda em tacos de madeira, outros são em argamassas com mais ou menos cimento, tapetes em borracha com mais ou menos aglomerados sintéticos ou não. Existe uma enorme variedade conforme a finalidade do seu uso.

Surgiram equipamentos que se adaptaram à ergonomia dos praticantes, desde o ciclismo, à natação, ao atletismo, ao hóquei em gelo, sky. No ciclismo, podemos enunciar com a adaptabilidade dos equipamentos integrais, ao capacete aerodinâmico, à bicicleta adaptada à posição predominante do ciclista. Na natação atingiu-se o ultimo grito na aerodinâmica e da ergonomia com os últimos fatos de banho, utilizados nos jogos olímpicos.

Regressando à questão das bolas, a investigação tem estudado o tempo de coseduras nas diferentes bolas de jogo nas várias modalidades. Não deixemos de referenciar o simples disco do hóquei no gelo, o qual se danificava com frequência no decorrer de uma partida e como tal tornou-se imperioso evoluir para uma composição mais sólida, sem alterar as suas características.

Importa, aqui, também realçar que alguma alterações das tecnologias que têm influenciado a prática das diferentes modalidades, também resultam da influência comercial das marcas e nos tempos mais recentes dos efeitos televisivos.

Sem abordarmos de uma forma especifica o futebol. Vejamos alguma influências exercidas por outro tipo de novas tecnologias: o râguebi adoptou o uso de auriculares para por exemplo a equipa de arbitragem ser auxiliada nas suas decisões. No automobilismo, além dos auriculares, o público que assista às provas pode sentir uma enorme inteiração, ouvindo as comunicações entre os pilotos e as equipas técnicas.

Para o público que assista às competições na televisão, em várias modalidades foi possível além de visualizar os replays das jogadas, foi viável saber as velocidades das jogadas, ter uma visão como se tivesse inserido na competição em concreto.

Nas provas de sky, para aumentar a espectacularidade, colocam-se câmaras nos equipamentos dos praticantes, tal como no automobilismo, Até na natação o público pode acompanhar as provas e as exibições acrobáticas com imagens subaquáticas.

O uso de novas tecnologias tornou-se imperioso na edificação dos recintos desportivos, não só pelas questões já abordadas anteriormente mas também pela obrigatoriedade de garantir maior segurança, comodidade, espectacularidade entre outras características, na relação com os espectadores e na melhoria de performance dos atletas. Apesar de algumas resistências às mudanças por parte de algumas federações os espectadores têm sentido a oportunidade de retirar alguma duvidas em ocorrências ao longo das competições. Surgiram écrans de televisão, auriculares para acompanhar os acontecimentos no decorrer da competição.

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 3

apoios anteriormente referidos, nomeadamente gestão financeira suficiente que permita contratar Know-How humano tecnicamente bem preparado para implementar tais decisões



As novas tecnologias no Desporto
2.1. – Aplicabilidade no desporto em geral
O desporto na sociedade moderna adquiriu um espaço de ocupação e de importância na vida humana que é reconhecida em qualquer parte do Mundo.

A actividade física é a procura do bem estar do homem e tem sido um caminho difícil, mas evolutivo. Sejam atletas que exerçam aquela como lazer ou nas vertentes competitivas que é a profissional.

Neste capítulo procuraremos mencionar alguns exemplos históricos para que se possa fazer a uma avaliação da evolução. De uma forma superficial e sintética, analisaremos a evolução tecnológica nas seguintes áreas; “equipamento desportivo”, “equipamento desportivo”, “combate e controlo de substâncias” “edificação de instalação” entre muitas outras.

Perpassa a ideia no cidadão comum que as diversas práticas de actividade desportiva, pouco têm evoluído. Com recursos a utilização de meios informática. O adepto mediano e tradicionalmente olha para os resultados desportivos com uma visão deturpada dos factos. Os adeptos no geral entendem que muitos dos resultados obtidos são uma consequência do uso de substâncias especiais, sejam eles dopantes ou não.

O desporto tem evoluído nas performances desportivas dos atletas, têm sido ultrapassadas sucessivas recordes porque há uma investigação

permanente no que diz ao desporto e em qualquer modalidade. O desenvolvimento tecnológico desportivo não pode deixar de ser visto sobre a vertente económica. De uma forma simplista podemos afirmar que os atletas profissionais como estrelas de um espectáculo desportivo, adquiriram um grau de exigência originando avultadas verbas em investimentos.

Por outro lado, muitas empresas no desporto na área desportiva no campo da investigação cientifica provocam um desenvolvimento tecnológico que mais tarde fazem repercutir no normal da actividade da sociedade. Alguns exemplos podem ser formulados:

A evolução tecnológica do automóvel em grande medida resulta da investigação que é feita no âmbito da competição automobilística, seja na Fórmula 1, ou nos Ralis ou qualquer outro tipo de prova. Mesmo as marcas de pneus testam os seus produtos na competição antes de comercializarem os mesmos.

As suspensões e travões hidráulicos foram usados primeiramente nos automóveis de competição. Por outro lado, há processos que foram inversos; como o caso, dos fatos dos pilotos e mecânicos, os quais resultaram da investigação feita no âmbito dos combates aos incêndios e na actividade associada ao risco.

Há questões que se colocam nos dias de hoje, como por exemplo: se a evolução tecnológica e os resultado desportivos associados à performance dos atletas, estão a criar fossos de desenvolvimento ou não. Ou seja, será que existem atletas verdadeiramente sobredotados para ultrapassar marcas “intransponíveis”?. Obviamente, que não há uma resposta clara a esta questão e outras, porque temos tido exemplos de quebras das tais marcas intransponíveis. Quando tal acontece, os técnicos e dirigentes mais próximos dos atletas procuram justificar os resultados com o esforço e o trabalho bem como a persistência dos atletas. No entanto, é do conhecimento comum, que há sempre algo escondido no negócio, por revelar. Por este facto, os técnicos na qualidade de responsáveis da orientação dos treinos, procuram evoluir tecnicamente, descobrindo novos campos de investigação.

Alguns atletas ou técnicos, procuram o sucesso meteórico recorrem de uma forma fácil à tecnologia que marca nomeadamente nas áreas da alimentação e das “drogas”. Neste campo, por vezes há uma clara colisão com a Ética desportiva.

Procurando de uma forma histórica e simples iremos enquadrar exemplos de aplicação tecnológica em diferentes modalidades desportivas.

No golfe, houve uma grande evolução no final do século passado na composição dos equipamentos, desde dos tacos às bolas, passando pela facilidade de transporte dos mesmos. A marca “Callaway” é um exemplo. A bola de golfe passou a ter uma superfície bem rugosa, para que fosse exercida sobre a mesma os efeitos aerodinâmicos necessários à melhoria de performance.

Os tacos evoluíram dos tradicionais sticks, muito semelhantes a troncos de madeiras, para os actuais equipamentos constituídos por ligas leves de alumínio e não só. Os troncos de madeira tiveram o seu uso em deferentes modalidades desportivas, desde o citado golfe, ao ténis, hóquei, cricket, entre outros. Se nos primórdios da prática desportiva os equipamentos eram algo semelhantes, actualmente com facilidade se descortina o uso do equipamento.

Se nos primórdios da competição estava enraizado no espírito desportivo a robustez para quase todos os utensílios desportivos, com a investigação tecnológica tem-se caminhado para a simplicidade e leveza daqueles, procurando-se aperfeiçoar a componente técnica e táctica dos praticantes.

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 2

Gestão das tecnologias
1.1. – Conceito de gestão
Depreende-se pela considerações anteriores que tecnologia significa Know-How, pelo que, se trata de uma organização de conjunto de complexo de conhecimentos e meios organizados com vista a uma produção. Segundo Lowell W. Steele trata-se do “Knowledge of how to do things” ( o saber fazer) , utilizando determinadas dinâmicas para resolver problemas.
A tecnologia é uma complexidade de problemas que origina uma complexidade de contratos, por exemplo, na criação de um determinado produto tecnológico têm que ser garantidos diversas clausulas de garantia, qualidade, que prevejam resultados devidamente certificados.
Na concepção das novas tecnologias conjugam-se e interligam-se diversas ciências, tais como a óptica, electrónica, mecânica, termodinâmica, etc. Estes novos produtos são visto sob o ponto de vista da gestão como uma solução para determinados problemas financeiros, mas exigem elevados investimentos financeiros e disponibilização material em recursos comerciais, daí que se exija uma planificação cuidada.
A área que se tem desenvolvido no seio das empresas que investem nestes sectores é a actividade de I&D (investigação e desenvolvimento), sendo utilizado para a fabricação, elaboração dos projectos industriais
O surgimento destas novos conceitos resulta do Dilema do push-pull que na prática significa que é a procura que puxa pela inovação , para a resolução deste dilema as Empresas têm que observar o mercado, conhecer as necessidades dos clientes (Praticantes, Atletas, Sponsors) , e avaliar a cada novo lançamento quais as respostas e graus de satisfação dos mesmo. Essa satisfação repercute directamente na rentabilidade que o produto pode trazer, para tal deverá ser fazer
estudos estatísticos que avaliem a “curva de vida do produto” que expressa o volume de produção no tempo, unidade de tempo e o volume acumulado
Compete ao Estado promover a acelaração destes processos de inovação tecnológica, através de financiamentos públicos, incentivos fiscais ao investimento, formação contínua a sobretudo a criação de um mercado público de estudo, em áreas, tais como, energia, saúde, educação, comunicações interligádas com o Desporto.
1.2. – Aplicação genérica da tecnologia na gestão
Em meados dos anos 80 – Michael Porter no seguimento dos raciocínios anteriores vem criar o conceito da análise das vantagens concorrenciais, pela qual as empresas podem concentrar os esforços a fim de se diferenciarem dos seus concorrentes marcando-se pela diferença nos mercados em que lideram.
Potter adicionou esta metodologia quantitativa de análise dos custos completando com os métodos de posicionamento estratégico resultando factores de diferenciação tecnológico; Acentuou a procura na pesquisa de novas matérias primas e materiais e processos de fabrico, resultado destas acções foram por exemplo a criação do Walkman pela Sonny que se traduziu num enorme sucesso pelo nr. de vendas obtido.
O mais importante neste âmbito é a formulação de uma estratégia dentro de cada empresa, criando um conjunto de políticas adaptáveis á evolução da empresa. Potter é a este respeito bastante inovador classificando o comportamento estratégico sob a forma de segmentos .
A competitividade de uma empresa depende do resultado de diversas acções, que de acordo com a sua natureza e aplicação pode-se resumir em cinco acções:
- Eficácia; produtividade; qualidade; reactividade e novidade.
A conjugação destes factores resulta num bom resultado quanto á rede vendas, boa resposta na produção, bom serviço aos clientes e grande capacidade das empresas em dominarem as concepções tecnológicas inovadoras
A competitividade e a inovação são dois factores fundamentais no domínio da empresa para fazer face à concorrência, devendo internamente recorrer a bons procedimentos organizados.
Importante no campo de I&D é a capacidade de previsão, de antecipação dos acontecimentos, pelo que, as empresas têm que se dotar de instrumentos e meios que respondam no tempo á continuidade dos produtos, mas também a flexibilidade para o seu ajuste á evolução.
Utiliza-se laboratorialmente em gestão de tecnologias a análise estatística com representação gráfica com curvas em S, demonstrando que os progressos técnicos não são proporcionais ao esforço despendido e aos investimentos efectuados, podendo a sua avaliação aos pares fornecer dados importantes para prevenção do futuro.
Para além da utilização destes instrumentos clássicos, pode-se usar curvas de indicadores adiantados, de substituição, envelopes, delphi, métodos matriciais, criatividade, modalidade de venda, dimansão das séries. É corrente associar-se as novas tecnologias com histórias mitológicas. Pela análise estatística consegue acompanhar a cadeia evolutiva dos chamados fenómenos, tentar-se perceber as causas , perceber as consequências das investigações torna a concepção dos produtos cada vez mais minuciosa.
Cada vez mais os cientistas tentam encontrar argumentos para cientificidades, no entanto, muitas vezes a concepções dos produtos resulta de uma combinação e correlação de vários factores e artificios. A procura de informação cada vez está mais dispersa e dificil atendendo a que pela grande quantidade torna-se dificil de apurar e simplificar a sua autenticidade.
O problema principal reside na transformação destas informações brutas em técnica e verossivel para utilização na criação do processo tecnologico de concepção do produto, utilizando-se para isso tais como :
- Triagem ; Avaliação ; Divisão das componentes ; Síntese
Um dos factores bastante impeditivos para a expansão e evolução de uma empresa que se dedica á investigação tecnologica é a grande falta de todos os.

NOVAS TECNOLOGIAS NO DESPORTO 1

A BARREIRA TECNOLÓGICA ORIENTAÇÃO INOVADORA NA GESTÃO

Introdução

Para caracterizar o estudo das novas tecnologias aplicadas ao desporto, em especial, no Futebol, importa conhecer o conceito e perceber este projecto.

A expressão “tecnologia” designa de uma forma simples o conjunto complexo de técnicas, artes e ofícios que têm a possibilidade de modificar / transformar o ambiente natural, social e humano (cognição) em novas tecnologias nascidas artificialmente , sendo que esta tecnicidade é basicamente política .

A tecnologia resulta de um processo de descoberta humana enquadrando-se o seu ambiente natural/ social, tendo a possibilidade de modificar o seu “modus-operandi” , modificando o ambiente natural do seu meio em artificial.

Analisando-se a forma de escrita – “tecno-logia” exprime-se semanticamente ia como técnica do conhecimento, interpretação, sendo que, a expressão “tecno” assume diversas variáveis enquanto estudo aplicado ao longo da história em determinado contexto, tanto em sociedade como na própria ciência, neste contexto, CIÊNCIA DO DESPORTO.

A aplicação da tecnologia nesta área pode servir para investigar, projectar, reutilizar, aplicação de técnicas, utensílios, que se traduz com a inter-ligação do conhecimento no saber-fazer .

No senso-comum _ TECNOLOGIA é sinónimo de tecnicidade, actualmente este conceito é muito mais avançado. Recebendo influências de estudiosos na Antiguidade, como por exemplo, na Grécia Antiga, por exemplo na mitologia – Mito do Prometeu, significava descoberta, conhecimento, o saber necessário para o domínio do fogo que se aplicava na criação de ferramentas e utensílios.

Esta civilização avançada para a época denominava a aplicação grega de – Techné – Artes e Ofícios, em que, segundo Sócrates , Platão refere-se muitas vezes à Techné. Segundo Aristóteles, a Techné é superior à experiência, mas

Inferior ao raciocínio – pensar (raciocínio puro) .

A evolução destes raciocínios de distinção entre técnica e arte é escassa, dado que, este conceito é aplicado genericamente como um conjunto de regras por meio das quais se consegue algo .

Actualmente, o conceito de novas tecnologias evoluiu cientificamente e tecnicamente nas formas do saber-fazer, destacando-se “saber” enquanto ciência; Temos a evolução cronológica da antropologia da técnica (passado versus presente) e a epistemologia da tecnologia (presente em direcção ao futuro) – Sendo que, actualmente a tecnologia é a arte que transforma o mundo natural em realidades artificiais .

Pretende-se demonstrar neste trabalho que as novas tecnologias aplicadas ao desporto, visa contrariamente a incertezas e descrenças adversas ao desenvolvimento tecnológico, que são ainda consequência do período séc. XIX / XX .Nomeadamente, a sujeição do trabalho humano ás exigências da automação, que tende a transformar o homem em acessório da máquina .

A defesa do ilusionismo da tecnologia e o deslumbramento, carece da aplicação racional de certas potencialidades e técnicas humanas. Denominando-se por consciência maquínica, ou seja, percepção consciente, racional, do amplo desenvolvimento técnico e tecnológico .

sexta-feira, 22 de maio de 2009

CITANDO BÁRBARA WRONG

"O essencial de Bolonha está longíssimo de ser cumprido"

António Nóvoa desiludido com a forma como
o Governo tem tratado o sector.
Nas universidades está a resposta para a crise, diz o investigador

O professor e investigador António Nóvoa foi reeleito reitor da Universidade de Lisboa (UL) já pelas regras do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). A lei tem pouco mais de um ano, mas o reitor considera-a ultrapassada. Nóvoa confessa estar desiludido com o primeiro-ministro porque não cumpriu as promessas feitas. É preciso investir mais na universidade porque é ela que vai ajudar a encontrar as respostas para ultrapassar a crise, defende.
Foi eleito com base no RJIES. Por que é que diz que está ultrapassado?
O RJIES é o fechar de um ciclo em que se endeusava a lógica do mercado, da gestão empresarial e parecia que não havia outra maneira de organizar as instituições. Nos últimos seis meses, o mundo avançou de uma maneira tão brutal que muitos destes modelos se tornaram caducos. Temos que inventar outros modelos de funcionamento para as instituições.
Como serão esses modelos?
Há um aspecto central que se traduz na necessidade de encontrar modelos de maior participação da comunidade académica. A ideia de que os estudantes são clientes é absurda, estes são membros da comunidade académica e devem participar da vida da universidade. Quando a ideia do RJIES foi apresentada, lembro-me de uma frase de Vital Moreira que chamou ao reitor um CEO [presidente executivo]. Eu não sou CEO, mas reitor. Em vez da participação democrática, o modelo abre a porta a oportunismos e isto não é bom. O governo da universidade hoje é mais complicado do que era no passado.
A crise económica veio evidenciar os problemas do financiamento às instituições?
Hoje, finalmente, a sociedade portuguesa percebeu que houve um desinvestimento brutal nos últimos anos. Quando foi aprovada a Declaração de Praga, Durão Barroso disse que seria um erro, neste momento de crise, não investir nas universidades, porque são elas que podem ajudar as sociedades a sair da crise. Esta ideia, infelizmente, não chegou a Portugal. Há um problema de critérios porque o financiamento é pouco transparente.
Porque não se tem cumprido a fórmula de financiamento?
Não há fórmula, é uma falácia. No momento em que o Governo fixa um plafond e diz "agora ponham-se uns contra os outros, a ver quem consegue a maior fatia do bolo", não há fórmula. Há o sentimento de que estamos a competir pelo mesmo, o que contribui para uma relação difícil entre as universidades.
O primeiro-ministro fez promessas às instituições de que 2009 seria um ano de mais investimento. Estamos em Maio, mudou alguma coisa?
Há uma desilusão grande pela maneira como as coisas foram ditas e não foram cumpridas. Em Janeiro de 2008 foi-nos dito que toda a folga orçamental seria canalizada para o ensino superior, em Julho foi-nos dito que infelizmente a folga era mínima, mas a prioridade do ensino superior se mantinha. Tudo isto eu consegui perceber e aceitar. O que é incompreensível é que no momento em que se deram incentivos à economia não tenha havido um único cêntimo para os edifícios que estão a cair de podres.
Como vê o facto de os alunos terminarem os cursos e não encontrarem trabalho?
O debate da empregabilidade deve ser visto por um lado, no sentido de um país com níveis de qualificação extraordinariamente baixos - por isso nos causa incómodo que uma pessoa licenciada não tenha um emprego à altura. Sabemos que, no futuro, metade dos empregos disponíveis vão exigir ensino superior. Temos que tentar passar este discurso para a sociedade.
A UL já concluiu a transição para Bolonha?
O essencial de Bolonha está longíssimo de ser cumprido em Portugal. É evidente que houve uma operação de cosmética. Quando se publica a lei, em 2006, e as instituições tiveram 12 horas para entregar os cursos adequados, deu--se o sinal que não era para ser a sério. Bolonha foi feita num período em que não havia liderança nas universidades e, durante quatro anos, quando mais precisávamos de avaliação, esta não existiu. Quatro anos sem avaliação é um acto de irresponsabilidade. Não houve tempo para formação, para avaliação. Vai tudo pagar-se caro.
É uma oportunidade perdida?
Há sempre novas oportunidades mas, depois de Bolonha a brincar, vamos ter que fazer Bolonha a sério. Essa tem três matrizes: a mais positiva, que é a abertura e mobilidade; a segunda, a "mudança de paradigma", em que estar na universidade é estar de outra maneira que implica laboratórios, bibliotecas, estudo autónomo. É insensato aplicar Bolonha num momento de cortes financeiros e isso não deu bons resultados. O terceiro ponto é o da empregabilidade. É muito difícil que no final do 1.º ciclo se dê boa formação de base e se dê um diploma profissional.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

VERDADE 11

«Eurojust chief embroiled in

Portuguese corruption scandal»
Valentina Pop

EUObserver*/Brussels – The EU's judicial co-operation body, Eurojust, on Wednesday tried to distance itself from a scandal involving its head, Jose da Mota, who allegedly put pressure on prosecutors in order to stop a corruption probe involving Portuguese Prime Minister Jose Socrates

*Independent daily online newspaper providing news from around the European Union and from EU Institutions.

"For the time being, Eurojust does not want to comment on this case. It is a national case in Portugal and Eurojust is not involved in this case," Johannes Thuy, a spokesman for the Hague-based EU body told this website.

The allegations against Jose da Mota puts Eurojust in a bad light ( Attached Photo: European Commission)

Portugal's general prosecutor on Tuesday launched a disciplinary procedure against Mr Mota following an internal investigation "of alleged pressures" on magistrates.

The accusations were made in connection with a case pointing at Mr Socrates at a time when he was minister of environment and allowed the construction of an outlet shopping mall on protected land allegedly in exchange for kickbacks.

Two magistrates dealing with the so-called Freeport affair last month accused Mr Mota of having tried to persuade them to side-line the investigation at the request of the premier and the minister of justice.

The premier and Mr Mota's relationship goes back to the late nineties, when they worked in the same government as state secretaries for environment and justice respectively. In 2002, when the new EU body was formed, Mr Mota was transferred to Hague as Portugal's representative to Eurojust.

He was elected head of the judicial co-operation body in 2007, at a time when the so-called Freeport case had already started.

As head of Eurojust, Mr Mota not only represents the EU body in public events, but also chairs the internal meetings, such as the one last year when Portuguese prosecutors asked their British counterparts to hand them over the evidence collected in the Freeport case.

If formally indicted after the disciplinary procedure, which might last around 10 days, Mr Mota would most probably be replaced by someone else as Portugal's representative to Eurojust.

"These allegations are incredibly serious and, if proved, call into question the political independence and credibility of Eurojust," Stephen Booth from Open Europe, a London-based eurosceptic think-tank told this Website.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

VERDADE 10






























E se a isto juntarmos ao que parece a denúncia que foi arquivada em 2002, por ter entrado nos serviços de Lisboa?

domingo, 17 de maio de 2009

TAXA DE DESEMPREGO

O INE acabou de publicar as Estatísticas do Emprego referentes ao 1º Trimestre de 2009. E elas revelam, por um lado, um aumento muito significativo do desemprego; por outro lado, uma destruição muito elevada de postos de trabalho; e, finalmente, uma percentagem reduzida de desempregados a receber subsidio de desemprego.

A taxa desemprego oficial, ou seja, aquela que é utilizado pelo governo e divulgado habitualmente pelos media, atingiu, no 1º Trimestre de 2009, 8,9%, ou seja, mais 1,4 pontos percentuais da registada no 1º Trimestre de 2005, quando o actual governo tomou posse. Em valor absoluto são mais 83,2 mil desempregados dos que existiam no 1º Trimestre de 2005. Mas para além deste desemprego ainda existiam mais desempregados, não incluídos nestes números oficiais de desemprego. E esses desempregados são os chamados "inactivos disponíveis" (desempregados que por não terem procurado emprego na semana em que foi feito o inquérito não são considerados nos números oficiais de desemprego, embora estejam efectivamente desempregados), assim como o chamado "Subemprego visível" (desempregados que não encontram emprego, que não têm direito ao subsidio de desemprego que, para sobreviver, fazem pequenos "biscates" e que, por isso, não são incluídos nas estatísticas oficiais). Se somarmos os "inactivos disponíveis" e o "subemprego visível" ao número oficial de desemprego (469,9 mil no 1º Trimestre de 2009) obtém-se 624,3 mil, o que corresponde já a uma taxa efectiva de desemprego de 11,2% no 1º Trimestre de 2009, portanto superior à taxa oficial de desemprego de 8,9% divulgada pelos media

Os dados do INE também revelam uma elevada destruição de emprego. Entre o 2º Trimestre de 2008 e o 1º Trimestre de 2009, o número de postos de trabalho no nosso País passou de 5.228,1 mil para 5.099,1 mil, o que significa que neste período (3 trimestres ) foram destruídos 129 mil postos de trabalho. Mas esta destruição tem aumentado de ritmo ultimamente, pois no 1º Trimestre de 2009, ou seja, apenas num trimestre, foram destruídos 77,2 mil de postos de trabalho. É um agravamento socialmente insustentável, que prova que as medidas tomadas pelo governo são manifestamente insuficientes, pois não estão a conter o aumento do desemprego.

Apesar da elevada destruição de emprego, e de um aumento muito rápido do desemprego, a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego é muita reduzida, sendo bastante inferior à registada quando este governo entrou em funções. Assim, no 1º Trimestre de 2005, se se considerar o desemprego oficial a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego era de 76,3%; e se se considerar o desemprego efectivo essa percentagem diminuía para 57,3%. Mas no 1º Trimestre de 2009, a percentagem de desempregados a receber subsidio de desemprego era já de 60,7% se se considerar o desemprego oficial, e de apenas 48,2% se se considerar o desemprego efectivo. Estes números mostram só por si a necessidade urgente de alargar o subsídio de desemprego a mais desempregados, medida essa que este governo continua a recusar tomar, apesar da miséria aumentar no País devido à subida rápida do desemprego.

VERDADE 9

Requerimento a Fernanda


Ó Fernanda, dado
que já estou cansado
do ar teatral
a que ele equivale
em todo o horário
de cada canal,
no noticiário,
no telejornal,
ligando-se ao povo,
do qual ele se afasta,
gastando de novo
a fala já gasta
e a pôr agastado
quem muito se agasta
por ser enganado.
Ó Fernanda, dado
que é tempo de basta,
que já estou cansado
do excesso de carga,
do excesso de banda,
da banda que é larga,
da gente que é branda,
da frase que é ópio,
do estilo que é próprio
para a propaganda,
da falta de estudo,
do tudo que é zero,
dos logros a esmo
e do exagero
que o nega a si mesmo,
do acto que é baço,
do sério que é escasso,
mantendo a mentira,
mantendo a vaidade,
negando a verdade,
que sempre enjoou,
nas pedras que atira,
mas sem que refira
o caos que criou.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
que falta paciência,
por ter suportado
em exagerado
o que é aparência.
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado,
ao fim e ao cabo,
das farsas que ele faz,
a querer que o diabo
me leve o que ele traz,
ele que é um amigo
de Sao Satanás,
entenda o que eu digo:
Eu já estou cansado!
Sem aviso prévio,
ó Fernanda, prive-o
de ser contestado!
Retire-o do Estado!
Torne-o bem privado!
Ó Fernanda, leve-o!
Traga-nos alívio!
Tenha-o só num pátio
para o seu convívio!
Ó Fernanda, trate-o!
Ó Fernanda, amanse-o!
Ó Fernanda, ate-o!
Ó Fernanda, canse-o!

ONDE ESTÁ A DIGNIDADE DOS OFICIAIS DAS FA's

Recebi este e-mail e por não ter assistido à reportagem transcrevo na integra:

"Acabei agora de ver a síntese do Jornal das 10 na RTP2. E o que acabei de ver?...

Um Oficial Superior das Forças Armadas, numa missão oficial ao estrangeiro, a colocar o seu dedinho na parte posterior do sapato do Exmo Sr Presidente da República Portuguesa para que Sua Excelência pudesse enfiar o seu calcanhar de forma mais suave. O objecto, que o Sr Oficial Superior achou por bem substituir com o seu dedo, chama-se calçadeira.

Tratou-se de uma visita de Estado à Turquia e o Sr Presidente da República Portuguesa tencionava calçar-se de novo, por se ter descalçado, após visitar uma mesquita.

Fui (acho que ainda sou) Oficial Superior das Forças Armadas Portuguesas.

Representei Portugal o melhor que soube e que pude, em variadíssimas ocasiões e nos mais diversos países estrangeiros.

Alguns (muito poucos) a quem agora envio este mail saberão perfeitamente que me foi colocada a hipótese de vir a desempenhar um cargo semelhante (creio que apenas devido às minhas capacidades linguísticas, mas adiante...), ao que recusei liminarmente por achar que havia algo de servil neste cargo. Nunca pensei que pudesse chegar a tanto!

Considerem isto como um desabafo. É um simples email, façam o que quiserem dele. Quanto às imagens, elas falam por si, e pouco se pode fazer mais delas... Apenas vos peço para as verem, se tiverem oportunidade disso."

A culpa não é do oficial em causa que tomou a inciativa de poupar a coluna do senhor Presidente da República. O problema está em algumas chefias que ao longo destas últimas décadas deixaram de dar o exemplo aos seus subordinados para manterem a coluna na vertical.