VERDADE 64 - VERGONHA INSTITUCIONAL

Câmara 'expulsa' GNR da cerimónia do 5 de Outubro

A GNR foi dispensada de participar na cerimónia oficial do 5 de Outubro, que se vai realizar na praça do município, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro José Sócrates, cuja participação foi conhecida ontem. Na guarda há quem entenda esta 'expulsão' como uma "afronta" que deve merecer uma resposta do Comandante-Geral, general Nelson Santos.

Até quinta-feira estava confirmada a presença da Unidade de Segurança e Honras de Estado (USHE) da GNR. Mas, o facto de ter vindo a público, através de uma notícia ontem publicada pelo DN, que tinha causado mal-estar na GNR a exigência da Câmara Municipal de Lisboa (CML) para que a USHE prestasse honras militares a António Costa, terá provocado esta situação inédita.

Esta força de segurança todos os anos marca o simbolismo das comemorações prestando as honras ao Presidente da República. Como este ano, Cavaco Silva não vai participar por entender que a sua presença podia perturbar o período eleitoral, seria António Costa a presidir. Por estar em plena campanha eleitoral, delegou em Paula Teixeira da Cruz o discurso oficial. Com a presença de Sócrates o problema não se colocava mas a GNR ficou fora.

O porta-voz oficial da GNR confirmou que esta força "não vai estar presente na cerimónia junto ao edifício da CML" . Não quis, no entanto, comentar a relação que esta situação possa ter com a questão das honras militares.

O comando-geral foi informado ontem desta 'dispensa' através de um ofício do gabinete de António Costa. A câmara remeteu também esta informação para o ministério da Administração Interna (MAI), que não comenta.

Neste momento estão ao rubro as relações entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a GNR. Ontem, o DN noticiou que o serviço de protocolo da CML tinha pressionado o comando-geral da GNR para que António Costa fosse alvo de honras militares, que noutros anos são dirigidas ao P.R. .

Do ponto de vista militar, a realização desta exigência seria irregular e inédita, pois esta cerimónia rege-se pelo Regulamento de Continências e Honras Militares, que define que personalidades a elas têm direito. Presidentes de câmara não estão incluídos.

Na notícia de ontem o DN dizia que o MAI tinha pedido ao comando-geral da GNR para ir ao encontro do desejo do serviço de protocolo de António Costa. No entanto, ontem á tarde, o gabinete do Ministro Rui Pereira, afirmou ser "inteiramente destituída de fundamento" essa "referência ao MAI".

"Dispensando a GNR, a CML resolveu o problema da cerimónia, mas pode ter ferido gravemente a honra da guarda", comentou um oficial desta força de segurança.

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