PENSAMENTOS ABERTOS E LIVRES - 91 (CITANDO ? SOBRE O PSD SETÚBAL)

Nunca, em liberdade, o PSD conseguiu conquistar uma câmara municipal no distrito de Setúbal. Em 2025, apenas contabiliza duas juntas de freguesia, numas autárquicas em que, mais uma vez, o mapa distrital ficou rosa, vermelho e independente. Tudo menos laranja. O partido não perdeu apenas eleições. Perdeu relevância. Concelhos promissores, como o Montijo, foram mal geridos. O PSD desperdiçou oportunidades, com uma direção distrital incapaz de articular candidaturas sólidas ou estratégias consistentes. Ou como em Setúbal, onde a Câmara caiu nas mãos de Maria das Dores Meira, ex-PCP, candidata independente apoiada pelo partido. A candidata ganhou, não o PSD. O partido não consegue apresentar alternativas próprias. Depende de terceiros. O quadro nacional agrava o cenário. Nas legislativas de 2025, o Chega teve 26%, o PS 25% e o PSD (AD) apenas 21%, atrás de todos. E o mais grave: os dirigentes locais vivem de carreiras nacionais. Deputados e secretários de Estado ocupam-se de gabinetes, ignorando as nossas vilas, as nossas cidades, a nossa comunidade. Sem presença autárquica, não há resultados duradouros. A política de gabinete substituiu o contacto diário com as pessoas. É aí que o PSD de Setúbal se tornou irrelevante. Falta estratégia. Falta investimento em militantes. Falta presença nos concelhos. Há resignação. O PSD existe nos boletins de voto, mas não na vida real do distrito. O distrito de Setúbal está numa encruzilhada. Ou o PSD reconstrói liderança e estratégia local, ou continuará irrelevante. E a culpa é da liderança distrital e nacional. Sem base autárquica, até deputados ou secretários de Estado são inúteis para o distrito. Este não é mais um ciclo perdido. É decadência estrutural.

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