sexta-feira, 14 de maio de 2010

CITANDO JOFFRE JUSTINO

Não concordando com algumas considerações feitas não resisto a transcrever um texto do meu amigo JJ:

"Finalmente!

Alguns amigos meus, a maioria provavelmente, irá dizer que “me passei de vez”, pois este finalmente tem a ver com o saudar, que faço, das medidas de combate à crise, tomadas recentemente, em acordo entre o Governo/PS e o PSD, liderado por Passos Coelho.

Começava a ficar tarde.

É visível que o Governo procurou, enquanto pôde, encontrar soluções que permitissem combater a crise sem drama, até que viu Portugal envolvido na trama da alta finança americana no sentido de acabar com o euro e, claro, com a União Europeia, entidade supra nacional que é temida e detestada por quem entende que o Império Americano deve dominar a solo, o mais que puder.

E, note-se, é sabido que esta não é a opinião da maioria pensante americana, nem do governo Obama, mas continua a ter forte eco entre a alta finança dos EUA.

Aquela que na verdade está por detrás desta brutal crise mundial que, só agora, os portugueses começam a entender que existe realmente.

Não fora o ataque brutal contra o euro e à Grécia, a Espanha e a Portugal, (não é por acaso que não sucedeu o mesmo aquando da Irlanda…), e o governo português, assim como os restantes, continuariam com medidas de “panos quentinhos” e, possivelmente, até teriam encontrado um caminho suave de superação desta crise.

Foi o que o governo Socrates tentou, na certeza de que ajudou também bastante que os populistas tivessem sido derrotados no PSD.

De facto, sem Manuela Ferreira Leite e os seus seguidores, eurodeputados ou não, foi possível encontrar-se uma solução “de país”, para enfrentar a crise, que não teria acontecido caso os populistas à PSD tivessem ganho o Congresso do PSD.
Eu defendi um governo de salvação nacional logo a seguir às últimas eleições e, inclusivamente, durante as campanhas eleitorais….

Era já visível que seria vantajoso para o país que um governo à “Bloco Central”, (possivelmente, disse-o, mais alargado), surgisse das eleições, e tivesse por apoio parlamentar alargado, condições para avançar com medidas firmes, mas certamente menos duras que hoje foram tomadas, de combate à crise.

As fantochadas populistas que vivemos na comunicação social, no parlamento e até em algumas “ruas”, originaram impasses que agora nos fazem pagar bem mais caro os luxos que entendemos poder viver nos anos do cavaquistão e do guterrão…

Como sabemos a divida portuguesa tem uma responsabilidade a 75% das famílias e das empresas e a 25% do Estado…e resulta do facto de termos sido convencidos que éramos um “país rico”, ( o que não somos desde a destruição da nossa frota aquando da ocupação espanhola…), por quem fez da adesão à CEE não um projecto de desenvolvimento, como era o desejo de Mário Soares e Mota Pinto, mas um projecto de rápido enriquecimento à custa dos “dinheiros da CEE”…

Fomo-nos endividando sem regra, sem orientação, sem projecto.

E agora mostram-nos a conta e não queremos acreditar.

Teremos de acreditar!

Já tivemos de acreditar entre 1983 e 1985, onde a governação Mario Soares e Mota Pinto, que a assumiram com coragem de leaderes que eram, ( e Soares ainda é, lamentando eu que Mota Pinto já não esteja entre nós), e por termos empenhado o nosso esforço superámos a crise.

Teremos de o fazer outra vez.

Deixando de lado os populismos, que imaginam que se “os ricos pagarem a crise” nós não teremos de a pagar.

Ridículo raciocínio, pois escamoteia o facto de parte da dívida ser mesmo nossa, nas casas compradas, nas televisões compradas, nos electrodomésticos comprados, nos telemóveis comprados, nos carros comprados, com empréstimos que tiveram de ser suportados por empréstimos da banca na banca internacional.

A juros como sucede connosco e tendo de pagar como sucede connosco…

Há abusos?

Sem dúvida e os abusos não deveriam ter sido permitidos!

Gestores públicos, vivendo da aplicação dos nossos impostos a ganharem 4000 euros dia ?

Inaceitável!

Mas mesmo que os puséssemos no desemprego isso não resolveria a crise, goste ou não goste o sr prof. Anacleto Louçã….

Por razões morais a redução que foi imposta já deveria ter sucedido e, hoje, até deveria ser maior.

Ajuda, mas não resolve o problema, pois a dívida é mesmo nossa.

Devemos é questionar quem andou a impingir-nos a ideia de que somos ricos – Cavaco Silva.

E, digo-o, precisamente por eu ser socialista, António Guterres.

O primeiro com mais responsabilidades que o segundo, mas ambos com responsabilidades.

Mas não basta apontar para os políticos.

A comunicação social merece, tem de, ser questionada também.

Ela soube que o BCP quando integrou o BPA teve financiamentos da CEE para a formação profissional que se tivessem sido, como devia, usados para essa função, teriam posto os balcões, todos, BCP e BPA, fechados para cumprir toda aquela “formação”, durante um ano!

Que disse a comunicação social sobre o assunto?

Zero!

Era o cavaquistão em todo o seu esplendor!

Hoje vemos os dirigentes do BCP a terem de pagar entre 900 000 e 1 000 000 de euros. Parte deles foram dirigentes do PSD, e governantes do PSD, outra parte importantes apoiantes!

O que está escrito sobre tal na comunicação social?

Zero!

Ah se fossem do PS as páginas que encheriam….!

Mas hoje temos uma crise para resolver e que só pode sê-lo, juntos.

Finalmente há coragem para a enfrentar.

Façamo-lo!

coisasdehoje.blogs.sapo.pt/

Sem comentários:

Enviar um comentário