domingo, 18 de fevereiro de 2018

INTERVENÇÃO NO 37º CONGRESSO DO PPD/PSD

DISCURSO 37º CONGRESSO PPD/PSD Sr. Presidente da Mesa do Congresso Sr. Presidente do PPD/PSD Companheiras e companheiros Estreando-me em intervenções num Congresso do PPD/PSD, e no novo quadro do contexto atual tenho a obrigação de formular os maiores votos de felicidades e sucesso, a si companheiro Rui Rio, Portugal precisa agora de si e o partido em particular. O país tem sinais de melhorias devido ao grande contributo e ao rumo que no passado recente foi liderado pelo nosso partido, mas as ilusões são muitas e continuam a ser colocadas algumas realidades nos armários como esqueletos, para mais tarde afirmarem que a culpa é de outros e não dos atuais governantes. Temos questões para abordar que se enquadram na Moção Estratégica que mais não visam do que reflexões verdadeiras para recuperar alguns nichos de eleitorado perdidos recentemente. Esse eleitorado fugiu devido a diversos fatores e muito em especial porque não compreenderam as medidas urgentes que foram necessários tomar para governar o país. Ainda hoje alguma revolta ou mágoa existe. Olham para o PPD/PSD, como o partido dos cortes e do permanente aperto do cinto. Companheiro Rui Rio, sabemos que é um homem de verdade e enfrenta os obstáculos e ultrapassa-os para implementar as suas políticas. Da Moção Estratégica podemos depreender que tem preocupação com a intervenção social; que seja ampla e próximas das populações e permanentes. A arte de governar é um exercício difícil e hoje talvez mais espinhoso que em séculos passados. Depois das visionárias grandes obras de Marques de Pombal, contam-se pelos dedos os governantes que tomaram decisões em obras projetadas para um futuro mais longo. Por exemplo, urge inverter o erro grasso em fazer-se a opção pelo desperdício de verbas, no famoso aeroporto Portela+1, com opção Montijo. Ultimamente, as nomeações políticas são um sinal claro da promiscuidade dos interesses lobistas dessa opção. A manter-se esta hipótese, que é limitada no tempo, ao invés deveria avançar-se para uma fase zero em Alcochete, que tem um limite temporal para no mínimo cem anos. Por outro lado, ao iniciar-se a fase zero em Alcochete é exequível deslocalizar empresas para fora da área urbana de Lisboa. Ajudando a corrigir assimetrias. Não me vou alongar nesta análise, apenas apelo que tenha a sua arte de governar e não preconize a solução mais fácil. Foi por não pensarem assim que os portugueses há 500 anos foram à procura do Mundo e deixaram um legado que não deve ser abandonado ou esquecido. Fazemos parte de uma Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e todos os povos estão em pé de igualdade e o seu peso institucional é equivalente. Mas, na prática há muito trabalho para fazer no âmbito da cidadania em Língua Portuguesa. O PPD/PSD sempre foi um partido interclassista, mas tem uma enorme dificuldade em interagir no seio de muitos cidadãos que vivem em Portugal, e com direitos adquiridos, mas com origens e heranças de terras de Língua Portuguesa. Tal quadro ocorre, porque deixamos certas forças de esquerda darem a entender que são elas os melhores interlocutores com esses cidadãos. Hoje até no quadro partidário e internacional alguns partidos hegemónicos naqueles países têm outros protagonistas e formas de agir diferentes. É imperativo intervir próximo das comunidades de Língua Portuguesa residentes em Portugal, que não conseguem equivalências nas habilitações literárias e que sofrem descriminação por questões raciais entre outros fatores o que origina serem empurrados para a marginalidade. No contexto político devemos atender às mudanças que vão surgindo em alguns países nomeadamente Angola. Há combate às letargias do passado e devemos incentivar medidas de cooperação, até porque a corrupção não tem cor de pele, nem é diferente no estatuto social. A corrupção existe em qualquer parte do Mundo onde vivam homens com falta de valores éticos e egoístas na sociedade. Portugal, infelizmente fez opções erradas na liderança do Governo e na época poucos acreditaram no que por aí eu afirmava. Acredito que o PPD/PSD tem um papel relevante a desempenhar no seio das comunidades de cidadãos de Língua Portuguesa. Estas são algumas áreas que se enquadram na Moção Estratégica apresentada, tenho a certeza que serão temas pouco explorados por outros companheiros, no entanto não poderia deixar de os focar. Apesar de serem temas nacionais são assuntos que tocam em particular no distrito em que sou militante, Setúbal e da Seção Concelhia de Alcochete. O distrito de Setúbal não é um deserto, tem vida humana e digna apesar da proximidade à capital. A agenda política tem que mudar e é preciso agir porque o País espera por alternativas. Há bem pouco tempo, os portugueses uniram esforços e a maioria acreditou que era possível retirar o país da bancarrota e inverter o ciclo económico. No entanto, iludidos pelas facilidades aceitaram que uma maioria de esquerda viesse a governar. A pouco mais de um ano das previsíveis eleições gerais, começam a existir sinais que a qualidade de vida dos portugueses não melhora tão significativamente, apesar da propaganda governativa; afinal, em 2018 os indicadores apontam que se vive como em 2008 e o patamar da regressão em relação à Europa mantém-se. Companheiro Rui Rio tem de unir o partido, respeitando as divergências, mas procurando que as discordâncias sejam limadas na esfera e no âmbito da militância partidária. O novo ciclo tem que agir com clareza e transparência, porque tal é a imagem de marca do nosso novo Presidente do partido, o qual no período que governou o “ reino do norte”, enfrentou então os lóbis de bloqueio que existem por aquelas paragens. Ao nível nacional o quadro é diferente, mas tem que ser possível reavivar o partido e colocar as estruturas a trabalharem para o todo, deixarem focos de egos oportunistas; só o ressuscitar da letargia recente é possível conquistar de novo o poder para dar um rumo diferente ao País. Não podemos continuar com estruturas inertes e que não se viram para o eleitorado que está fora do partido; essa viragem também só acontecerá se o exemplo vier de cima. Hoje, procurar convergências com a liderança governativa, é um claro sinal de fraqueza e diminuição da alternativa que se procura; é preciso assumir autonomia e ser o grande polo aglutinador dos portugueses. Tal só acontecerá se souber reagrupar internamente os mais modernos e melhores quadros prestando os reconhecimentos àqueles, que no passado deram o seu contributo ao País e ao partido, mas que hoje não devem ser reintegrados porque num passado muito recente tiveram a liberdade de escolher outro caminho. A Arte de Governar não se exerce com modelos táticos de curto prazo, mas com uma estratégia visionária de futuro. Companheiro Rui Rio, todos sabemos, que, se preparou e auto-motivou convenientemente para este cargo, agora que tem o apoio dos militantes compete-lhe preparar os portugueses e motiva-los para votar no PPD/PSD. Todos seremos com certeza úteis. Z. Boal

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