domingo, 26 de setembro de 2010

OUVI DIZER - 40

Recebi uma informção que reporto idóneo a qual traduz o mal-estar nas FA's:

DE: Grupo de Oficiais Generais indignados com o CEMGFA
PARA: Jornalistas e Políticos

ASS: Espiões Militares, confusões de um CEMGFA

É natural que este tipo de correspondência cause estranheza e desconfiança. No entanto pedimos que leia este comunicado e realize um pequeno exercício de reflexão e, no fim, conclua se temos razão, ou não.

O General Valença Pinto, actual CEMGFA, é um produto radioativo para o poder político. É o paradigma acabado de um certo tipo de Oficial, burocrata, sem experiência Operacional, com uma ética rasteira, muito do agrado de um certo poder político que confunde muitas vezes subalternização com submissão. No entanto, face à idade avançada a que ascendem ao generalato e à imagem que têm de si próprios, este tipo de oficiais desenvolvem no seu interior uma revolta profunda e um desrespeito total pelo poder político a que estão submetidos e em vez de colaborarem com este, para o fim supremo, que é o bem nacional, desenvolvem agendas pessoais.

O General Valença Pinto realizou um ascenção burocrática pouco relacionada com o produto operacional. É um Oficial de Estado-Maior que nunca esteve no terreno, ou realizou operações reais. Pior do que isso, quanto à transformação das Forças Armadas diz respeito, assume-se conhecedor de soluções que não entende, pois nunca as viveu, ou praticou, nomeadamente as operações conjuntas. Daí a sua fácil confusão entre integração e operações conjuntas. Apresenta-se deste modo, nas suas atitudes, como um Chefe do Estado-Maior do Exército mais antigo e que interfere continuamente nas decisões do General Pinto Ramalho.

Indo directamente ao assunto dos espiões militares, o que deve ter acontecido é que o General Valença Pinto acordou um belo dia com a ideia peregrina de fazer um figuraço, mostrando que o recentemente recriado Centro de Informações e Segurança Militar (CISMIL) na sua dependência, ia para a Guerra, nos teatros mais difíceis do Afeganistão e do Líbano. Nesta ideia misturaram-se de forma explosiva os seguintes ingredientes:
• A ignorância forçada dos Políticos sobre como se conduzem operações militares, pois são manipulados, informados e dirigidos por um CEMGFA perigoso manipulador e megalómano;
• A ignorância forçada da Comunicação Social, pois acaba por ser intoxicada pela própria entorage deste manipulador, que coloca os seus talibãs no terreno a produzir declarações obscurantistas;
• A profunda ignorância do CEMGFA relativamente à forma como se processa este tipo de operações no terreno;
• A completa falta de senso e de ética do General CEMGFA;


Ora analisemos os factos. Todas as Forças militares no terreno têm, necessariamente, na sua organização uma célula de análise e tratamento de dados que suporta o planeamento. A célula de análise é, na designação dos Estados-Maiores, a 2ª Divisão, mais conhecida como Divisão de Informações. A célula de Planeamento é a 5ª Divisão. A 2ª Divisão do Estado-Maior não recolhe informações. Estas, são recolhidas no terreno pelos militares da própria força e depois são sistematizadas nessa célula. Também podem ser recebidas de outras Forças a operar no terreno, através de contactos bilaterias, ou da estrutra macro em que esta se insere, como seja a OTAN. Na essência, estes militares da 2ª Divisão, ou Divisão de Informações, estão no Quartel-General, bem protegidos e são, de todos, aqueles que correm menos riscos no terreno. Aliás, só quem nunca esteve integrado em Forças Internacionais podia crer que os EUA permitiriam que espiões Portugueses saissem para o terreno, claro está, a falar Pashtu da Cova da Moura e tirocinados na prática da Praça da Figueira, com o perigo de virem a ser degolados em espetáculo transmitido para o Mundo inteiro via CNN.

O que o manipulador sem ética, CEMGFA, quis foi fazer um brilharete, induzindo nos políticos e na comunicação social uma importância excessiva de um serviço novo sob sua dependência, que precisa de mostrar trabalho, fazendo crer que andavam no terreno misturados com a população, ou forças opositoras, em acções secretas de elevado valor estratégico. É claro que o tiro saiu-lhe pela culatra. Por isso pediu ao General Loureiro dos Santos para, de forma disfarçada, dizer que afinal os espiões não eram espiões, mas burocratas militares que tratam informações... no quentinho do Quartel-General.

Pode-se concluir que o CEMGFA, com as suas torpes tácticas, está a desprestigiar as Forças Armadas e o País, com uma postura pseudo intelectual, que esconde uma profunda ignorância Operacional relativamente às Informações Militares e aos Serviços Secretos.

Não podemos acabar este comunicado sem referir que este CEMGFA será muito provavelmente recordado como o promotor dos Sindicatos Militares nas Forças Armadas. Pois cometeu todos os erros possíveis e impossíveis nos processos de reorganização das Forças Armadas, em especial na LOBOFA, na LOEMGFA e na Reforma da Saúde Militar.
Ao desprezar as Associações dos Militares, está a alimentar um monstro sindical, que adquire momento, e ao qual nos opomos totalmente, mas que infelizmente se afirma nas Forças Armadas.

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