segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

SEM MAIS JORNAL 18DEZ15

O QUE É O NATAL? OU QUE SE COMEMORA? A Cristandade comemora o nascimento de Jesus de Nazaré no dia 25 de Dezembro. No entanto não se sabe a data e local do nascimento de Jesus de Nazaré. As escrituras não nos prestam qualquer ajuda. E o Evangelho canónico mais antigo, Marcos, ignora tudo da infância de Cristo. Mateus situa o nascimento de Jesus em Belém de Judá, por causa da profecia de Miqueu. João situa-o vagamente na Gaileia, citando, também a profecia segundo a qual o Messias deveria vir à luz em Belém. Só a partir do Século II da nossa era que a Igreja entendeu dever situar no ano a data de nascimento de Cristo. Clemente de Alexandria propôs o 18 de Novembro. Outros avançaram a data de 2 de Abril, ou 20 de Abril por exemplo entre outras. Os egípcios sustentavam o 28 de Março. Em 243, o documento “De Pascha Computus” tomou a decisão pelo 28 de Março! Na primeira metade do Século II, os Basílicos do Egipto (seita semicristã de gnósticos que operava no Egipto) seguidos pelos cristãos da Síria, pronunciaram-se pelo 6 de Janeiro, devido a influência do culto de origem grega de Dionisio. Assim, tal se compreende que aparentemente sob a influência tripla daquele culto, de Osíris e de Aion, que o nascimento de Jesus então idêntico à Epifânia, foi primeiro fixado em 6 de Janeiro. Por essa razão foram situados na mesma data dois outros acontecimentos miraculosos: batismo de Jesus nas águas do Jordão e o episódio das “Bodas de Canã”. Em 386, foi decidido oficialmente que as duas grandes festas cristãs são a Páscoa e a Epifânia. Mas, nessa época no Ocidente, uma outra tradição veio à luz. O nascimento de Cristo foi fixado em 25 de Dezembro. Tal opção se deve às antigas tradições europeias do solstício de Inverno, bem como algumas festividades mais especificamente romanas, tais como as antigas Saturnais ou o jovem culto do Deus Mitra. O solstício de Inverno, marca o período mais sombrio do ano, aquele em que os dias são mais curtos e as noites longas, constitui uma das festas mais importantes dos povos de origem indo-europeia. O 25 de Dezembro foi sempre celebrados entre os povos germânicos e anglo-saxões com mais entusiasmo que o Oriente, onde declínio do calor causava mais prazer que o seu aumento. A Igreja dos primeiros séculos, ao escolher o 25 de Dezembro como a suposta data do nascimento de Jesus, operou um sincretismo subtil. Cristo, da mesma penada, foi assimilado ao “Sol Invicto”. Recorde-se oportunamente que a Bíblia chama ao Messias “O Sol da Justiça” (Malaquias 4,2). Por sua vez “Sol Invictus” era o nome da festa que celebrava em Roma o 25 de Dezembro, porta solsticial das encarnações divinas, por ocasião da noite mais longa. No lugar desse sol escondido, colocamos a estrela de Natal. A primeira menção latina do 25 de Dezembro como festa da Natividade remonta ao ano 354. Mas, nessa data, nenhuma cerimónia particular ainda lhe estava associada. Em 440, a Igreja decide oficialmente celebrar o nascimento de Cristo em 25 de Dezembro. Em 506, no Concílio de Agde, o Natal tornou-se uma festa obrigatória. As comunidades cristãs da Arménia e da Síria, em particular, ficaram horrorizadas com a escolha do 25 de Dezembro que qualificavam de “jornada de festa pagã”. Acusando a Igreja do Ocidente de “idolatria” decidiram ficar fiéis ao 6 de Janeiro. A fusão dos costumes do Natal e das antigas tradições do solstício de Inverno tornou-se com o decorrer dos séculos cada vez mais estreita. A origem “pagã” da festa de Natal parece hoje ser admitida comummente. Foi caracter “pagão da festa que lhe valeu não ser posta em pelos extremistas da fé e hoje é sem dúvida a maior festa do Mundo. É deste modo que a todos desejamos um Feliz e Santo Natal e um Ano Novo ainda mais próspero no progresso da Humanidade, da Igualdade e da Fraternidade.

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