quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

DISCURSO NO 39º CONGRESSO NACIONAL DO PSD

Srs. Congressistas e companheiros! Em período natalício, para os crentes, que simboliza o nascimento de uma nova vida, estamos reunidos no “conclave” do PSD, para sairmos daqui fortalecidos e levarmos uma mensagem aglutinadora ao povo português de que há mais vida para além da vida de oposição. Companheiros! Está na hora! Como simbolizou Fernando Pessoa. Esta é a hora de cumprir um Portugal diferente. É a hora de retirar o polvo socialista das amarras da Nação, porque esta vai definhando em cada orçamento de Estado. Companheiro Rui Rio! É a hora de ouvir as bases, como diz que o elegeram, venho, de Alcochete, uma “ilha” no mapa do distrito de Setúbal, com gente que pensa e é livre de alguns “gurus” ou ventos que, de quando, em vez sopram. Sobre política nacional já muitos contributos, foram dados e com propostas para o programa eleitoral, outros o têm feito através das reuniões do CEN, nem sempre participativas e muito pouco divulgadas, mas esse é um problema de comunicação interno, há muitos anos. Assunto que ficará para análise futura. No entanto há duas questões relevantes que os munícipes de Alcochete e das zonas ribeirinhas mais próximas possuem, como tal é de uma grande preocupação para os militantes da seção, para que possamos levar a mensagem para as eleições. O PSD olhando para o futuro, ou seja, para as próximas gerações tem que forçar uma decisão clara e sem ambiguidades do passado, que quando estivemos no Governo também contribuímos, mas como dizíamos Portugal precisa de um novo aeroporto, seja ele construído onde for. É urgente em termos dimensão nacional e de atividade económica em geral para o País, mas como contributo efetivo para atenuar a especulação dos custos imobiliários na região. Esta especulação imobiliária está a contribuir para que jovens da região em particular não tenham casa, não haja investimento empresarial e como tal aumenta a deslocação das pessoas para fora das suas áreas de residência. Juntando a má articulação da rede de transportes numa Área Metropolitana, que afeta indiretamente o ambiente que todos queremos preservar na teoria, porque na prática estamos longe de Marte. Aqui, um pequeno parêntesis, devemos contribuir para alteração das assimetrias fiscais, por exemplo empresas com indústrias numa região e pagam o grosso dos seus impostos noutro local. É neste local e como contributo eleitoral para o PSD, companheiro presidente, temos que assumir com a sua liderança, uma defesa do humanismo e combate aos crimes de tráfego humano na apanha de bivalves no Rio Tejo. Acreditamos que uma deslocação sua ao local contribui para acender os holofotes. Poderíamos trazer outros contributos de política nacional, mas esses problemas estão identificados de forma uniforme pelo País, que vão desde a educação, à saúde, passando pela defesa e segurança, sem esquecer a agricultura entre muitos outros. Individualmente, não posso deixar uma nota a todos companheiros, não nos deixemos adormecer pelo fingimento de algumas ações mediáticas da justiça. Há décadas que não me encolho no combate à corrupção e sem receios. Não podemos deixar de trazer ao Congresso algumas reflexões em questões internas que passam por criar condições de proximidade com os problemas sociais das populações e gerar maior empatia da atividade politica. Assumimos que orgânica do Partido tem que ser revista. Temos um CEN a debater temas no modelo transversal ao País. E se no passado contribuímos para encerramento de Governos Civis e temos impulsionado reformas administrativas, que os socialistas estagnaram, claramente não faz sentido a continuidade da existência de estruturas distritais. Acima do nível das seções devemos criar estruturas politicas identificadas com a similitude das Áreas Metropolitanas ou NUT’s ou CCDR’s. Manter as estruturas distritais está longe da realidade do interesse do País. Também consideramos dar relevância às alteração dos períodos dos mandatos dos órgãos do partido, começando na base, mais próximo do clico autárquico e se possível um período único para as eleições em todas as estruturas do partido. Implementemos ao nível das autarquias a escolha dos candidatos através eleições primárias que envolvam e militantes e simpatizantes do partido. Por vezes, passamos mais tempo em disputas eleitorais do que a concentrar esforços para a formação política de base, para intervenção nas comunidades e tudo o que a ação política exige de todos nós, sem exceção. Pessoalmente, estou farto dos telefonemas e das mensagens de caciquismo eleitoral. Estou num partido politico para debater e contribuir para a conquista de poder mudando a sociedade e não andar por aqui entretido como um grupo de amigos, unicamente. Sou militante de uma seção pequena e numa região cheia de contradições. Alcochete está inserida na Região de Setúbal, tradicionalmente ao longo dos anos na Sede Nacional olham com desprezo porque não temos poder autárquico e assim continuará a acontecer se não houver uma vontade coletiva de alterar o quadro. Enquanto, o Partido não fizer um esforço na conquista de uma primeira autarquia a imagem prevalecerá. No passado alguém disse que a margem sul era um deserto, nós acreditamos que não é uma miragem, termos poder autárquico, haja determinação e um plano estratégico de mudança. Esta condicionante tem reflexo na eleição de deputados, sendo o 4º círculo em número deputados, por norma ficamos bem abaixo da média nacional. Mas, as pessoas que vivem na margem sul são iguais às da margem norte do Rio Tejo e em temos de condição de vida e média de rendimentos, por exemplo, Alcochete está bem acima da média nacional e na Área Metropolitana de Lisboa. Senhor Presidente e companheiros Termino com o desejo que este período difícil que atravessamos em situação pandémica ou endémica ou que seja, que a todos nos traga novos horizontes nos valores do humanismo. A todos desejo Feliz e Santo Natal e um muito melhor ano de 2022. Zeferino Boal

DISCURSO AOS MILITANTES NA ASSEMBLEIA DO PSD DE ALCOCHETE EM OUTUBRO DE 2021

ASSEMBLEIA DE MILITANTES – SEÇÃO DO PSD ALCOCHETE Companheiro, Ricardo Alberto presidente da Mesa Companheiro, Pedro Louro, presidente da Comissão Política Companheira, Andreia Sousa, presidente da JSD Alcochete Caras e caros companheiros Estamos numa sessão da Assembleia de Militantes, que é a base e são os alicerces do Partido. Seria tão fácil tecer umas considerações afirmando e apontando o dedo individualmente e sair daqui com orgulho e honra em ser frontal e acusador de todos os males. E depois, amanhã acordo e digo em que contribui para a mudança. Sim, estamos a aqui para analisar os resultados eleitorais, aprender com o passado, no presente e corrigir para o futuro. Sim, tivemos um mau resultado eleitoral. Sim, não conseguimos os objetivos propostos. Sim, tivemos dinamismo e dedicação. Não, fomos eficazes e eficientes enquanto partido. De forma, sumária a culpa: não é do Pedro, não é do Manuel, não é da Isabel, não é do João. A culpa é de todos nós! Somos nós que fazemos o partido em Alcochete, não são os outros que constroem o nosso partido, os eleitores veem-nos como os rostos do PSD de Alcochete. Portanto, meus caros companheiros dirimir opiniões, aqui e neste momento afirmando que bem avisei, não altera o passado. Sim, porque devemos ter consciência regredimos a um passado de pelo menos oito anos e todos contribuímos, para o sucedido. Todos temos instrumentos estatutários e regulamentares até como militante de base para alterar o quadro de atividade. Desde obrigar a Comissão Politica é ser mais ativa, desde a assembleia de militantes mais assiduamente, desde fazer chegar aos autarcas propostas, são exemplos do muito que se pode em qualquer circunstância contribuir para mudar. Cada um individualmente, e por isso somos militantes temos responsabilidades. Transitoriamente, uns têm responsabilidades acrescidas quando desempenham cargos, sejam internos no partido ou externamente. Nestes, não estamos em representação individual, carregamos uma bandeira nos ombros. Quando não estamos presentes em atos sociais, em atos públicos, e outros mais, não é o Zeferino, não é a Gertrudes nem é o Xico das iscas que faltou é o partido que representamos que faltou. A entrega à causa pública tem sacrifícios e um deles é deixarmos em algumas circunstâncias de ter vida própria. Porque regredimos? Quais as razões que conduziram a estes resultados? Em traços gerais: - As dificuldades começaram a montante e não de agora! - Perdemos energias em trocas e tricas em vez concentrarmos esforços para fazer politica! - Nós somos uma estrutura partidária e não um movimento politico, neste caso, a primazia para a amizade em detrimento das causas prevalece! - Num partido politico e seja a que nível hierárquico for, devemos conviver melhor com a divergência para convergir nas ideias e quem lidera ser o aglutinador dos contributos, mesmo que tenha atenuar as suas opiniões em alguns momentos! - Somos uma estrutura que comunica mal entre si, apesar das melhorias significativas em tempos recentes, mas devemos focar no que é politica e deixar o acessório para outros momentos. - Mas há anos que a nossa comunicação estrutural com os eleitores é muito deficiente, são eles os nossos clientes, são eles que nos avaliam no todo e não no individual! Não esquecemos que estamos inseridos numa sociedade / comunidade em que o desporto favorito dos portugueses que se acentua e causa mais “mossa”, por ser uma comunidade pequena pela frente fala-se bem e por trás morde-se pela calada como se costuma dizer. Feitas estas considerações sumárias, companheiras e companheiros, talvez pensem que não temos hipóteses de sucesso no futuro. Pelo contrário, seremos a estrutura partidária que mais capacidade tem para termos outros resultados eleitorais, veja-se o diferencial dos nossos resultados autárquicos para os legislativos, por isso há trabalho e produtivo a fazer. Temos pessoas, ao invés do nosso parceiro da última coligação que não tem base de sustentabilidade, porque tem um rosto e nada mais de sólido. Mas isso é um problema deles. Quando foi feita a coligação há quatros anos, opção enganadora, deveríamos ter rompido e comunicado à população de forma clara. Assumindo com clareza a alternativa de poder. Não foi feito, teremos que fazer para o futuro. Não é o momento para entrarmos discussões irritantes se deveríamos fazer já eleições ou não. Todos os argumentos são válidos. Politicamente, e acima de tudo para o exterior era um sinal de mudança de ciclo, porque é para fora que nós devemos olhar. Os pequenos poderes internos, aqui, no distrito e no âmbito nacional em nada acrescentam ao partido quando vamos a eleições. Como gestor, é compreensível que as eleições não se façam agora para permitir fechar um ciclo e não deixar histórias e historietas de legado seja a quem for. O PSD de Alcochete tem um passado, com períodos mais individualizados e outros nem por isso, mas é uma seção do partido que tem quadros, tem oportunidades de crescer, tem competências internas no Partido e saibamos reunir recursos humanos e outros para ter a autonomia de crescimento, sem beliscar as responsabilidades nacionais e distritais. Estas últimas não estiveram bem ao não assumirem as suas responsabilidades solidárias, deveriam ter estado presente em algum momento da campanha eleitoral, apesar de todas as responsabilidades individuais inerentes de alguns militantes da seção. Vamos ao futuro! Devemos ter grupos ou gabinetes o que quiserem denominar coordenados por um militante e constituído no mínimo por três pessoas, sendo sempre um terço desses membros uma cidadã ou um cidadão não militante do PSD. Esses grupos de áreas temáticas deverão ter autonomia em produzir informação relevante, posteriormente serem os rostos do PSD Alcochete na comunicação externa, passando sempre pela formação interna, análise política e na adequada comunicação com o eleitorado. Nós devemos amiudamente, promover atividades externas. É nesta lógica que se pode inserir utilizar outros instrumentos mais subtis de atrair eleitorado. Somos uma seção que não se pode dar ao luxo de desperdiçar recursos, ou pessoas como queiram considerar, porque todos podemos e devemos dar algo. Nunca recusei um pedido de ajuda ao PSD de Alcochete, sempre que tal me foi solicitado! Tenho consciência que o desafio que pode perspetivar a todos será deveras interessante e não tenho a reservas mentais ou politicas e assumir o desígnio de unir, consolidar e crescer. Como tal, companheiro Ricardo Alberto e Pedro Louro, proponho com base no que foi dito atrás e outros considerandos a seguir, que seja aprovado nesta Assembleia uma recomendação para que as eleições sejam no dia 8 de Janeiro. Companheiro Pedro Louro, pessoalmente, tive, oportunidade em te transmitir as minhas opiniões e solidariedade por tudo que aconteceu na campanha eleitoral. Quanto à atividade da comissão politica já antes de forma global teci as considerações devidas. Assim, e se for vontade global dos militantes existir uma única lista nas próximas eleições gostaria que assumisses a Presidência da Mesa da Assembleia por uma questão de justiça, se é que em política isso existe! Companheiro Ricardo Alberto, não esqueço do que nos une desde 1998, quando vim viver para Alcochete. Mas, como nasci em África, e por outro lá ainda há uma cultura de respeito pelos mais velhos, que com sua sabedoria, podem sempre fazer as suas recomendações. Gostaria, criar uma externalidade estatutária: A provedoria do militante e do cidadão, coordenada por si. Sem esquecer que temos muito aprender com os companheiros Nunes do Valle e Américo Carvalho. Companheiro Luiz Baptista, o que tinha a dizer sobre ti, já o fiz. Tens uma particularidade que muitos possuem, tens tempo livre para estudar e ler e xatear tudo e todos! Como tal, gostaria que coordenasses um grupo de estudos sobre matérias que não venham a ser inseridas em grupos de trabalho. Companheiro Paulo Gomes da Silva, tirando o lado desportivo une-nos muito mais coisas que aquelas que nos separam. Gostaria que coordenasses um grupo de ação e solidariedade social, obviamente sobre questões para intervirmos politicamente. Companheira Andreia Sousa. Nas questões da juventude nem me atrevo a pronunciar, compete-vos a vós fazerem o caminho, crescerem sem se desgastarem porque os nossos eleitores são muito conservadores ainda não aceitam de forma fácil que os jovens tenham visibilidade teremos sempre que encontrar o equilíbrio politico. A vós Pedro, Luiz, Paulo e Andreia pelas responsabilidades passadas e presentes solicito que cada um indique um membro para a Comissão Política, preferencialmente ninguém que tenha outras tarefas. Temos que crescer em todos os sentidos até na forma descentralizada. Companheiro José Martins, quase diariamente estamos, fisicamente perto e muito raramente falamos. Gostaria que assumisses a coordenação de um grupo dedicado às questões da proteção civil e segurança. Companheira Luísa Chaves, fiquei saber que podemos fazer reuniões de varanda para varanda. Mas, não tal não irá acontecer, porque gostaria que assumisse uma área que domino pouco. Criar a área das Mulheres Sociais Democratas de Alcochete. Companheiro Manuel Silva, a idade e o conhecimento da vida nunca pode ser desprezado, como tal gostaria que coordenasses um grupo dos autarcas em Alcochete, sem deixar ninguém de fora, ou seja integrando quem já o foi autarca ou mesmo candidato, porque temos muito a ganhar valorizando a experiência. Companheira Cristina Catita, gostaria que coordenasses a grupo da comunicação e imagem. Companheiro Filipe Carrera, estamos juntos em outros patamares, és um dos bons exemplos que a seção não pode desperdiçar. Assim, gostaria, contar contigo na atividade de ações de formação. Companheiras e companheiros, talvez pensem que são ideias mirabolantes e não exequíveis, acreditem tudo pode ser fácil se todos quisermos e darmos um pouco de nós sem gastarmos energias em demasia que podem ser prejudiciais para as relações humanas. Espero conseguir contar com todos como por exemplo companheiro Vitor Coelho na área dos transportes e mobilidade, Catarina Almeida e Catarina Salgado nas questões de interpretação legislativa. Ainda o Francisco Gomes da Silva, para o grupo dos temas relacionados com a área desportiva. Sem deixar de pedir ao companheiro João Condelipes para as questões associativas no seu todo. Sei que há mais militantes e muitos mais simpatizantes para integramos e crescer. Tudo se consegue fazer hoje em dia com menos desperdício de tempo e energias supérfluas, com uma coordenação adequada e um bom planeamento é exequível. No grupo planeamento espero conseguir contar com a companheira Lourdes Galhoz. Companheiras e companheiros, tenho consciência que temos mais-valias para integrar, não quero excluir ninguém porque o protagonismo é de todos e com todos, em esforço e dedicação. Estou convicto, de que temos mais áreas para abranger e como partido assumirmos propostas para de forma consciente e responsável defendermos junto dos cidadãos, para que no momento estes enquanto eleitores acreditem em nós. Não ficaria bem com a minha consciência se não partilhasse isto convosco. Antes desta reunião não falei a ninguém sobre o conteúdo desta minha mensagem e das propostas e convites que iria apresentar. De uma coisa podem estar certos, quero ajudar a construir e todos são importantes, não contem comigo para mexericos. Se for a vontade global temos tempo para falar, hoje em dia nem precisamos sair de casa. Se assim aceitarem e tivermos juntos também estou disponível para ir ao Congresso como Delegado de Alcochete e elaborar o discurso a quatro mãos: Pedro, Paulo, Luiz e eu próprio. Companheiros, uma promessa faço. Se for este o caminho, não contem comigo para opinar daqui para a frente sobre qual o melhor candidato a presidente do Partido, procurarei ser equidistante na totalidade até ao Congresso. Porque, nunca gostei do modelo de seguidores de voto que muito criticamos a outras forças políticas. Perdoem-me o tempo desta mensagem mas era aqui que queria transmitir isto, e hoje poderá ser para contribuir na abertura de um novo ciclo do PSD de Alcochete ou fecha-se para sempre a minha participação enquanto militante na estrutura de base. Gostaria, terminar com algo que se diz na minha terra: Estamos juntos! Viva o PSD!

domingo, 28 de novembro de 2021

CITANDO MIA COUTO E JOSÉ EDUARDO AGUALUSA

No dia em que a Europa interditou os voos de e para Maputo, Moçambique tinha registado 5 novos casos de infeção, zero internamentos e zero mortes por COVID 19. Nos restantes países da África Austral a situação era semelhante. Em contrapartida, a maioria dos países europeus enfrentava uma dramática onda de novas infeções. CientisNo dia em que a Europa interditou os voos de e para Maputo, Moçambique tinha registado 5 novos casos de infeção, zero internamentos e zero mortes por COVID 19. Nos restantes países da África Austral a situação era semelhante. Em contrapartida, a maioria dos países europeus enfrentava uma dramática onda de novas infeções. Cientistas sul-africanos foram capazes de detetar e sequenciar uma nova variante do SARS Cov 2. No mesmo instante, divulgaram de forma transparente a sua descoberta. Ao invés de um aplauso, o país foi castigado. Junto com a África do Sul, os países vizinhos foram igualmente penalizados. Em vez de se oferecer para trabalhar juntos com os africanos, os governos europeus viraram costas e fecharam-se sobre os seus próprios assuntos. Não se fecham fronteiras, fecham-se pessoas. Fecham-se economias, sociedades, caminhos para o progresso. A penalização que agora somos sujeitos vai agravar o terrível empobrecimento que os cidadãos destes países estão sendo sujeitos devido ao isolamento imposto pela pandemia. Mais uma vez, a ciência ficou refém da política. Uma vez mais, o medo toldou a razão. Uma vez mais, o egoísmo prevaleceu. A falta de solidariedade já estava presente (e aceite com naturalidade) na chocante desigualdade na distribuição das vacinas. Enquanto, a Europa discute a quarta e quinta dose, a grande maioria dos africanos não beneficiou de uma simples dose. Países africanos, como o Botswana, que pagaram pelas vacinas verificaram, com espanto, que essas vacinas foram desviadas para as nações mais ricas. O continente europeu que se proclama o berço da ciência esqueceu-se dos mais básicos princípios científicos. Sem se ter prova da origem geográfica desta variante e sem nenhuma prova da sua verdadeira gravidade, os governos europeus impuseram restrições imediatas na circulação de pessoas. Os governos fizeram o mais fácil e o menos eficaz: ergueram muros para criar uma falsa ilusão de proteção. Era previsível que novas variantes surgissem dentro e fora dos muros erguidos pela Europa. Só que não há dentro nem fora. Os vírus sofrem mutações sem distinção geográfica. Pode haver dois sentimentos de justiça. Mas não há duas pandemias. Os países africanos foram uma vez mais discriminados. As implicações económicas e sociais destas recentes medidas são fáceis de imaginar. Mas a África Austral está longe, demasiado longe. Já não se trata apenas de falta de solidariedade. Trata-se de agir contra a ciência e contra a humanidade. Mia Couto José Eduardo Agualusa Shame on you Europe!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

CITANDO AUTORIA DESCONHECIDA

SOBRE A CAMARADA LUÍSA DAMIÃO, Vice-Presidente DO MPLA Uma mulher de fibra, mãe, esposa, líder, profissional, incansável e inquestionável máquina política, vem deixando cada vez mais patente que as mulheres são de facto competentes e capazes de liderar. Seu empenho, profissionalismo e competência, prova que foi sem dúvidas a escolha mais acertada. Mais do que uma grande líder, Luísa Damião é dona de uma simplicidade sem igual. Diz o velho adágio que, ninguém atira pedras a uma árvore que não dá bons frutos, e só assim se percebe as reiteradas campanhas de calúnia e difamação que têm sido produzidas contra a primeira mulher a assumir o cargo de vice-presidente do maior partido da história de Angola, o MPLA. A sua participação no trabalho da valorização do gênero e do empoderamento da jovem mulher, tem sido de grande importância. Se alguém propala que há amadorismo no trabalho realizado pela Camarada Luísa Damião, só pode fazê-lo por ignorância ou por má-fé . O país precisa de mais mulheres como Luísa Damião, uma mulher destemida e ousada, que não tem medo de expressar as suas opiniões, um verdadeiro orgulho e motivação para todas as mulheres angolanas, sentimo-nos representadas com excelência.

domingo, 3 de outubro de 2021

CITANDO JACQUES DOS SANTOS

FICA DIFÍCIL NÃO SENTIR INVEJA As eleições autárquicas de domingo último em Portugal surpreenderam algumas pessoas que tendo ligações fortes ou mais frágeis ao país, ainda não se habituaram a essa prática democrática. Foram notadas as ausências que colocaram o abstencionismo num grau elevado e que, embora esperado, deixou uma marca negativa na consulta eleitoral. Para quem não lida regularmente com tais ambientes, surpreenderam depois os que se apresentaram em manifestações de cidadania intrigantes e, mais tarde, a decepção e o abatimento dos partidários que cantavam vitória em determinados círculos, antes do escrutínio. A surpresa não apanhou apenas os desavezados. O pessoal verdadeiramente neutro, aquele que se encontrava aqui de passagem e os que apreciavam o andamento das coisas, em jeito de “ver a banda passar”, também foram surpreendidos. Não propriamente pelos resultados, pois estes não lhes diziam respeito, mas pela maneira como lhes foi dado ver o decorrer de todo o processo da eleição. Angolanos como eu, ausentes do país por imponderáveis razões, num inadmissível mas necessário período de tempo alargado; cidadãos que andam atados às incongruências da distância e que por virtude de notícias que lhes chegam todos os dias das mais diversas fontes da Banda, de fidelidade duvidosa como facilmente se deduz, legitimamente e a partir do que observaram e interpretaram desse acto democrático, fizeram, cada um do modo que melhor quis e soube, avaliações da política indígena (já de si um emaranhado de problemas onde se torna difícil escolher o mais intrincado) comparando o que viam com as próximas eleições legislativas em Angola (escuso-me a mencionar as autárquicas do nosso descontentamento). Em consequência surgem as dúvidas e suspeições do costume, questionando-se como serão as próximas eleições em Angola. Vamo-nos habituando aos jogos onde se dão cartas viciadas, baralham-se e voltam a dar-se e, por todas as razões consabidas e subjacentes à política, essa maka meio esdrúxula que enfrentamos nos nossos lados, transforma-se o momento que vivemos num enorme bicho-de-sete-cabeças. Com óbvias razões para algumas situações, sem nenhumas noutras. E fazem-se comparações entre o que se passa na Tuga e o que ocorre na Banda, sem que se tenham em conta, factores como a extensão territorial de ambos os países, a sua população e o seu estádio de desenvolvimento. São factos constatados e indesmentíveis. Eleições na Europa não podem, de modo nenhum, ser comparadas às que se realizam em qualquer país africano. Pelos motivos referidos e ainda por todas as outras representações sociais do maldito processo colonial, determina-se que sejamos provavelmente dos povos do continente mais vitimados por essa matéria aberrante. Na verdade, e mesmo que tenhamos que nos repetir uma infinidade de vezes acerca dos motivos essenciais (colonialismo, guerrilha, guerra, iliteracia e precariedade governativa), factores que influenciam necessariamente as diferenças comportamentais que vigoram e nos amofinam, fica difícil aceitar que se faça aqui em Portugal, com a maior das facilidades, aquilo que em Angola não conseguimos, a despeito do nosso empenho e potencial económico (celeridade e transparência na contagem dos votos, apresentação de resultados, eficácia no controle, entre outros aspectos importantes). O resultado de maior impacto registou-se em Lisboa, onde o partido que governou a capital do país durante 14 anos (curiosamente o mesmo período de tempo que durou a nossa luta de libertação nacional) perdeu as eleições, e a derrota foi de imediato assumida pelo presidente do município. O candidato derrotado reconheceu em postura democrática perante a comunicação social que a derrota era pessoal e intransmissível e, como atenuante, deu uma explicação simples: não tinha conseguido fazer a diferença. O vencedor, que não foi absoluto, naturalmente exultante, constatou e não escondeu ao eleitorado os benefícios de uma aliança bem alicerçada em forças da mesma tendência política. O actual homem forte de Lisboa disse imediatamente à eleição, que o seu objectivo primordial era o de incluir, nunca excluindo. Por outro lado, registaram-se meios desastres nas hostes dos tradicionais, ultrapassados na estrutura e estratégia que utilizam, tendo alguns observadores considerado o resultado obtido como a caminhada para o seu suicídio. Mas também houve quem dissesse que faziam falta à política portuguesa. Os xenófobos e racistas gritaram e esbracejaram, mas foram colocados no seu devido lugar, ou seja, ali onde devem permanecer as pessoas e as organizações abjectas. Um conceituado analista disse na oportunidade que houve uma inversão de valores na política portuguesa, onde começam a despontar os actores afro-descendentes. Comentou-se isso tudo com muito ânimo mas também com muita naturalidade e seriedade. Sem violência, o que tornou o pleito mais interessante e valoroso. Ganharam uns, perderam outros. Não morreu ninguém e a vida continua porque daqui a quatro anos haverá mais. E enquanto este filme das eleições em Portugal, com todos os seus defeitos e coisas menos boas, passa pelo ecrã do meu pensamento, admito sem qualquer rebuço, sem o mínimo de constrangimento, segredando para o meu eu: invejo os portugueses, neste particular aspecto! Posto isto, e esperando que seja bem entendido, cumprimento os meus leitores e amigos. Até domingo à hora do matabicho. Lisboa, 2 de Outubro de 2021

sábado, 2 de outubro de 2021

CITANDO CÂNDIDO FERREIRA

Gouveia e Melo? - Encerrada uma missão singular, milhões de portugueses veem no Vice-Almirante um novo Dom Sebastião… Atento aos ventos que sopravam da China, ainda as autoridades portuguesas não enxergavam a pandemia e eu já prenunciava cenários que por inteiro se confirmaram. Por justas e claras razões, denunciei graves falhas, erros e omissões em dezenas de textos críticos, de que não retiro uma vírgula. Num “resumo” de 340 páginas, hoje no prelo, intitulado Covid-19 - A Tempestade Perfeita – História Clínica da Pandemia, entendi tecer um especial agradecimento a Gouveia e Melo. Não se pense que se trata dum reconhecimento tardio e de conveniência. Uma semana depois do Vice-Almirante ter assumido o leme no combate à pandemia, e em seu reforço, terei sido o primeiro português a registar que, finalmente, já estava a navegar uma traquitana que transportava demasiada tralha no porão e ainda era servida por muita marinhagem que usava astrolábios. Consta hoje que ao fim de uma “longa” reunião de sete minutos, e “posta em sentido” muita gente importante, e que nunca assentará os tacões em qualquer convés, os portugueses puderam assistir ao desenrolar de um processo de vacinação que excedeu todas as expetativas. E uma certeza confirmámos: Se bem dirigido, Portugal pode jogar entre os melhores do mundo. Sabendo do desconforto do conjunto da classe política, perante desempenhos que ameaçam lançar forte perturbação num sistema em profunda crise, escrevi há dias que a DGS e o MS se preparavam para, “discretamente”, descartar Gouveia e Melo. Uma previsão falhada porque, “embarcadiços” impreparados e que não respeitam nenhuma regra ou convenção, os estrategas do Governo decidiram afundar o submarino do Vice-Almirante. Melhor explicando, eram três os objetivos a atingir com a estrondosa troca e baldroca que entenderam anunciar ao país: vencer uma agenda mediática desfavorável, porque centrada em recuos autárquicos; desviar as atenções sobre a execução de orçamentos bilionários e à mercê de corporações insaciáveis e insustentáveis; e, por fim, torpedear a imagem pública do Vice-Almirante e dividir os militares. E foi assim, caindo na própria armadilha, que a governação transformou uma “batalha naval”, aparentemente fácil, em mais um “trinta-e-um-da-armada”. Sem outras derivas pelas turvas águas da política, rumemos à questão que hoje desponta em milhões de portugueses que, em Gouveia e Melo, entreveem o “homem do leme” capaz de ressuscitar a identidade nacional e interromper o ciclo de decadência em que vegeta um povo glorioso, com uma História que marcou o mundo. Uma questão que, serenamente, terá de ser decomposta em três equações: desde logo, a vontade do próprio porque, e nem outra coisa seria de esperar de alguém com bom senso, sempre o Vice-Almirante declinou ser um novo Dom Sebastião; a que acresce a sua capacidade para evitar os “torpedos” que, sobre o seu “submarino”, nunca deixarão de ser lançados; e, fundamental, a capacidade da “sociedade civil” se unir em torno de uma candidatura credível, capaz de pôr mão no atual descalabro das Instituições. A primeira premissa, talvez a mais complicada, lança a Gouveia e Melo um desafio terrível: Será que alguém, com a sua fibra, pode recusar uma missão que será um imperativo patriótico, se for essa a firme determinação dum povo que, conduzido a uma das piores crises de sempre, desespera por uma mudança? A segunda questão, se ultrapassada a primeira, e por já reconhecida a sua capacidade de gestão política, consiste em que defina as causas a abraçar, e são tantas, e mais os “conselheiros” de que se poderá rodear… e são tão poucos. Napoleão defendia que não se construíam novas repúblicas com velhos aristocratas. Nesse registo, alertaria “apenas” para a abundância de aristocratas falhados, que por aí espreitam todas as oportunidades para piratear qualquer navio. Por fim, vem a questão de um povo que desespera por um futuro decente e que pretende encontrar alguém que o dirija a porto seguro. Reúna o Vice-Almirante as duas primeiras condições e, morra o Homem e fique a sua História, tenho a certeza de que, firmes na parada e no momento certo, milhões de portugueses irão responder: - PRESENTE!

sábado, 11 de setembro de 2021

JORGE SAMPAIO - um outro lado

Muito tem sido dito sobre a personalidade de Jorge Sampaio, como habitualmente, nestas ocasiões, por vezes hipócritamente na morte diz-se bem sobre a pessoa. Jorge Sampaio foi um ilustre político, uma personalidade de contexto internacional e muito em especial um "ferrenho" sportinguista. Não sou daqueles que gosto de surfar a onda e dizer bem ou mal porque os outros o dizem. Protocolarmente, cruzei-me algumas vezes com o Dr. Jorge Sampaio, não só enquanto Presidente da República, mas muito em especial nos inúmeros eventos onde estive envolvido e que contou com a sua presença. Discordando politicamente da figura Jorge Sampaio, apesar do seu trajeto político para mim o maior erro, foi dissolver a Assembleia da República e permitir que chegasse a Primeiro Ministro, o pior político da História de Portugal, no aspeto da corrupção. Os portugueses têm pago e muito por essa escolha democrática. Isto, prova que uma figura que chega ao mais alto cargo da Nação é um ser humano igual aos outros e com as suas qualidades e defeitos, quando toma decisões só o futuro o dirá se são boas ou não. Reconheço a sua coragem política, mesmo de pensamento contrário. Mas, o maior tributo que lhe posso prestar com o seu desaparecimento é contar que fui "praxado" pelo Presidente da Republica enquanto militar. Estavamos em Luanda, no ano 1997. Um dos seus ajudantes de campo foi meu camarada de curso e depois de os receber no aeroporto, integrado na comitiva de recepção, combinei com esse camarada, que à noite iriamos tomar uma bebida algures na cidade. Assim, aconteceu! Obviamente, de forma descontraída as horas foram passando. Mas, de manhã o horário foi cumprido para as cerimónias que se seguiram. Na hora da despedida, e na sala VIP do Aeroporto de Luanda, o Presidente Jorge Sampaio aproxima-se de mim com o meu camarada por perto e os três a sós dirige-se com as seguintes palavras: "vou participar de si, sr. Capitão". Confesso que gelei e em segundos retorqui algumas palavras e questionando-o sobre qual a razão de tal determinação. Talvez, vendo a minha cara de assustado e apesar do sorriso do meu camarada e seu adujante de campo, remata "para a próxima convide-me também!". Foi um momento de brincadeira e que demonstra a sua afabilidade humana, por inúmeras razões, porque permitiu em breve momentos também ouvir o meu testemunho na missão em que estava inserido. Num segundo momento, anos mais tarde. Durante uma visita a São Tomé e Princípe e no decorrer de uma recepção à comunidade portuguesa, nessa altura, estando a comandar do Destacamento da Força Aérea Portuguesa naquele País, talvez ainda recordando o episódio de Luanda. Chamou-me para perto dele, onde se encontrava o Presidente do País, Miguel Trovoada. Talvez tendo conhecimento de alguma coisa que se andava a passar entre o nosso grupo militar e com o então Embaixador, após algumas breves palavras, remata dizendo ao Presidente Miguel Trovoada: "se o Comandante sportinguista se portar mal, telefone-me diretamente para mim". São episódios destes que muitas vezes fazem-nos pensar o quanto a vida é importante e que estamos transitóriamente nos cargos, mas somos humanos. Nunca votei em Jorge Sampaio e no Sporting também acredito que nunca votou do mesmo lado, mas não podia ficar em silêncio com o seu desparecimento, até por ter lidado de muito perto com membros da sua familia, a quem deixo um abraço solidário, muito em especial ao Daniel Sampaio e ao João Sampaio, sem esquecer o Miguel.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

HISTÓRIA 78

Por vezes ouvimos análises a incidentes e acidentes de aviação, que não valorizo; porque recordo sempre muito que aprendi sobre segurança de voo e consequente investigação a acidentes e incidentes aéreos. Foi um dos melhores cursos que usufruí, incluindo pelo espírito de grupo que participou, com uma referência aos compatriotas de Angola.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

HISTÓRIA 77

Ultrapassada em grande parte as questões de pandemia e de outras preocupações, voltemos a contar histórias vividas e vivenciadas. Há muita gente a comentar situações que no passado ocorreram na Guiné-Bissau mas nem todos andaram no terreno, em reuniões de alto-nível ou em contato com a população e perceber o que poderia ser feito pela paz naquele País. Foram experiências extraordinárias, infelizmente, alguns dos interlocutores da época já desapareceram outros ainda vivem situações conturbadas. A grande lição que tive em 2004, é que em Portugal pensava-se de forma errada e os apoios estavam catapultados pela certo horizonte, e a população local queria outro caminho. Ainda hoje se comentem erros de análise!

domingo, 29 de agosto de 2021

Citando Justino Pinto de Andrade

Justino Pinto de Andrade felicita José Eduardo dos Santos Presidente JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, tu sabes que não pertenço ao vasto número dos que te adulavam. Sabes, também, que pertenci ao restrito número dos que te criticavam. Sabes ainda que uma coisa é a crítica política e outra a vil traição. Hoje és traído precisamente pelos que ontem te bajulavam. Sinto nojo dessa gente que te procura transformar, injustamente, no ser mais objeto que o nosso país produziu. Não mereces essa designação, pois eles são incomensuravelmente piores. E será assim, quando a História nos julgar a todos. Neste dia em que completas 79 anos, recordo -me dos tempos em que nós, ainda jovens, nos dispusemos a consentir os maiores sacrifícios para libertarmos a nossa terra do domínio colonial. Essa fase das nossas vidas não pode ser apagada por eventuais erros do nosso percurso. Meu Companheiro de Luta, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, aqui tens os meus Sinceros Parabéns!

sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Citando Padre José Evaristo Abias

Reflexão: Estou Preocupado! Tenho estado a lutar tenazmente a não me pronunciar para, em nome do meu chamado ministerial, não confundir os incautos e neófitos. Mas a consciência cidadã, o futuro eternamente adiado dos meus netos (ontem dizia ‘dos meus filhos’, anteontem dizia ‘o meu’ e receio amanhã ter que dizer ‘dos meus bisnetos’), a coerência da fé que professo e divulgo baseado no evangelho integral da graça me obrigam abrir a boca antes que a providência a feche de vez. A missão do sacerdote é servir a Deus. Contudo só se serve a Deus servindo aos homens criados à imagem e semelhança divina. Então a missão do sacerdote é inequivocamente anunciar uma fé libertadora que vise levar todos humanos a abandonar o pecado, a valorizar o céu e a vida eterna, mas também a viverem com dignidade e equidade na terra, embora peregrinos aqui. A missão do sacerdote é também profética, confrontando e denunciando o pecado em todas as suas formas e manifestações (individual, social, estrutural ou ambiental). Em suma, a missão do sacerdote é discipular o cristão para que este personifique o reino de Deus aqui em toda a sua plenitude íntegra e coerentemente. O evangelho do reino promove a paz espiritual e social. Não há paz sem justiça! Entretanto, denunciar o pecado do rei pode ser suicídio a exemplo do profeta Jeremias, João Baptista, Martin Luther King, só para citar alguns mártires da fé. Deus é soberano e pode nos livrar da boca do leão; livrar na boca do leão; ou simplesmente nos promover à glória, o que é infinitamente melhor. ‘Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?’ A missão do rei e do estado é servir o país (não servir-se dele nem ser servido por ele) visando o bem-estar político, social e espiritual do cidadão independentemente da sua crença, raça ou cor partidária; visionando um desenvolvimento que dê um legado de justiça e equidade às novas gerações. Estou preocupado com a promiscuidade entre o rei e o sacerdote. Temos cada vez mais sacerdotes que se deixam instrumentalizar ou se contaminam com ‘a comida e com o vinho do rei’ deixando a sua missão amordaçada. Já dizia alguém que para os políticos você é instrumento ou inimigo. Não quero ser inimigo (a escolha não é minha) mas não me presto a ser instrumento (a escolha é minha)! Estou preocupado com os caminhos da nossa diplomacia que se rende aos interesses materiais dos poderosos e por não apoiarem o angolano impedido de ou perseguido por praticar da sua fé em alguns países confessionais (islâmicos) e fingir cegueira diante do expansionismo de ideologias extremistas e perniciosas, ‘ignorando’ a sua agenda em nome de uma laicidade parcial, profana subordinada a interesses inconfessos. É como criar um filhote de leão e não pensar que no dia da fome ele será leal à sua natureza e você será a refeição; ou ter uma víbora por animal de estimação sem ter em conta a letalidade de sua picada. Quem não aprende com a história… Estou preocupado com a degradação sociopolítica e económica do país, num clima em que os preços sobem de elevador e o cidadão, já mutilado, é obrigado a acompanha-los pela escada. Diz o velho adágio que “é nas águas turvas que se pega o bom bagre”. Será que existe algum pescador a turvar as águas? A guerra pós independência foi o turvar das águas pelos partidos políticos e pela comunidade internacional. As guerras eleitorais e pós eleitorais são o turvar das águas pelos beligerantes que não olham para meios para alcançarem seus objectivos. ‘O povo é a razão (?) e a vítima destas lutas! Também é turvar as águas o afastamento ‘legal’ do cenário político de todos os potenciais candidatos sérios, o que compromete a democracia no país. O ‘afastamento do cenário legal’ dos que defendem a independência dos poderes compromete o equilíbrio destes. Também é turvar as águas a instrumentalização e manipulação dos órgãos de informação que a serviço dos políticos diabolizam e descredibilizam todos os adversários que o regime não consegue amordaçar. Isto compromete a sua isenção e consequentemente a liberdade a todos os níveis. O cenário eleitoral que se criou em que o deputado ‘cabeça de lista’ é o Presidente da República subordina o legislativo ao executivo e confunde a missão dos dois. Ter magistrados que têm a história de uma militância partidária fanática (doutrinados a ser cegamente leais a um partido) compromete a isenção e a imparcialidade da justiça. Ao permitir que o Presidente da República possa ser concomitantemente presidente de um partido político partidariza o estado, divide os cidadãos e compromete a lealdade de todos os cidadãos na construção uma nação una. Dificulta entender se ele fala nas vestes de presidente da nação ou nas de presidente de seu partido. Um dos princípios da economia é que o dinheiro não se perde. Sempre que ele some do teu bolso entra no bolso de outro. Há quem esteja ou tenha enchido os bolsos à custa da miséria do povo. É um ‘assalto’ feito legalmente permitir uma desvalorização imoral do salário do trabalhador, enquanto alguns ostentam insanamente e para ludibriar o povo se apresenta um ‘boi de piranha’, digo, um Lussati. A sobreposição ou substituição da competência pela militância, a ocupação de posições por causa dos privilégios e do prestígio que elas oferecem e não pelo serviço exigido, desvirtua e descaracteriza o esprito de sacrifício tanto na política quanto na religião. Afinal quem não serve não serve! Numa situação normal, num país normal apelaria à prerrogativa constitucional de o povo se manifestar pacificamente para comunicar aos governantes a sua insatisfação e para pressioná-los a cumprir com as promessas de campanha. Entretanto, ao longo dos anos, aprendi que se assim se fizer, a inescrupulosidade do sistema não hesitará em infiltrar agitadores que provoquem violência para justificar uma repressão ainda mais atroz. Não acredito na santidade da oposição mas acredito que a alternância seria um mal melhor e reduziria sobremaneira a acomodação e os vícios criados pelo excesso de tempo na governação, além de melhorar em muito o actual estado calamitoso. O voto justo e consciente lembraria aos político que o povo que os mandata também pode-lhes retirar o mandato pela mesma via se não lhes serve. Há quem advogue a criação de um partido cristão mas esta não é a vocação do Evangelho. Acho que foi por isso que Deus chamou Moisés para liderança política e Arão para o sacerdócio. A história bíblica mostra que Deus sempre agiu assim. Saul-rei e Elias-profeta, David-rei e Natã-profeta etc. Não que ser rei signifique ser profano ou ser sacerdote signifique necessariamente ser santo. A historia também tem demostrado que quase todos os sacerdotes que trocaram o templo pelo palácio acabaram fazendo igual ou pior do que os impios, salvo raras e louváveis excepções. Pronto, desabafei mesmo que não me saia barato! Sei que muitas vezes a semente da fé só floresceu regada com o sangue dos mártires. Também sei que nem mesmo um fio de cabelo cai de nossa cabeça sem a permissão de Deus. Que Deus nos ajude e dê discernimento; que Deus tenha misericórdia desta nação; que Deus nos dê governantes íntegros e justos; que Deus nos dê sacerdotes servos e tementes; que Deus restaure e avive a sua Igreja!

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

CITANDO GRAÇA CAMPOS

Sou militante do MPLA e preocupado com novos tempos em que é preciso mudar muita coisa em especial na cultura das mentalidades. MPLA e os novos tempos Inebriado pela grande adesão que encontrou em Luanda e noutros grandes centros urbanos no seu regresso do maquis, nos anos 70 o MPLA criou um slogan propagandístico que tinha tanto de quimérico quanto de falso. Segundo esse slogan, o “MPLA é o Povo e o Povo é o MPLA”. Proclamada a independência, em 1975, o MPLA atribuiu-se o papel de vanguarda da sociedade. Reclamando para si o direito de ser tutor de todos os angolanos, o MPLA chamou o dever de interferir em todas as esferas da vida nacional. Através do Departamento de Quadros do seu Comité Central, o MPLA passou a determinar a categoria de angolanos que deveriam estudar nos países ocidentais e quais os que deveriam ir a Cuba e outros países comunistas; O MPLA passou a designar os anos. Para o exercício de funções de responsabilidade no aparelho do Estado estabeleceu como requisito incontornável não o mérito mas a militância. No auge da euforia revolucionária, o MPLA até se permitiu a caprichos de colocar filtros: a meio da década 80, decidiu que não era do MPLA quem quisesse, mas quem merecesse. O subjectivismo inerente a essas opções levou a que o MPLA fosse entupido de militantes medíocres, oportunistas e sem carácter. Cidadão valiosos foram preteridos. Porque não tinham a chancela do MPLA, milhares de cidadãos viram frustrados os seus sonhos académicos, profissionais e outros. Em 2013, quando aludiu, pela primeira vez, à acumulação primitiva do capital, o então líder do MPLA assegurou que acesso à riqueza não discriminaria ninguém. “A nossa lei não descrimina ninguém. Qualquer cidadão nacional pode ter acesso à propriedade privada e desenvolver actividades económicas como empresário, sócio ou accionista e criar riqueza pessoal e património”. Mas o que sucedeu é que, mais uma vez, o MPLA chamou a si os critérios da distribuição da riqueza nacional; passou a numerar e a nomear os assentos da mesa onde era servido o repasto. Passados 40 anos, o MPLA não consegue libertar-se da armadilha que ele próprio criou e caiu. Continua dominado pela fantasia de que é “o único e legítimo representante do Povo angolano” e de que a sociedade tem de continuar moldada de acordo com as suas birras e caprichos. É essa razão que explica a colérica reacção do MPLA ao surgimento da Ampla Frente Patriótica para Alternância. Além de colérica, na reacção do MPLA abundam, também, a petulância e – o que já vem sendo um inquietante hábito – a deselegância. Desde 1992 que o MPLA vem sendo confrontado com o facto de que nem todos os angolanos se identificam com ele. A existência, desde aquele ano, de uma Assembleia Nacional multipartidária, é a prova acabada de que milhões de angolanos têm outras escolhas políticas e partidárias. Mas o MPLA toma essa realidade como ficção. Por isso, continua com o seu chip programado nos modos de “único e legitimo representante do povo angolano” e do “MPLA é o Povo e o Povo é o MPLA”. De acordo o jornalista José Gama, do Club-K, 7 dos 11 juízes que compõem o Tribunal Constitucional têm vínculos com o MPLA O surgimento da Ampla Frente Patriótica despertou-o, mais uma vez, para a realidade de que sempre foi ilusória a ideia de que o MPLA é o único representante dos angolanos. A cólera que tomou conta do MPLA impeliu-o a uma sucessão de erros, mas também a uma tardia confissão. A declaração de que Adalberto da Costa Júnior tem a sua liderança na UNITA presa “por um fio” é confissão de que o MPLA fez do Tribunal Constitucional mais uma dos seus vários apêndices. De outra forma, como compreender o categórico prognóstico, num processo que era suposto estar sob segredo de justiça? Não era suposto o MPLA ter conhecimento dos meandros de um processo que tramita no Tribunal Constitucional. A “orientação” está dada. Adivinham-se consequências se o TC não agir em conformidade com a vontade do Kremlin. Por outro lado, a afirmação de que a Frente Patriótica Unida é “um projecto que não tem credibilidade, não pode ser levado a sério e, portanto, não tem condições de se apresentar como alternativa democrática ao projecto de Nação do MPLA” antecipa-se ao futuro pronunciamento do Tribunal Constitucional sobre o assunto. Num notável texto que publicou a semana passada no seu Club-K, o jornalista José Gama revelou que 7 dos 11 juízes que compõem o Tribunal Constitucional têm vínculos com o MPLA. Segundo o director do Club-K, um portal com “toupeiras” em quase todos os centros de decisão do país, a bancada de juízes do MPLA no Tribunal Constitucional seria constituída por Guilhermina Prata, Simão de Sousa Victor, Carlos Alberto Burity da Silva, Maria de Fátima de Lima D’Oliveira da Silva, Júlia de Fátima Leite Ferreira, Carlos Magalhães e Victória Manuel da Silva Izata. Além disso, Juvenis Paulo, director do Gabinete de Partidos Políticos do Tribunal Constitucional, é, também, um assumido militante do MPLA. Com a asfixiante maioria de juízes próximos ao MPLA, o Tribunal Constitucional dificilmente se eximirá de seguir a “orientação” muito explícita do Secretariado do Bureau Político do partido governante. Quarenta e seis anos ininterruptos no exercício do poder tornaram o MPLA num partido autista e envelhecido e estruturalmente avesso a ideias outras. No dia 21 de Abril deste ano, Fernando Pacheco publicou no Novo Jornal um interessante artigo a que deu o título Uma reconciliação que tarda. Nele, o respeitado agrónomo diz que o “MPLA revela-se um partido envelhecido, sem ideias para enfrentar os actuais desafios da sociedade angolana. Continua a seguir a mesma cartilha de há 30-40 anos em quase todos os domínios, repetindo de modo rotineiro eventos e actividades ano após ano, mês após més, com festejos e reflexões que nunca trazem nada de novo. Não se vê uma inovação organizativa ou metodológica, nem em termos de projectos”. É essa organização envelhecida que vê numa trivial afirmação de que “Angola precisa de adoptar um Programa de Emergência Nacional para tirar o País da crise em que se encontra” um claro incitamento “aos angolanos à rebelião e à desobediência às instituições legítimas”, e confunde a constatação de que a “incapacidade do governo de resolver os problemas sociais tornou-se estrutural e congénita, tendo transformado a falta de água potável, as doenças endémicas, o desemprego, a educação sem qualidade, a falta de saneamento básico, a incompetência do governo e a corrupção em verdadeiros inimigos do povo angolano” com um convite aos jovens “para as más causas, como a realização de manifestações violentas e a vandalização e destruição de bens públicos.” O comunicado do Secretariado do Bureau Político do MPLA esteve a um triz de tomar a declaração da Ampla Frente Patriótica para a Alternância como uma declaração de golpe de Estado e de reputar Adalberto Costa Júnior, Abel Chivukuvuku e Filomeno Vieira Lopes como um perigoso trio de conspiradores a soldo de forças estrangeiras. Mas a diabolização da Ampla Frente Patriótica e ódio que vai sendo destilado contra os seus três líderes nos órgãos de comunicação social públicos e nas redes sociais sugerem que há, no envelhecido MPLA, gente muito tentada a declarar o Estado de Sítio para conter todos quantos dizem que o actual modelo de governação do país está esgotado. Na abertura do presente ano judicial, no último dia 30 de Março, o Presidente da República, João Lourenço, disse isto: “(…) Que a Justiça angolana cumpra com o seu papel, o Chefe de Estado não vai interferir na acção da Justiça em violação da Constituição, como pretendem que o faça (…) No dia 7 de Agosto corrente, o Secretariado do Bureau Político do MPLA, cujas reuniões são presididas pelo mesmo João Lourenço, enviou esse “recado” ao Tribunal Constitucional: “(…) o projecto (Ampla Frente Patriótica para a Alternância) não tem credibilidade, não pode ser levado a sério e, portanto, não tem condições de se apresentar como alternativa democrática ao projecto de Nação do MPLA” Perante isso, em quem os angolanos devem apostar as fichas? No João Lourenço do dia 30 de Março ou no do dia 7 de Agosto?

domingo, 1 de agosto de 2021

ARTIGO RECUSADO PELO SEMMAIS JORNAL

Há anos que colaboro com o Jornal do Distrito de Setúbal, faço-o por gosto e amizade, acreditando que o jornal possa ter uma linha editorial própria nunca fui limitado e condicionado na minha escrita; infelizmente, parece que a liberdade está acabar em certos meios de comunicação social. Publico neste espaço o texto que foi recusado fazer parte da edição habitual do jornal. Há palavras que incomodam, paciência! CARTÃO VERMELHO AO REGIME! O regime político tem violentamente agredido o povo português, a sociedade no global, porque ainda se rege por regras e culturas herdadas do pior do Estado Novo e dos processos estalinistas do PREC. Fazem-se Leis e outros normativos de governação, como mudamos de roupa, sem respeito por nada e nem avaliação adequada aos impactos. Aplicam-se normativos que não são mais do que atos de censura às contestações e condicionando a liberdade dos cidadãos. Têm que se alterar muitas condutas no seio dos partidos políticos, saneando o caciquismo vigente. Uma pergunta para acompanhar nos próximos meses: o que leva cerca de trinta (10%) candidatos às Câmaras Municipais, voltarem ao sufrágio, depois de já terem desempenhado no passado o cargo e posteriormente terem assumido outras funções? Será que a sua preocupação é o elevado espirito de serviço público com recurso à “bazuca” que aí vem nos próximos anos? Acreditamos que muito mais haverá para denunciar e investigar. O povo continua contente com as narrativas que surgem episodicamente na comunicação social; com ministros a omitirem verdades ou mentirem sob áreas da sua jurisdição, vai-se sabendo das cunhas para apadrinharem cargos e destapam-se negociatas do hidrogénio e tantos mais. Como sempre estes casos, no presente saem incólumes! Mais tarde, abrem-se processos com muito tempo de atraso, porque o sistema judicial não tem meios de trabalhos, e quando se apura matéria de direito para punir crimes já todos têm idade muito madura e estão doentes ou tudo prescreve e assim, quem paga? O povo porque está calado! Negociatas entre os partidos que apoiam o Governo com efeito nas eleições autárquicas, permitindo ao partido maioritário apresentar candidatos fracos em certas capitais do distrito (nomeadamente na margem sul) para não criar dificuldades aos comunistas. Tudo acontece nas margens e no pesadelo de travessia de Rio, que não sabe onde vai terminar a barragem final, mas que continua a receber “inputs” provincianos de nortadas que só contaminam os seus servidores, que não sendo livres são condicionados no seu livre arbítrio de pensamento e em agir. Apresentam-se investimentos públicos neste país sem uma avaliação do custo / beneficio para as próximas gerações, porque o que interessa é gastar o dinheiro disponível o mais depressa possível, em especial o que vem da Europa, porque o outro à custa do endividamento, será tudo para resolver daqui uma geração de governantes. Assim, vivemos nestas duas últimas décadas de governação socialista! Com a globalização a influenciar Portugal, também muitos tendem a caminhar multi-negócios, disseminando o controlo legal das etapas, seja no desporto ou em qualquer outra atividade económica do país. Se os portugueses não tiverem uma consciência de cidadania e dever cívico, em breve, quando acordarem é tarde de mais. É hora de agir e expulsar do regime muitos vendilhões do templo que atuam na sociedade portuguesa, já não basta o diálogo construtivo é preciso limpar o esterco da política e chega o momento em criar uma revolta coletiva para mudar o regime que falta ao respeito no humanismo e na salvaguarda das próximas gerações. Colhemos o exemplo histórico da “Padeira de Aljubarrota”, não será preciso desperdiçar óleo queimado, mas será preciso limpar quem desgoverna e quem não tem condições em assumir uma alternativa séria e credível. Seria fácil neste período desejar a todos umas boas férias e um bom descanso, mas a perigosidade social, financeira e política que vivemos não nos permite expressar esses desejos sem deixar estes alertas à consciência coletiva, olhemos para o futuro, para que as próximas gerações não venham a sofrer todos estes dissabores ou eventuais conflitos armados que possam acontecer quando se criam condições de radicalismos. Não há mais paciência para estas condutas políticas, todos temos instrumentos à nossa disposição para usar e exercer os nossos direitos e deveres de cidadania, não deleguemos na vizinhança. Expulsemos da governação os agentes políticos que não conhecem a arte de governar, mas tão-somente o carreirismo e o compadrio, o que se aplica de igual modo, à falta de alternativa na oposição democrática. Deixaremos para momento oportuno as análises autárquicas de 2021, as quais ocorrendo em breve não justificam tudo quanto de mau se venha a passar em período pandémico.

domingo, 25 de julho de 2021

TERRORISTA OTELO SARAIVA DE CARVALHO

Faleceu Otelo Saraiva de Carvalho. Não felicito a morte de nenhum ser humano. Mas, desejo que agora não sejamos inundados com homenagens, de alguém se converteu ao terrorismo. Espero que o hipócrita de Belém não faça comentários

quinta-feira, 24 de junho de 2021

SEM MAIS JORNAL 21JUL19

https://semmais.pt/2021/06/23/etica-na-politica/ ÉTICA NA POLÍTICA Vivemos tempos em que se fala muito de questões de ética, mas poucos se dão ao trabalho em perceber que há diferentes éticas de acordo com as atividades e no caso especifico na arte governativa da política. Em período de futebol europeu, os governantes – tímidos, procuram agilizar práticas e implementar decisões que podem passar despercebidas à generalidade dos cidadãos. Qual a razão para terem estas práticas? Culpa dos próprios governantes e da comunicação social? Sim, mas os primeiros responsáveis são os cidadãos pelas escolhas que fazem democraticamente no ato de votar e nas audiências que permitem a alguns órgãos de comunicação social. Há décadas que Portugal é governado pela mesma classe politica com uma doutrina mais vermelha ou mais cor-de-rosa, que tem conduzido o país a uma regressão saudada por muitos, porque apreciam viver sempre à custa dos outros. Antigamente, vivia-se em torno dos três F’s, agora vive-se do mesmo modo em redor dos três f’s, substituindo Fátima por familia. Esta devido às cumplicidades em diferentes níveis do clientelismo político e partidário não cultiva o artista para governar, nem torna os cidadãos livres na causa pública. Atendamos às listas dos cargos diretivos e nas eleições autárquicas, onde se encontram de forma transversal as ligações familiares, acrescentadas muitas vezes por “animais” fantasmas para compor o ramalhete, porque os partidos ao invés de fazerem trabalho para crescerem eleitoralmente, criam centros de emprego. É preciso incutir a liberdade e responsabilidade de cidadania no ensino básico, para que possamos ter um Portugal mais evoluído e em crescimento económico daqui a duas gerações e meia. Sabemos de antemão que a esquerda só convive e bem com classes pobres, enquanto as suas elites convivem com caviar de qualidade sempre que podem. Há legislação que não foi revogada, além da tal famosa Lei de 1974; mas dizíamos que há legislação que se mantém vigente. É inconcebível que um agente do Estado possa partilhar dados de cidadãos portugueses a um Estado estrangeiro que não cumpre os direitos humanos, acreditamos que aquele agente está no limiar da traição à Pátria. Ficamos estupefactos quando alguns ficam satisfeitos com um pedido desculpa, apesar da bênção de pilatos vinda de Belém. A ética na política não se compagina com leviandades familiares em cargos, governamentais ou listas autárquicas, para não falar nos negócios cruzados. O país empobrece porque todos assobiamos para o lado, quando somos confrontados com atos e fatos desta natureza, os quais já ultrapassaram a decência da política e o vírus pandémico ataca na Magistratura e na sua órbita. Estar na política é uma missão de serviço público e quando se tem responsabilidades tem que se possuir cunho e pensamento para arte, mas acima de tudo não se pode estar na atividade política sem ser livre, os partidos políticos não podem ser novos centros de emprego para carreiras profissionais. O País já deu provas de ter quadros capazes, é forçoso regenerar e expurgar certas árvores apodrecidas que contaminam uma floresta inteira que até sobrevive aos incêndios e às mortes de cidadãos nas mãos de agentes do Estado. Sabemos que esta missão é difícil, a qual não virá de muitos setores da comunicação social porque eles também lutam para sobreviver, estas reformas terão que vir da sociedade no seu todo.

domingo, 23 de maio de 2021

SEM MAIS JORNAL 21MAI21

CIDADANIA LIVRE E EXIGENTE. PRECISA-SE! Em cada ano que vivemos sentimos mais imbuídos das nossas responsabilidades por defender princípios de cidadania livre e exigente perante o todo coletivo. Não nos consideramos heróis nem procuramos condecorações, apenas queremos rir de alegria quando partirmos para o Oriente Eterno, pela obra feita com o mesmo grau de satisfação que choramos de felicidade quando viemos ao Mundo. Todos cumprimos uma missão na Terra e estamos de passagem usufruindo do bem comum daquilo que já cá estava e deixamos para outros o melhor, esforçando que a herança possa proporcionar sempre a melhor qualidade de vida às gerações vindouras. Infelizmente, nem todos assim pensam e muitos menos agem com aqueles valores. Se antes de Março de 2020 a competitividade era valorizada num mundo liberal da sociedade, e disso não abdicamos mesmo na pós-pandemia, também entendemos que os equilíbrios são o melhor dos Mundos para viver. Não acreditamos em igualdade de classes, mas acreditamos em diminuição de assimetrias e melhor equidade nos direitos e deveres de cidadania. Há um ano e dois meses, nos primórdios da pandemia, usufruímos do bem-estar no complexo Z-Mar. Na ocasião era voz corrente naquele espaço e região os problemas da pandemia que já afetavam alguns cidadãos e trabalhadores que trabalhavam em condições não toleráveis, acrescido do fato de que já tinham sido detetados sinais de doença no seio daquela comunidade. É lamentável que a maioria do decisores políticos: Governo e partidos políticos só 14 meses daquela referência tenham descoberto o caminho da boa-esperança. Aos decisores políticos na generalidade e na atualidade falta-lhes a competência da arte de governar de outrora e assumir estratégias de futuro para as gerações vindouras. E quando confrontados com problemas presentes, respondem como o cidadão Cabrita que não tem a mínima qualidade e sentido de responsabilidade para ser ministro; a sua progressão na carreira deve-se aos serviços prestados na escuridão das sombras a outros. A cidadania mais do que há ano exige transparência e divergência livre para que os decisores políticos não considerem que os seus mais diretos colaboradores pela servidão ao poder e aos tachos lhes são leais e contam a verdade toda. Antes de servirmos uma bandeira partidária ou de qualquer outra natureza somos cidadãos e temos o dever de denunciar com clareza e sem tibieza, atos corruptivos, atos de desumanos e acima de tudo agir para mudança da sociedade. Que ninguém pense que tudo compete a outros. Devemos respeitar a hierarquia das autoridades e dos poderes instituídos mas não prestar vassalagem subserviente. Da nossa parte consideramos um atentado à saúde pública a permissão em colocar um écran, à porta do Estádio de Alvalade como direito à manifestação como condenamos veementemente a oferta de saco de prendas à porta da Assembleia da República ao um guarda e forças de segurança, contendo material do Benfica, a não ser que tenha sido um ato contínuo pelos corredores até chegar à Comissão de Inquérito. No passado, por muito menos um cidadão como Jorge Gonçalves foi preso de madrugada em Lisboa, e não há coragem para constituir arguido e julgar, o cidadão Luís Filipe Vieira? A sociedade não se pode queixar dos magistrados que tem, dos políticos que tem, dos patrões que tem, dos sindicalistas que tem e também não se pode queixar dos operários que possui. Tudo é fruto da consciência de cidadania. Enquanto, não mudarmos mentalidades e forma de estar na gestão do bem comum que é de todos, e encararmos que estamos cá de passagem. Vamos continuar a empobrecer enquanto país e a cavalgar as ondas dos escândalos oportunistas permitindo agravar assimetrias humanas.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

47º aniversário do PPD/PSD

No dia 6 de Maio de 2021, comemora-se o 47º aniversário do PPD, mais tarde denominado PSD. Em 1974, estava na pré-adolescência e vivia a alegria da separação de Angola da Metrópole porque não gostava vir para o frio. Não sei porquê, das primeiras coisas que recebi e ouvi foi o disco do "Povo Unido" e um discurso de Francisco Sá Carneiro, tendo tido a felicidade de em 1975, ir viver para a região no Porto e convivir com familiares e amigos, que o conheciam muito bem. Acredito que no século XXI, ele não deixaria acontecer o que ocorreu esta madrugada, realojar seres humanos, rodeados de forças bem armadas, e ocupando instalações privadas (licenciadas ou não). Com Sá Carneiro vivo, o PSD teria tido outra atitude e não permitir esta prepotância por parte do Governo Socialista. Garanto que nunca assisti tratar refugiados noutras latitudes desta forma, quanto mais trabalhadores (legais ou não) que contribuem para a produtividade do país. Mau dia, que fica associado para sempre ao dia 6 de Maio. O PSD, é um partido com valores humanistas e se o líder não tem a sensibilidade para esta matéria outras vozes que se levantem.

sábado, 1 de maio de 2021

SEM MAIS JORNAL 21ABR30

VERGONNHA NACIONAL ! – EU ACUSO ! Há anos que se vive um clima de suspeição generalizado dos políticos, suspeição do empresário porque gera riqueza, o patrão desconfia do operário, o adepto desconfia do dirigente, os treinadores desconfiam dos árbitros. É uma vergonha tanta desconfiança. No entanto quando aparece um cidadão que aponta indícios e / ou acusa algo que ressalta à vista, aí começa o purgatório para quem age e em muitas das vezes há dois tipos de julgamentos: se este cidadão aponta a alguém que não ostenta poder, é-lhe dada razão; se por outro lado, o tal cidadão faz tiro certeiro a um decisor com poder, quem insinua ou acusa quase que tem de fazer a prova de tudo, porque prevalece o decisor em especial o político. Acuso sim, a hipocrisia da sociedade, porque esta diz mal dos políticos, mas depois venera-os na esperança de algum rebuçado. Acuso sim, vários intervenientes judiciais que não permitiram uma investigação cabal e completa ao cidadão José Sócrates, nomeadamente no processo Freeport. Acuso sim, a então diretora da PJ de Setúbal (na época) dos mecanismos de proteção e faça-se uma avaliação ao reconhecimento familiar que obteve, bem como porque, razão foi eleita autarca pelo Partido Socialista. Acuso sim, as ameaças, de que fui vitima, de diferentes formas por parte de pessoas na órbita socialista. Acuso sim, dirigentes do CDS-PP que quiseram-me calar em troca de benesses, porque na ocasião também havia suspeitas que pairavam no ar. Acuso sim, dirigentes distritais e concelhios do PSD que procuraram boicotar a minha livre militância. Acuso sim, um candidato à presidência do Sporting que foi pressionado para afastar-me de todo o envolvimento eleitoral. Acuso sim, o envolvimento de responsáveis de um banco entretanto alvo de polémica, e que tudo fizeram para atingir um familiar direto pensando que me estavam prejudicar. Acuso sim, perseguições e escutas em locais públicas por agentes do SIS ao serviço do Governo socialista da época. Acuso sim, a comunicação social que não teve coragem de emitir declarações verdadeiras por mim proferidas. Acuso sim, José Sócrates e muitos que viveram na sua órbita que não deveriam ter sido eleitos em 2005 e que conduziram o Portugal à bancarrota. Acuso sim, de que falta mais e melhor cultura democrática e transparência para escrutinar os políticos quando disputam poder e mesmo quando o possuem. Acuso sim, campanhas que são estruturadas para destruir mensageiros honestos e agentes judiciários profissionais e exemplares. Acuso sim, o poder político que quer estar separado do judicial e judiciário, mas depois não fornece meios técnicos para cumprirem a sua missão. Que o encerramento deste ciclo da “Operação Marquês” seja o novo caminho para virar uma página na História de Portugal. O dinheiro que é desviado pelos mecanismos da corrupção, para financiamentos menos lícitos de campanhas eleitorais ou em prol do individualismo são verbas retiradas no combate às carências sociais. Sim, este é um grito de revolta porque muito poderia ter sido evitado se em 2004, muita gente não tivesse fugido e deixado alguns isolados pelo caminho. Acuso sim, os portugueses por continuarem acomodados a acreditar sem agirem!

domingo, 25 de abril de 2021

COMEMORAR O 24+1 E O 26-1 DE ABRIL

Estamos no século XXI e ouvir discursos sobre as comemorações da data da Revolução, faz-nos alguma perplexidade, há discursos que são uma perfeita cassete de 50 anos e não descobrem que o muro de Berlim já caiu há muito e nada vai voltar atrás pelo menos nas atuais gerações de pessoas vivas. Não acreditamos no regresso ao regime ditarial, mas acreditamos com fim da censura e controlo da comunicação social pela via económica. Um órgão de comunicação escrito, falado, rádiofónico ou digital tem que crescer e ser livre e não aplicar o garrote à liberdade de expressão em função da capacidade financeira. Como é possível comemorar o dia da Revolução sem olhar para os problemas sociais no território português e descurar também a visão critica à vida miserável e de lixo em alguns países de expressão em Língua Portuguesa. Deixemos de viver de ideais perdidos na sua prática durante estes quase 50 anos e concentremos os esforços no desenvolvimento e crescimento económico das populações, porque isso permite mais e melhor qualidade a cada cidadão. Não podemos continuar a valorizar personagens que considero donos de certos desfiles comemorativos, e que a sua história pessoal em exemplos de vida associativa em nada enaltece a liberdade de expressão. Não podemos a dividir migalhas por todos para igualar classes, quando o que devemos fazer é reduzir assimetrias entre classes sociais, tendo consciência que não há igualdade em nada, há que saber tratar com humanismo a diferença.

IGNORÂNCIA DOS ANDRÉS NO PARLAMENTO

Depois de ter visto o resumo da audiência na Assembleia da República ao cidadão Adelino Maltez para ser ouvido sobre a famigerada proposta legislativa da obrigatoriedade dos servidores públicos do Estado declararem as suas filiações de toda a natureza. Apraz-me concluir que entendo que a Assembleia da República é um espaço público, no qual transitoriamente há cidadãos (Deputados) que são os anfitriões de quem quer que seja que vá lá por exemplo depor. Vemos com frequência determinadas personalidades mediáticas gozarem com os Deputados através da forma como argumentam nas audiências, não nos lembramos de alguma vez assistir a dois Deputados (André Silva - PAN e André Lima - PSD) terem tido uma falta de capacidade argumentativa e demonstrando ignorância histórica e consequentemente a sua impreparação levou-os ao insulto a Adelino Maltez. Daqui só podemos concluir que este comportamentos na defesa desta proposta legislativa só pode resultar por um trauma do passado por parte de alguns senhores Deputados que não foram aceites num caminho de força, de beleza e de sabedoria. Dou um conselho de amigo aos Andrés com este caráter juntem-se e atirem-se ao rio.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

VERGONHA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

Os portugueses são engraçados quando em 2004 e anos seguintes fui dos poucos apontar baterias ao homem, agora da Ericeira, de que era corrupto, muitos fugiam em estar perto de mim até me quiseram retirar de listas eleitorais, agora estão indignados com o Juiz? Aquele é mentiroso, corrupto e levou o Portugal à falência. Angola e Brasil indiretamente também tiveram consequências. Não se atirem ao Juiz. Façam a marcha para Ericeira, o mar é logo ali!

terça-feira, 6 de abril de 2021

O ALARME DE CABO DELGADO

Há alguns meses que procuramos acompanhar com sensibilidade os acontecimentos em Cabo Delgado. Ciclicamente a comunidade internacional centra os olhares em conflitos regionais e Portugal não foge à regra da hipocrisia diplomática. No quadro protocolado entre Estados existe por implementar uma Força Militar Lusófona, a qual exige treino e execução entre outras missões está teorizada que seria utilizada em situações tipificadas ao que ocorre em Cabo Delgado. Tal desiderato está por cumprir! Estamos cientes que Moçambique é um Estado soberano e tem no terreno organizações humanitárias a atuarem noutro tipo de natureza. Existindo um conflito regional numa escala e dimensão que as Nações Unidas, não hipervalorizaram ao contrário de alguns órgãos de comunicação social, é legítimo que hajam interesses e motivações para forçarem o envio de militares portugueses e intervirem numa região em conflito que ultrapassa as fronteiras de Moçambique? Devemos ter sensibilidade e atuar com discernimento nas ações, sabendo de antemão que há uma potência europeia, França, interessada em internacionalizar o conflito. França que não resolveu o conflito Centro Africano, consequentemente, têm sido militares portugueses a contribuírem para a imposição da paz naquela região. Somos favoráveis à cooperação técnico – militar e ao aprofundamento neste quadro de outro tipo de missões mas sempre no respeito na soberania do Estados integrantes da CPLP. Portugal, não tem o direito de impor aos outros aquilo que muitas vezes renega.

quarta-feira, 24 de março de 2021

quarta-feira, 17 de março de 2021

Para onde vais Rui Rio?

Um líder político e em especial de um partido como o PSD deve procurar ser o menos ignorante possível e ter sensibilidade política. Andar a fazer acordos com líderes partidários defuntos ou repescar propostas de pequenas forças políticas só pode ser medíocre e não é alternativa para escolha como Primeiro Ministro. Rui Rio, tem traumas ao longo da vida e agora como líder do PSD, procura ajustar contas com algumas instituições, para além de coartar as liberdades individuais. Rui Rio, é inábil político e vai conduzir o PSD para os confins de Portugal. Os políticos que pertencem a associações gays, também vão declarar a sua filiação a estas organizações?

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Citando Luís V. - Ainda Ascenso Simões

Meu Caro Ascenso Confusões, Analisei atentamente as suas últimas declarações, em que justifica a sua posição contra o voto de pesar da Assembleia da República sobre a morte de Marcelino da Mata, e que me merecem algumas considerações. Antes de mais, meu caro Inveja Simões, esclareço que o trato de caro, não porque por si nutra alguma consideração, carinho ou respeito, mas porque me é caro, a mim, e a todos os portugueses que o sustentamos, pois se desenvolve algumas atividades pro bono, não foi pro bono, mas sim pro bolso, que foi aquilo que pagamos durante os anos em que desempenhou funções na administração da ERSE… Depois, caro Inveja Cifrões, trato-o agora de inveja, por que estou convencido de que uma das razões das sábias palavras que proferiu, os outros motivos comentá-los-ei mais à frente, é a inveja , a certeza de que quando morrer , mais tarde ou mais cedo, ninguém se vai lembrar de si , nenhuma celeuma vai surgir á sua volta, se deve ser glorificado ou criticado, pois caro Inveja Simões, o senhor não passa de mais um zero á esquerda, a quem , infelizmente os médias dão palco… Mas esteja confiante, caro Esquecimento Simões, de que quando morrer, se for nos tempos mais próximos, o mais que se poderá ouvir será um generalizado e nacional suspiro de alívio, mas se for daqui uns anos , no momento da sua ascensão , Simões, ninguém se vai lembrar de si, ninguém irá falar em Ascenso Panteões… Mas antes de passar ao elogio das suas nobres palavras, caro Inocente Simões, uma pequena declaração de interesses: • Não tenho nada contra a sua cor de pele, não sou, portanto, racista, e isto apesar de, meu caro Aumento Simões, ter tornado a vida muito mais negra aos consumidores de energia em Portugal, sejam pessoas ou indústrias, durante a sua passagem pela ERSE. • Não tenho nada contra as gentes de Vila Real, meu caro Ascenso Exceções, antes pelo contrário tenho a melhor das impressões das gentes daquela região, onde vivi sucessos e desgostos desportivos, proferi palestras académicas, e com cuja universidade, ainda hoje, desenvolvo, em trabalho conjunto, inovadores projetos profissionais. Tenho lá bons Amigos, e sempre houve um enorme carinho recíproco entre os habitantes de Vila Real e a minha humilde pessoa… Mas não há regra sem exceção… • Não tenho nada contra a AESE/IESE , meu caro Infelizmente Simões, entidade de ensino que também frequentei, e que muito veio a contribuir para o meu desenvolvimento, tanto profissional, como pessoal, o que infeliz e excecionalmente, não parece ter sido o seu caso… E após este longo prefácio, meu caro Inocente Simões, chegamos finalmente ao tema que aqui me trás, as suas palavras sobre a falta de sangue no 25 de Abril , sobre a negação da existência de uma civilização portuguesa pluricontinental, e sobre o desmantelamentos das obras que evoquem o sucesso de Portugal, e a sua importância como potência mundial, até ao advento do 25 de Abril de 1974. Meu caro Ignorante Simões, tem como atenuante o facto de todos nós termos consciência de que hoje, para singrar no PS, salvo raras e honrosas exceções, tem de se ser ignorante, pouco culto, dotado de alguma flexibilidade de princípios, ser eticamente maleável, e não muito inteligente. Meu caro Ascenso Submissões, é do conhecimento geral, que um individuo normal, não dotado das características acima referidas, jamais aceitaria a vassalagem intelectual e moral para singrar no partido de que faz parte. Mas vamos comparar as suas torpes insinuações com fatos: A primeira: no 25 de Abril “devia ter havido sangue, devia ter havido mortos”. Permita-me relembrar, meu caro Ascenso Insinuações, que do 25 de Abril resultaram: • só em Angola, foram 2 milhões de mortos, 1.7 milhões de refugiados, e 80 mil estropiados; dois milhões de seres humanos que eram portugueses, até serem traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas… 1, 7 milhões de seres humanos que eram portugueses, até serem traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas… 80 milhares de seres humanos que eram portugueses, até serem traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas; • em Moçambique na guerra civil dos 16 anos foram mais de um milhão de vítimas da guerra e da fome, mais de um milhão de seres humanos que eram portugueses até serem traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas. E a chacina ainda vai no adro… Acha pouco sangue português? E falo aqui no sentido literal… É claro que não houve sangue entre os seus camaradas de abril, que por vis motivos de soldo, renegaram a Bandeira e a Constituição a que tinham jurado fidelidade, prestando-se a ser marionetes de interesses estrangeiros que vieram a ser responsáveis pela chacina acima descrita… Meu caro Ascenso Traições, acha pouco sangue ainda? Pode então adicionar o dos portugueses da Guiné e de Timor, mais umas dezenas de milhares de seres humanos, que eram portugueses, até serem traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas ….. A segunda : “Falta o conhecimento da história. Falta perceber verdadeiramente que não tivemos império nenhum. Que os tempos que vivemos desde o século XV até ao 25 e Abril foram tempos de grande instabilidade que nunca consolidaram império nenhum, mas esse império que está na nossa cabeça é o império salazarista. É uma construção simbólica do império salazarista…" Meu caro Ignorante Simões, Portugal, sendo, no seu início apenas uma pequena nação na Europa, vive tempos de instabilidade desde a sua fundação até hoje; que saudades temos desses tempos de instabilidade, uns dias melhores outros piores, umas épocas mais fracas, outras mais ricas, mas sempre na perspetiva de que as dificuldades, de uma forma ou outra, seriam vencidas, e que dias melhores viriam. Hoje, meu caro Esbanjamento Milhões, graças a si e aos seus camaradas, temos estabilidade na miséria: Pedimos aos países ricos remédios como esmola, aos países civilizados que nos mandem médicos, enfermeiros e equipamentos, pedimos dinheiro emprestado para comprar comida no mercado mundial… Espera-nos talvez o risonho futuro dos portugueses de Angola, Moçambique, Guiné, Timor, que vivem na miséria material e intelectual, nós vítimas, tal como eles de termos sido traídos e abandonados por si e pelos seus camaradas. Atrevo-me a perguntar-lhe, meu caro Ascenso Negações: As populações das nossas antigas províncias ultramarinas vivem melhor hoje do que nos tempos da administração portuguesa? Será o atual triste destino dessas luso-Pessoas, o futuro aqui? A terceira: que a ponte Salazar mudou de nome para ponte 25 de Abril, também o Padrão devia ser destruído enquanto “monumento do regime ditatorial” que é. Meu caro Ascenso Sugestões, tenho vindo até aqui a criticá-lo, a desprezá-lo até, mas nesta questão, julgo que a sua sugestão tem algum cabimento; acho que o meu caro Descenso Padrões e seus camaradas devem ser poupados ao convívio com as obras dos regimes anteriores ao regime inaugurado em 25 Abril de 1974… Mas caro Ascenso Revoluções, não vamos destruir o Padrão dos Descobrimentos, apesar de bem saber que a sua especialidade, e a dos seus camaradas, meu caro Ascenso Destruições, é destruir, destruir, destruir, sem nada construir! Também não vamos tapar ou ocultar o Padrão, caro Ascenso Visões, proponho algo muito mais simples e económico: Proibir a si Ascenso Restrições, e a seus camaradas, o usufruto, não só do Padrão dos Descobrimentos, mas de todas as obras construídas pelos regimes, monárquicos ou republicanos, anteriores ao regime inaugurado em 25 Abril de 1974… É isso mesmo, meu caro Ascego Negações, para quê o Ascego, e seus camaradas, sofrerem, no seu dia a dia, o confronto com as realidades que negam, com as repudiantes estruturas que, de acordo com o que dizem, serão inexistentes, invisíveis, não passando de obras simbólicas das gerações e regimes anteriores ao 25/4. Meu caro, já viu como o Propenso Nulações, e seus camaradas, seriam felizes se fossem poupados à visão, e banidos da sua utilização, de, entre outros: • Padrão dos Descobrimentos • Ponte Salazar • Parlamento • Hospital Santa Maria • Metro • Caminhos de Ferro • Hospital Santo António • Ponte da Arrábida • Aeroporto de Lisboa • Aeroporto do Porto • Porto de Sines • Porto de Lisboa • Porto de Leixões • Universidades • Liceus • Escolas • Vias de comunicação, • Etc. Etc., Etc. Meu caro Ascenso Soluções, estou certo de que, entre o aeroporto de Beja, alguns milhares de rotundas e estátuas autárquicas e pavilhões desportivos, Ascenso e seus camaradas encontrarão uma forma de viver não seja dependente de obras feitas por regimes anteriores. Meu caro Ascenso Intervenções, despeço-me na humilde expectativa de ter o prazer de, em breve, voltar a ouvir as suas doutas palavras. Passe bem, Ascenso Luís Seixas Simões!

SEM MAIS JORNAL 21FEV19

MARCELINO DA MATA – HERÓI DA NAÇÃO Tecer considerações sobre uma pessoa após a sua morte torna-se fácil e é banal. Até quando parte para o Oriente Eterno alguém que ninguém conhece, mas como, dizíamos às vezes quando se trata de um indivíduo com atos de cidadania pouco dignos, até é usual tecer elogios à pessoa em questão. No entanto é completamente surreal o desprezo a que foi votado o falecimento do Tenente Coronel Marcelino da Mata. Felizmente, algumas pessoas de bem e atentos à informação teceram rasgados elogios à personalidade de Marcelino da Mata. Mal, vai o País quando há forças políticas que defendem liberdades e enchem a boca com banalidades de questões sociais e esquecem-se do valor supremo que é a vida humana e omitem o público reconhecimento do cidadão Marcelino da Mata. A História dos países constrói-se ao longo dos séculos, com o percurso da Humanidade, as Nações foram-se readaptando às decisões políticas da governação. Só os seres míopes conseguem fazer julgamentos da História de Portugal, neste caso, à luz dos olhares do século XXI. Os portugueses reveem-se na História de Portugal, mas há alguns que pretendem reescrever e anular fatos que são indissociáveis. Portugal, teve guerra colonial devido a inúmeros fatores, que não importa analisar neste espaço. Mas, aqui repugnamos o comportamento de “mentecaptos” de esquerda como Fernando Rosas e incluindo o atual Governo que tecem considerações de cegueira sobre o excelente militar que foi Marcelino da Mata, que à época cumpriu a missão para a qual foi treinado e formado. Mal, vai o País que tem um Governo sectário que omite e deturpa os acontecimentos de Marcelino da Mata, o qual foi um cidadão nascido na Guiné numa época em que muitos acreditavam que o desígnio era a aculturação dos povos. Os tempos evoluíram e a independência daqueles urgia ser feita, no entanto Marcelino da Mata cumpriu a sua missão, tal como existem outros Heróis na História de Portugal e em cada uma das Nações. Quem não vai ficar para a História são um conjunto de individualidades às quais nunca lhes deveria ter sido entregue o poder de decisão, porque têm conduzido o País para outro ciclo socialmente grave. Esteve bem o Presidente da República em comparecer no funeral de Marcelino da Mata, mas deveria ter feito sentir, como comentador de tudo, a falta de comparência ou a censura por parte da comunicação social no geral. Há valores que a maioria das pessoas desconhece. Os Heróis são reconhecidos até por parte daqueles que foram seus inimigos em tempo de Guerra e de combate. Porque o valor do risco da vida humana no cumprimento de uma missão é de enaltecer. O militar português mais condecorado ao longo dos séculos, não nasceu no Portugal Europeu, mas é louvado na História Militar Internacional, e também dispensou o reconhecimento por parte dos oportunistas e medíocres do combate. Obviamente, que neste rolo de mediocridade se inclui o famoso dono da Associação 25 de Abril, o eterno democrata que não cai da cadeira do palco daquela associação. Dos fracos não reza a História!

domingo, 17 de janeiro de 2021

SEM MAIS JORNAL 21JAN15

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

SEM MAIS JORNAL 20DEZ04