quinta-feira, 29 de julho de 2010

PENSAMENTO SEMPRE ACTUAL

"O governo do PS compõe-se de dois grupos: um formado por gente totalmente incapaz, e outro, por gente capaz de tudo."

Reconstrução de Angola precisa alcançar o Estado

transcrição de uma excelente entrevista editada na Folha

Alves da Rocha é economista, professor e um intelectual angolano. É um homem, sobretudo, corajoso. Nesta entrevista à reportagem da Folha, o professor dá um panorama da atual situação de Angola, uma nação com independência há pouco mais de 35 anos, mas que conseguiu a paz apenas há pouco mais de oito anos. Tempo suficiente para se tornar o país que mais cresce no mundo.
Um desempenho tão extraordinário do ponto de vista da expansão econômico, quanto da precária situação social do país que pode ser vista ao percorrer o país.
A reportagem da Folha passou nove dias em Angola e pode observar como essa ex-colônia de Portugal experimenta --entre erros e acertos-- um novo momento de sua história. Da análise da atual situação econômica aos hábitos da corrupção enfronhada no Estado, Rocha desfia um diagnóstico definitivo sobre o milagre de Angola.
A seguir a entrevista concedida numa sala do Ministério do Planejamento do governo angolano.
A economia de Angola deve recuperar o dinamismo em 2010?
As duas peças básicas que são o orçamento geral do estado e plano nacional estão a ser objeto de revisão, nós estamos trabalhando nisso. Já temos a análise toda do ano de 2009 e já temos alguns informações do primeiro trimestre de 2010. Vamos ver agora em termos de expectativa o que é que pode vir a acontecer em 2010. Há indicações de uma retomada econômica forte. A primeira projeção feitas, e que consta do plano nacional a ser revisto, situava a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em torno de 8,8%. O que comparando com os 2,74% de 2009 já denota alguma retomada.
Mas qual o problema para se saber o que de fato ocorreu em Angola?
O problema é que na falta de um sistema estatístico confiável ninguém sabe o que aconteceu em 2009 e em 2008, nem 2007. Só para dar conta, a Universidade Católica Angolana estima que o crescimento econômico em 2009 tem sido inferior a 2%, 1,9%. O governo indica 2,74%. O Fundo Monetário Internacional apresenta uma cifra negativa de 0,4%. A revista The Economist apresenta uma taxa estimada para o crescimento do PIB de menos 2%. O Banco Africano de Desenvolvimento estima em 0,1%. Portanto, não se sabe. E não se sabe porque Angola não tem um sistema de contas nacionais. De qualquer maneira, é necessário que as projeções sejam feitas.
O país sofreu um forte abalo na crise econômica mundial. Qual foi o impacto?
Aparentemente a queda das reservas internacionais foi muito dramática, entre outubro e dezembro de 2008 perdeu-se algo como US$ 3 bilhões. A reserva passou de US$ 20 bilhões para US$ 17 bilhões no período. Não foi apenas justificada pela crise petrolífera, houve aqui especulações sobre o que teria acontecido às reservas. Até que depois do governo deu início a uma sindicância e uma investigação para saber o que havia passado e apanhou falcatruas em cerca de US$ 200 milhões, um valor ínfimo em relação àquele efetivamente perdido. Mas objetivo de defender as reservas internacionais, o governo tornou as coisas muito difíceis aos acessos às divisas. O ano de 2009 foi dramático, o que seguramente a taxa de 2,7% de crescimento se deveu às medidas restritivas. Face a diminuição das receitas fiscais provenientes do petróleo, o governo também reduziu suas despesas, nomeadamente os investimentos públicos e houve uma quebra de 40% do investimento público.
Qual é a taxa de investimento sobre o PIB em Angola?
A taxa geral de investimento deve estar da ordem de 30%, mas com um peso muito grande do setor do petróleo que responde por 50% a 60% da taxa global de investimento. O resto é investimento público e privado somados. Diria que o investimento público deverá rondar os 10% do PIB, nos últimos anos, depois da paz, depois da resolução do conflito militar, porque antes disso a taxa de investimento pública era muito pequena. Não havia condições de investir. O governo construía as estradas e aí vinha a Unita e dinamitava as rodovias. Depois de 2002, realmente assistiu-se a um incremento significativo do investimento público.
O investimento público tende a se manter em 10% do PIB como foi até agora no período do pós-guerra?
Provavelmente. Neste momento o governo angolano tem uma dívida face as construtoras estrangeiras, inclusive algumas pequenas construtoras angolanas. O Estado deve mais de US$ 4 bilhões, e foi por causa dessa dívidas que muitas obras pararam. Houve dispensa de trabalhadores. Portanto, o que o governo deve fazer ainda neste primeiro semestre é pagar aquilo que deve. Isso é investimento público de 2009, não é investimento público de 2010. Não sei dizer qual o investimento público programado para 2010. Na versão inicial do plano e do orçamento do estado, que estão em revisão agora, o investimento público deveria estar a volta dos US$ 9 bilhões em obras de reconstrução em 2010. Com a revisão não sei. Face o aumento do barril do petróleo e das receitas fiscais esses investimentos públicos talvez venham aumentar.
É um índice muito mais alto do que no Brasil, por exemplo.
Mas veja o grande problema do investimento público aqui não é o seu montante, mas sim a nossa capacidade de execução. Porque o orçamento pode prever bilhões, mas não temos capacidade de absorção disso, e é o que tem acontecido. Para lhe dar um número sobre 2009, e a despeito de ter havido uma redução do orçamento do ano passado para o investimento público, a taxa de execução rondou os 35%. Portanto ficaram 65% do valor de investimento público inscrito no orçamento por executar. Portanto isso dá a medida da nossa capacidade de fazer as coisas. O país está a andar a uma velocidade puxada pelo setor petrolífero que nós não temos capacidade de controlar e perceber o que está passando. E isso tem a ver com a fragilidade da administração pública, com a capacidade de adjudicar ou fiscalizar essas obras, com uma série de coisas. Isso pode ser um limite, um entrave importante no futuro para Angola entrar numa rota de desenvolvimento econômico sistemático. Faltam gente e capacidade do estado para tocar tudo isso.
Mesmo com crescimento econômico elevado, Angola enfrenta ainda um grave problema de desemprego. Qual a taxa de desemprego hoje no país?
As contas do governo, as quais ninguém acredita, dizem que a taxa de desemprego em 2009 foi inferior a 22,5%. As estimativas da Universidade Católica Angolana, que vão constar do relatório econômico, apontam uma taxa de desemprego ao redor de 25%, mas acreditamos que estejam subavaliados. Nós também não temos instrumentos para aferir isso com mais detalhes. Mas para dar uma ideia, todos os países limítrofes de Angola, tem taxas de desemprego relativamente elevadas, como Botsuana, Namíbia, as taxas rondam os 10% a 12%. Mas nosso padrão de referência é a África do Sul, e a taxa de desemprego lá, numa das publicações da The Economist, dava conta de uma taxa de desemprego de 25%. Mas mesmo lá, os sindicatos contestam a taxa de desemprego. Dizem que é muito superior, dizem que está por mais de 30%. Portanto, ninguém sabe. A sensação que se tem é que a taxa de desemprego é muito elevada. O governo no relatório que acabou de ser aprovado em conselho de ministro de execução do plano de 2009, afirma que no ano passado a economia de Angola criou 385 mil novos postos de trabalho, o que ninguém acredita. O governo apresenta os dados, setor a setor, mas todos duvidam. Quando essas informações são apresentadas ao público, os empresários dizem que isso não é possível. Porque nomeadamente no domínio da construção, junto com a agricultura, que são setores que mais empregam, houve dispensas. Mesmo assim, o governo apresenta números que dão conta de uma aumento da criação líquida de postos de trabalho na construção, o que ninguém acredita.
Mas esse novo ciclo econômico conseguiu algum nível de ascensão social dos mais pobres?
Essa é uma matéria sobre a qual há muita discussão, há muito debate. Porque a taxa de desemprego está ligada a taxa de pobreza. Em Angola, a taxa de pobreza é extremamente elevada. Ninguém sabe exatamente qual é. O último dado que temos é de 2002, que dava conta de uma taxa de pobreza ao redor 70%, já incluída a população que vive abaixo do nível de pobreza ou a população que vive com menos de 2 dólares por dia. A pobreza extrema que abrange a população que vive com menos de US$ 1,25 por dia, andava a volta dos 30%. Os indicadores precisam ter uma consistência entre si. Não se pode dizer que a taxa de desemprego está a cair quando não há melhorias visíveis na taxa de pobreza. No entanto, o crescimento econômico de Angola a partir, principalmente de 2004, deve ter provocado um efeito de contágio, de disseminação. Ou seja, deve-se ter sido possível aproveitar alguma janela de oportunidade que esse intenso crescimento econômico criou. Então, pessoalmente acredito que determinadas faixas da população, que estavam ligeiramente acima desse limiar da pobreza, conseguiram aproveitar essas oportunidades e conseguiram melhorar alguma condição de vida.
Mas dado pode demonstrar esse pequena evolução?
A quantidade de carros que existem em Luanda (capital de Angola). Só Luanda importa 2 mil carros por semana, 90% dos quais usados. É só andar pela cidade para ver que há muito carro, velho, a bater com o motor. Importados por US$ 3 mil ou US$ 4 mil, da Bélgica, da Holanda. São carros de quinta mão. Mas não há dúvidas de que aumentou a faixa da população que conseguiu ter esse dinheiro para comprar um carro usado. Isso significa que o crescimento econômico permitiu um aproveitamento, apesar de o modelo de distribuição de rendimento ser muito desequilibrado ainda. Basta ver os candongueiros (motoristas de pequenas vans que respondem por grande parte do transporte público na capital) e os apartamentos de US$ 2 milhões que são vendidos na zona nobre da cidade. Há uma desigualdade muito grande.
Esse fosso social está crescendo?
O estado nunca disse: "Bem agora vamos tirar dos ricos e dar aos pobres". Pelo contrário. O estado controlado pelo MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) _ o partido do poder _ privilegia, apoia a constituição do que o partido chama de uma burguesia nacional pelos mais variados processos.
Como funcionam esses modelos de criação dessa casta? Parece que houve inclusive um modelo institucionalizado para criar capitalistas angolanos.
Sim, há um assalto ao orçamento. É evidente. Os instrumentos podem ser a adjudicação das obras, por exemplo. As construtoras poderiam dizer muito melhor do que eu quais são as comissões que são obrigadas a dar para que o governo adjudique a empresa a uma determinada obra. As comissões são muito elevadas. Essa é uma via que transfere para essa classe de políticos, militares, governantes essas obras. Grande parte dos empresários que Angola tem são oriundos da esfera política. Não há um único ministro que não tenha empreendimentos, não há nenhum ministro neste país que não tenha uma fábrica, ou participe de uma, ou uma fazenda agrícola, meios de transporte, não há absolutamente nenhum. Essa gente é rica, e rica mesmo. São fortunas. Não sei como a revista Fortune não incluiu ainda nenhum angolano, porque há aqui fortunas de US$ 400 milhões, US$ 500 milhões, entre dinheiro, patrimônio, essas coisas todas. Isso foi sempre através do estado.
Isso ocorre com o setor petrolífero também?
Veja, há muitos políticos, governantes, dirigentes ligados ao partido que alugam suas casas, vão viver em condomínios que são do estado, e recebem uma renda de US$ 25 mil ou US$ 30 mil mensais do setor petrolífero. As petrolíferas pagam essa renda, mas sabe-se qual é o mecanismo. No cost oil, as petrolíferas vão dizer quanto gastaram. E portanto quem esta pagando essa renda? Somos nós, é o governo, é o Estado, é o orçamento.
A nova constituição busca resolver esse problema da corrupção no Estado angolano?
As declarações do presidente vão no sentido de corrigir a forma de distribuição da renda no país. Sente-se que é um modelo baseado na corrupção, na incompetência, no tráfico de influências e é evidente que isso não é bom para a sociedade. Não é bom para as pessoas e para a própria imagem internacional do país. A nova constituição ou as declarações do presidente da república vão no sentido de corrigir esse modelo de participação nos rendimentos. Quando o chefe de estado fala que a partir de agora é tolerância zero, quando ele fala nas intervenções públicas que os ministros e os políticos não podem ter negócios, ou dedicam-se aos negócios, ou dedicam-se ao governo e a política, significa que há consciência de que as coisas estão mal. Agora, se há vontade política para alterar as coisas isso é outra coisa. Entre tomar consciência do problema e haver vontade política de alterar vai muita distância.
Qual é dificuldade?
Alterar a situação atual significará mexer com interesses, interesses estabelecidos e consolidados. Essa gente vê como uma piada a lei da probidade pública, da tolerância zero. Todos estão de acordo, mas quando começar a tocar nesses interesses as coisas ficam muito complicadas. Porque se alguém alguma vez for denunciado e for levado a julgamento, por não conseguir justificar como adquiriu a fortuna, esse indivíduo, se quiser falar, levará toda a gente a julgamento e à prisão. Porque o MPLA criou uma teia, laços entre os dirigentes em que ninguém fala do outro. Porque se alguém um dia falar, vão-se todos. Porque as relações são umbilicais.
Há instrumentos legais que proíbem essa relação?
A nova constituição é clara quanto a isso. Se há um dirigente, um ministro que entenda que há uma oportunidade de negócio e ele quer aproveitar a oportunidade de negócio, de acordo com a lei, ele opta, sai do governo e vai fazer o negócio. Mas o fato de ser membro do partido e do governo confere a essa pessoa condições vantajosas em termos de conhecer as oportunidades. Aqui não há uma democratização das oportunidades. Quando um cidadão normal se der conta de uma oportunidade, um membro do governo já sabia dela e já a aproveitou.
O sr. confia na disposição do governo em mudar esse estado de coisas?
Não. Não porque não é a primeira vez. Já há dez anos, tentou-se criar a alta autoridade contra a corrupção. Criou-se no papel, nunca foi criado o tal comissário anticorrupção. Os casos que são dados a conhecer ao público, são menores. Uma queda das reservas internacionais de US$ 3 bi (considerado um ataque especulativo ao Kwanza, moeda local) levou o governo a investigar pessoas do ministério das Finanças e do BNA (Banco Nacional de Angola, o banco central) que urdiram contratos falsos com empresas estrangeiras. Mas cadê os outros. Não há qualquer possibilidade de arranjar uma fortuna num país que é independente há 35 anos com 20 anos de regime socialistas. Quando terminei de estudar em Portugal, era marxista. Depois de ter vivido o regime socialista aqui... Quem me venha falar disso eu dou as costas. Porque o que se passou aqui no regime socialista, eu vou lhe dizer... Em termos de dificuldade de alimentação, de se vestir, de tudo. Tirando os 20 anos de regime socialistas, como é que em 15 anos as pessoas com o seu trabalho, ainda que seja com empreendimentos, conseguem juntar fortunas de US$ 600 milhões ou US$ 700 milhões?

AGNALDO BRITO

quarta-feira, 28 de julho de 2010

FREEPORT - 1

Acabou mais uma série de vários episódios do famoso caso Freeport.
O silêncio e a gestão da palavra serão sempre uma espada apontada, até que a voz me doa.
Uma questão se coloca: se não houvessem férias judiciais e não vivêssemos uma época balnear, teria sido deduzida alguma acusação nesta altura?
Lanço um repto aos investigadores da História da justiça, vejam quantos processos mediáticos foram concluídos nesta época do ano; quando o povo está desinteressado dos casos e quer descanso.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

E SE FOSSE EM PORTUGAL?

ois ex-directores do banco islandês Kaupthing, nacionalizado de urgência em 2008, foram presos esta quinta-feira. Mas a lista de possíveis detidos envolve mais de 125 personalidades, segundo a imprensa.

Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia.

Os dois arriscam-se a uma pena de pelo menos oito anos de cadeia, bem como à confiscação de todos os bens a favor do Estado e ao pagamento de grandes indemnizações.

A imprensa islandesa avança que estas são as primeiras de uma longa lista de detenções de responsáveis pela ruína do país, na sequência do colapso bancário e financeiro da Islândia.

Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.

A hipótese de cadeia e confiscação de bens paira também sobre uma dezena de antigos deputados, cerca de 40 gestores e administradores bancários, o antigo director da Banca, os responsáveis pela direcção-geral de Crédito e vários gestores de empresas que facilitaram a fuga de fortunas para o estrangeiro nos dias que antecederam a declaração da bancarrota.

Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.

In, TSF

terça-feira, 20 de julho de 2010

Arquitecto do Freeport trabalhou 'de borla' para campanha do PS‏

Arguidos afirmam que Capinha Lopes surgiu por indicação do ex-presidente da câmara José Inocêncio. Inglês contou que nome apareceu numa reunião com um "ministro".

Capinha Lopes, arquitecto que em finais de 2001 assumiu as rédeas do projecto do Freeport, trabalhou de borla para o PS em Alcochete e fez várias campanhas autárquicas da Margem Sul do Tejo em Dezembro daquele ano.

A informação consta do relatório final da Polícia Judiciária à investigação judicial e foi confirmada pelo próprio arquitecto nas declarações que prestou. Um cida- dão inglês ouvido pela polícia britânica adiantou às autoridades que o nome de Capinha Lopes foi sugerido durante uma reunião com um "ministro" que não identificou.

Até 6 de Dezembro de 2001, o projecto da Freeport era da responsabilidade de duas firmas de arquitectos: pelo lado inglês, a Benoy, em Portugal, a Promontório. Após o chumbo ao projecto, naquela data, entrou em cena Capinha Lopes. Da leitura das declarações prestadas no processo por vários intervenientes, não fica claro como é que o arquitecto surgiu.

Manuel Pedro e Charles Smith (antigos sócios na consultora Smith&Pedro e arguidos no processo) foram unânimes: foi o ex- -presidente da Câmara de Alcochete, José Dias Inocêncio, quem recomendou a contratação dos serviços de Capinha Lopes. Por sua vez, José Dias Inocêncio, também arguido, começou por dizer, enquanto testemunha, que cer- to dia tinha chamado Capinha Lopes, "por uma questão de confiança pessoal, a fim de o aconselhar sobre a viabilidade do pro- jecto".

Porém, já interrogado na qualidade de arguido, negou que alguma vez tivesse sugerido a sua contratação a quem quer que seja. Só que estas declarações contrariam, além das de Smith e Pedro, as do próprio arquitecto. Este, à PJ, revelou que José Dias Inocêncio lhe telefonou a pedir para receber uma chamada da Freeport.

Para adensar ainda mais o mistério sobre a forma como Capinha Lopes apareceu no projecto, Nickolas Lamb, arquitecto inglês da "Benoy", referiu às autoridades recordar-se que, após o chumbo de Dezembro de 2001, "todos [dirigentes ingleses do Freeport] abalaram para Portugal e acamparam no exterior do gabinete do ministro". Mas só Sean Collidge, ex-CEO da Freeport, e Jonathan Rawsnley, antigo gestor da empresa, entraram para uma reunião. Estes, "quando saíram, comunicaram que lhes tinham dito que tinham os arquitectos errados no trabalho". Lamb, de acordo com o seu depoimento, ainda puxou dos galões: "Nós achamos que somos bastante bons." Mas alguém, que não identificou, terá dito que a Promontório, que estava no projecto há 18 meses, "parece que apoiara o partido errado ou votara no partido errado, ou não pagara as contribuições". "Nunca foi bem esclarecido", finalizou.

Segundo o próprio Capinha Lopes, o seu atelier deu uma borla à campanha eleitoral do candidato do PS a Alcochete (José Dias Inocêncio), "para adquirir visibilidade para futuros projectos", e colaborou nas campanhas socialistas de Grândola, Santiago do Cacém, Moita e Barreiro.

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1622041

domingo, 18 de julho de 2010

XUTOS

sexta-feira, 16 de julho de 2010

VELHICE

terça-feira, 13 de julho de 2010

A BANDALHEIRA CONTINUA

FENÓMENO NATURAL

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SERÁ VERDADE? ESTÁ TODO O MUNDO LOUCO?

Tá tudo maluco neste planeta ? ou é só em Portugal ??? Leiam isto, e fiquem ainda mais confusos (ou não)



Existirá a Maddie ?



MADDIE NUNCA ESTEVE EM PORTUGAL! PROVAVELMENTE NEM NUNCA EXISTIU!

Num relatório recente, elaborado por uma equipa de Investigadores Privados Europeus, concluiu-se não haver fundamento para o prosseguimento das buscas tendentes à localização de Madeleine McCann.


Tal relatório assenta em diversos depoimentos de clientes do Ocean Club, em Lagos (Portugal), no momento do alegado desaparecimento de Maddie e de muitos habitantes da Aldeia da Luz, os quais referem unanimemente nunca ter visto a família com três crianças, mas apenas com duas.


Tal facto tem sido escondido da opinião pública, sendo apenas conhecido das empresas de Comunicação que asseguram a boa imagem pública da família McCann.


O estudo, que sairá a público nos próximos dias, antecipava até a dúvida sobre a própria existencia da pequena Maggie.


Com efeito, tendo ficado demonstrado nos processo de investigação que Gerry não é o seu pai biológico, existem fortes indícios de que as amostras de ADN não sejam de qualquer criança, mas apenas de sua mãe.


Tal situação explica, segundo os investigadores, a correspondencia do sangue encontrado no veículo automóvel alugado 21 dias depois do forjado "desaparecimento", com o da pretensa "mãe" de Maggie.


Por outro lado, e segundo revela o relatório, não há qualquer indício de que o casal tenha entrado em Portugal com três crianças, nem foi até agora descoberto qualquer registo de nascimento de alguma criança com o nome de Madeleine McCann, filha do casal.


Esta convicção dos investigadores assenta ainda em informações prestadas por amigos pessoais de Clarence Mitchel, porta-voz do casal McCann, e de alguns dos seus colaboradores directos.


Segundo estes, "Maggie" - figura imaginária - seria um instrumento para a criação de um fundo de solidariedade internacional, projecto há muito desenhado pelos McCann.


Obtido esse fundo, e resguardado o mesmo em sistema bancário seguro, os McCann contratariam gabinetes de comunicação e advogados dos paises envolvidos na operação com o fim de os protegerem de uma eventual retaliação por parte dos beneméritos do referido fundo.


Mas o relatório vai mais longe: o esquema da operação compreenderia um fundo visível e um fundo privado da família McCann, sendo que o montante que este geriria -e que corresponderia à maioria das dádivas -. seria apenas conhecido do casal.


Desta forma, o valor dos montantes doados levado ao conhecimento público seria substancialmente inferior ao efectivamente recebido.


Estes factos, aliás, são do conhecimento dos Governos dos países visitados pelos McCann no seu "road-show" para obtenção de fundos.
Daí que o casal nunca tenha sido oficialmente recebido.


Note-se que, apesar de, em termos de opinião pública, ter sido referido que o Santo Padre Bento XVI teria recebido o casal em audiência privada, tal audiência nunca ocorreu, havendo apenas uma fotografia, sabiamente captada, na Praça de São Pedro, em Roma, na qual figura o casal McCann saudando o Papa quando este circulava a pé junto do público que semanalmente enche a referida Praça quando das audiências publicas.


As autoridades policiais estão a analisar com a máxima descrição este relatório, procurando encontrar conexões entre os doadores dos fundos com redes internacionais ligadas ao tráfico de armas e de estupefacientes e bem assim, a investidores imobiliários de Marrocos e do Sul de Espanha.

A INCONSCIÊNCIA

sábado, 10 de julho de 2010

CITANDO CLARA FERREIRA ALVES

Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.

Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana,para a voz da rua.

A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.

A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o processo de descolonização.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.

A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiència governativa.

A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.

A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..

A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.

A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.

A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.

A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.

A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.

A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).

A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).

A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar uma voltinha de Tartaruga.

A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.

A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.

A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo Grande.

A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.

A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.

A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.

A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.

A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.

A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.

A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República, na... Fundação Mário Soares.

A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.

A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.

A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.

A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.

A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.

A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre,para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.

A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.

A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir,logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.

A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.

No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai.... e não volta mais.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

TRÂNSITO CIVILIZADO

quarta-feira, 7 de julho de 2010

ELE AVISOU

terça-feira, 6 de julho de 2010

A DENÚNCIA

domingo, 4 de julho de 2010

OUVI DIZER - 35

Skin' leva a investigação a familiares de José Sócrates

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Documentos do tio, primo e mãe do primeiro -ministro, com movimenta-ções de dinheiro para "offshores", remetidos à PGR

O Tribunal de Loures vai enviar para a Procuradoria-Geral da República certidão com declarações de um dos arguidos no julgamento de Mário Machado, dirigente da Frente Nacional, sobre alegados documentos de fluxos financeiros que envolvem familiares de José Sócrates.

O arguido Rui Dias, um dos oito que estão a ser julgados em Loures pelos crimes de associação criminosa, extorsão, sequestro e outros, disse ontem em tribunal que "tem na sua posse documentos que referem o desvio de 383 milhões de euros", envolvendo "o tio, o primo e a mãe" do primeiro-ministro, José Sócrates, refere a Lusa.

Gestor financeiro na área de mercados de capitais, Rui Dias salientou que "por causa desses documentos" é que está detido preventivamente e a ser julgado juntamente com Mário Machado, líder dos Hammerskins Portugal, movimento conotado com a extrema-direita.

Rui Dias referiu que esses documentos "são originais e não cópias".

Mário Machado, que também interveio depois de um juiz do colectivo ter anunciado a diligência para a Procuradoria-Geral da República (PGR), garantiu que "os documentos estão em dois blocos escondidos em dois sítios diferentes".

José Manuel de Castro, advogado de Mário Machado, referiu que o alegado dossier integra "comprovativos originais de depósitos e transferências de bancos em paraísos fiscais".

sexta-feira, 2 de julho de 2010

TVI