COMUNICADO POLÍTICO

Por uma política de verdade, justiça e transparência Há vinte anos, em julho de 2004, uma denúncia foi apresentada às autoridades sobre o caso Freeport, uma situação que revelou a complexidade e os interesses ocultos que permeiam a nossa política e sociedade. Infelizmente, a investigação nunca foi conduzida de forma adequada, deixando muitas perguntas sem resposta. A ausência de uma investigação séria e efetiva contribuiu para que, anos depois, Portugal enfrentasse uma crise profunda, levando à intervenção da troika no nosso país. Essa é uma consequência direta de uma teia de interesses que, muitas vezes, se sobrepõem ao bem comum e à justiça. Durante todo esse tempo, resisti às ameaças, perseguições e às pressões de quem preferia manter o silêncio ou proteger interesses escusos. Nunca me calei, porque acredito que a política deve ser uma causa nobre de serviço público, e não um espaço de impunidade ou de favorecimento. Ao longo dos anos, percebi que o país despertou para a realidade de uma corrupção sistêmica, que só se mantém com a conivência de alguns e a omissão de outros. Se a investigação tivesse sido feita de forma séria, talvez Portugal não tivesse precisado de uma intervenção externa. Aprendi que os valores da política precisam ser resgatados, com ética, transparência e compromisso com o povo. Retornei ao PSD em 2007, tinha sido militante da JSD em 1975), com esperança de contribuir para uma mudança verdadeira, acreditando que a política deve servir as pessoas e não aos interesses de poucos. Hoje, ao ver o julgamento que se inicia, espero que a justiça seja feita com eficácia, trazendo paz de espírito e esperança de um país melhor. No entanto, não posso deixar de expressar minha preocupação com o atual cenário político, onde casos de corrupção ainda parecem ser tolerados ou minimizados. A política deve ser uma arte de entrega à causa pública, e não um espaço de impunidade. Em Setúbal, por exemplo, decisões influenciadas por interesses económicos prejudicam a democracia e a participação dos cidadãos no global. Por isso, num dia de glória e de consciência com o início do julgamento do cidadão José Sócrates, saio do PSD por sentir que está à beira de um estágio pré-corruptivo, com os casos e casinhos do topo às bases. A história de Portugal, com seus 50 anos de democracia, mostra que momentos de mediocridade podem surgir, mas também que é possível reverter esse quadro com coragem e determinação. A política deve ser uma ferramenta de transformação social, e não de interesses pessoais. Hoje, reafirmo meu compromisso com a liberdade de pensar, agir e lutar por um país mais justo, transparente e ético. Não tenho medo de desafios, pois acredito na força do povo português, na sua competência e mérito. Meu sonho é um futuro onde a justiça prevaleça, onde a verdade seja revelada e onde todos possam contribuir para um Portugal melhor. Se há vinte anos consegui resistir e denunciar, não será agora que deixarei de acreditar na mudança. Continuarei a lutar por um país diferente, com esperança e determinação e fazer o que me apetece numa cidadania livre! Lisboa, 3 de julho de 2025 Zeferino Boal

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