terça-feira, 27 de agosto de 2024

DISCURSO JOÃO LOURENÇO

DISCURSO DO CAMARADA PRESIDENTE DO MPLA CAMARADA JOÃO LOURENÇO POR OCASIÃO DO ENCONTRO NACIONAL COM OS PRIMEIROS SECRETÁRIOS DOS CAP. -Camarada Vice - Presidente do Partido -Camarada Secretário Geral do Partido -Camaradas da Direção do Partido -Camaradas Primeiros e Segundos Secretários dos Comités Provinciais do Partido -Camaradas Primeiros Secretários dos Comités de Acção do Partido -Caros Camaradas - Angolanos e angolanas Agradeço ao Secretariado do Bureau Político pelo convite endereçado para presidir a este Encontro Nacional com os Primeiros Secretários dos Comités de Acção do Partido com o lema “Todos para as Bases, Todos para as Comunidades”, que acontece na sequência da realização das Assembleias de Balanço e Renovação de Mandatos dos Comités de Acção, realizadas de Maio a Agosto do corrente ano por todo o país. Antes de mais, endereço os meus parabéns a todos os Primeiros Secretários dos Comités de Acção do Partido, pela eleição à liderança desta muito importante estrutura do nosso Partido. Através de vós, estendo as felicitações aos militantes de todo país pela forma disciplinada e comprometida como se engajaram neste processo, graças ao qual se apresentam hoje nesta sala as direcções renovadas destas estruturas de base. São os Comités de Acção do Partido, os Primeiros Secretários e os vossos militantes lá nas comunidades onde estão inseridos que, através da interacção no dia a dia com os cidadãos, dão a conhecer o projecto de construção de Nação do MPLA, o seu passado de lutas e de vitórias, o presente de trabalho árduo para resolver os problemas económicos e sociais que afectam os nossos cidadãos, para garantir um futuro risonho de paz, prosperidade, liberdade e desenvolvimento. São os camaradas que mobilizam os cidadãos para as fileiras do nosso Partido. Nesta etapa crucial da vida do nosso Partido e do país, decidi vir pessoalmente reunir com as bases, ouvi-las sobre os caminhos a seguir para fortalecer cada vez mais o nosso Partido, reforçar a nossa unidade em torno dos ideais do MPLA. Ao longo da sua existência como força política que mobilizou e congregou os angolanos à volta da causa da Independência e dos ideais da liberdade, bem-estar dos angolanos e progresso social, o MPLA soube sempre fazer as leituras correctas das diferentes etapas da luta e do tempo, fortalecendo a organização e o funcionamento das estruturas do Partido, de modo a torná-las cada vez mais modernas, dinâmicas e actuantes, visando a melhor inserção do Partido na sociedade e, assim, estar sempre em melhores condições de liderar as principais transformações políticas, económicas e sociais no país. Foi esta a razão da necessidade de permanente renovação para reforçar cada vez mais as bases do nosso Partido que realizámos as Assembleias de Balanço e Renovação de Mandatos dos Comités de Acção. Este ano vamos realizar ainda o Congresso Ordinário da JMPLA e o Congresso Extraordinário do MPLA que, como é óbvio, não terá renovação de mandatos, eventos de relevante importância para o nosso Partido na actual conjuntura nacional e internacional que se vive. Contudo, é nas bases do Partido onde devemos permanentemente prestar a nossa atenção por serem elas que no dia a dia asseguram o funcionamento do Partido, trabalhando com as comunidades onde estão localizadas, enquanto os órgãos superiores - o Comité Central e o Congresso do Partido -, se reúnem com uma periodicidade muito larga. Quando um edifício tem o telhado danificado, ou uma parede rachada, em pouco tempo se reabilita, mas se as suas fundações, seus alicerces não forem sólidos, com certeza que o edifício se desmorona. O MPLA é um grande edifício, o maior edifício político-partidário que Angola conhece desde os anos cinquenta. Por isso cuidemos das suas fundações, dos seus alicerces que são os milhares de Comités de Acção do Partido, porque são eles as bases da sua sustentação contra as tempestades criadas pelos nossos adversários, que não fazendo oposição, encorajam e fomentam a desordem, organizam e lideram a subversão, como ficou evidente agora na aprovação da lei contra a vandalização dos bens públicos, tendo ficado provado o que já era evidente, que estão por detrás destas práticas antissociais e criminosas. Queremos ver os nossos Comités de Acção mais inseridos na sociedade, nas comunidades, não a consumir o tempo em reuniões e leitura de documentos apenas, mas a interagir com as pessoas, com as angolanas e angolanos independentemente da sua filiação partidária, para com eles abordar os problemas reais da vida que os afligem, ligados à habitação, água, energia, escola para os filhos, saúde e outros. Mesmo ali onde o Executivo, os Governos provinciais e municipais ainda não os resolveram, não fujam ao diálogo, sejam sinceros, abertos e transparentes, porque às vezes uma simples palavra pode confortar o cidadão necessitado. Apesar das dificuldades ainda existentes, dos problemas ainda por resolver, é preciso dizer ao cidadão o quanto o Executivo suportado pelo MPLA tem feito em prol do progresso, do desenvolvimento económico e social do nosso país. Os investimentos em escolas e outros estabelecimentos de ensino, os hospitais de diferentes níveis de atendimento, os projectos de água e energia, de habitação, a rede viária que está a ser feita ou reabilitada, os portos e aeroportos a serem construídos ou reabilitados, as refinarias de petróleo a serem construídas para aumentar a oferta de produtos refinados como o diesel e a gasolina, os grandes projectos de combate à seca no sul de Angola que começam já a inverter a situação vivida até há dois anos, a melhoria do ambiente de negócios que fez aumentar a produção interna de bens e de serviços essenciais, os apoios e importância que se está a dar à agropecuária e pescas, sobretudo à agricultura familiar, que não só aumentou a oferta de bens alimentares produzidos no país, como vem melhorando a condição de vida das famílias no campo, estando todos esses investimentos e empreendimentos públicos e privados a gerar mais emprego, sobretudo para os jovens. Caros Camaradas Os nossos camaradas Primeiros Secretários dos CAPs merecem todo o nosso respeito e consideração pelo trabalho que realizam, sem a preocupação do mediatismo que as câmaras fotográficas e a televisão proporcionariam caso acompanhassem o seu trabalho, mesmo assim continuam a realizar seu trabalho de forma incansável. Pena é que nas ocasiões em que precisamos de preencher vagas nas direcções do Partido nos mais diversos escalões até ao Comité Central, muitos destes camaradas são preteridos a favor de outros que, com jogos de influência, amparados por alguns que já são membros da Direcção, acabam por conseguir de forma desmerecida as vagas por preencher. Esta situação deve ser sempre denunciada e corrigida, pela necessidade de haver maior lisura, honestidade e justiça nos processos de renovação de mandatos em todos os escalões da hierarquia do Partido. Caros Camaradas Todas as conquistas alcançadas em todos os domínios da vida nacional, na política, na defesa, no desporto, na cultura, na educação, na ciência e investigação, na economia, na justiça, na vida parlamentar, na governação, tiveram sempre a mão, a participação e o forte engajamento dos jovens e da mulher. O MPLA continua verdadeiramente apostado em promover os jovens e a mulher, tanto no seio do Partido como nas instituições do Estado. Poucos países valorizam tanto o papel que o jovem e a mulher desempenham na sociedade, ocupando os mais altos cargos da hierarquia do Partido e do Estado como nós o fazemos. O leque de funções ocupadas é grande, vai desde administradoras municipais, governadoras cujo número acaba de crescer, presidentes dos Conselhos de Administração de grandes empresas, reitoras de instituições do Ensino Superior, Ministras, Venerandas Juízas Conselheiras de Tribunais, Presidente da Assembleia Nacional, Vice-Presidente do Partido e Vice-Presidente da República. A luta pela emancipação da mulher e pela igualdade do gênero em Angola é um facto e não apenas uma mera intenção que se esgota em discursos vazios que não reflectem a realidade. As mulheres angolanas vêm ganhando de forma visível o seu espaço de influência e participação na nossa sociedade. Caros Camaradas Muitos dos nossos jovens angolanos deram provas de estar preparados para ocupar também importantes funções no aparelho do Partido e do Estado. Recuemos ao longínquo ano de 1979, quando naquele momento difícil que os angolanos viviam pela perda do Camarada Presidente António Agostinho Neto e enfrentando invasões militares de forças externas, o MPLA confiou à direcção dos destinos do país ao camarada José Eduardo dos Santos, um jovem na altura com apenas 37 anos de idade. Vamos, por isso, continuar a apostar nos nossos jovens, prepará-los e dar-lhes todas as oportunidades de ascenderem até onde suas capacidades permitirem, inclusive para a assumpção do mais alto posto de Presidente da República. Caros Camaradas Angola vai comemorar no próximo ano os cinquenta anos da sua existência desde que aos 11 de Novembro de 1975, sob o troar dos canhões da batalha de Kifangondo, o então Presidente do MPLA, o Dr. António Agostinho Neto, declarou ao mundo a Independência Nacional de Angola. Será um ano de festa, de comemorações, mas também de reflexão sobre os caminhos trilhados nestes cinquenta anos: onde Angola estaria hoje? Quê nível de desenvolvimento económico e social teria hoje, se não tivéssemos sido vítimas da Guerra Fria? Com certeza que estaríamos bem longe, bem melhor! O MPLA vai continuar a trabalhar para Angola e para os angolanos, para o desenvolvimento e progresso social. Com as reformas em curso, o combate contra a corrupção, a criação de um melhor ambiente de negócios, a diversificação da economia, o sucesso do programa com o Fundo Monetário Internacional, a maior abertura ao mundo, vemos um futuro risonho para o nosso país, Angola. Mas para isso, precisamos de manter a unidade e coesão interna do nosso Partido, combater qualquer tentativa de nos dividir, porque só unidos somos fortes e em condições de cumprirmos o nosso papel histórico. Todos somos poucos para a grande empreitada que ainda temos pela frente, a de fazer de Angola um grande país, com uma economia forte e resiliente. A Luta Continua A Vitória é Certa

terça-feira, 20 de agosto de 2024

CITANDO JOÃO PINTO - PROF. UNIVERSITÁRIO

ANGOLA AVANÇA EM CADA ÉPOCA E SEUS CONTEXTOS Tenho acompanhado muitos discursos que pensam sempre sobre o passado que condenaram e criticam sem memória nem ponderação um presente de coragem na moralização da sociedade para uma Angola melhor para todos. Claro que só sente-se falta do que não se reconheceu no devido momento e não soube torar lições de um passado que já foi presente. Por isso, diz-se que a mudança exige do interessado flexibilidade e assumir o risco. Cada época faz os seus homens uns conservadores outros revolucionário. O conservador aceita a realidade, mas vai reformando. O revolucionário muda tudo numa utopia imprevisível que pode ser bom se correr beme mau se correr mal, por isso, a revolução destrói até seus filhos, já a reforma protege até seus enteados por ser moderada entre a tradição e modernidade... Negar que Angola tem mudado e garantir uma sociedade responsável e ética ou ideal, não é racional quer embtermos materiais quer espiritual, vemos nos debate de mais exigência, qualidade e responsabilidade. Isto é bom, leva ao desenvolvimento... A fome aqui ou ali, existe e existirá sempre, temos de saber quem é quem e o que faz, só com um censo efectivo e uma planificação permanente que projecte a incerteza e a imprevisibilidade do crescimento demográfico versus políticas públicas que ajudem a diminuir a falta de escolas, assistência social e protecção efectiva dos vulneráveis, só possível com rigor em tudo e responsabilidade dos actores públicos e da sociedade civil... Também só alguém sem formação lógica pode fazer tamanha afirmação desparata de que "está tudo pior"e quem creceu a deitar abaixo tudo que se faz! Está tudo mais exigente e responsável, esse sim é o desafio... Mas criar políticas como o Kwenda, edificar hospitais de nível três em todas regiões e diminuir as juntas para o exterior, aos concursos públicos para mais de 46 mil técnicos de saúde, mais professores, mais responsabilização para actos de improbidade comprovados em tribunais é retrocesso? A subidas de Angola nos Rankings sobre corrupção ou transparência foi invenção?... Claro que de 2017- 2022, a economia não foi generosa por crise causada pela redução do preço do petróleo e pandemia que felizmente bem gerida internamente e salvou vidas por opção do Executivo, ressentindo ainda mais numa economia de contenção... Reconhecemos que ainda temos muito a melhorar e transformar para o bem dos angolanos. Mas não é sério fazer acusações sobre regressão social e insultar quem procura fazer o seu melhor por mandato democrático e faz dentro das instituições!... A crítica democrática faz bem ao pluralismo, mas o respeito à dignidade até dos adversários mostra civismo. Quem se classifica de "incompetência " devia provar sua competência como profissional, criador, líder ou pelos seus feitos enquanto especialista comprovado e reconhecido por um júri imparcial numa academia numa licenciatura, mestrado ou doutorado ou pós graduação, nunca como adjectivos para desmotivar ou insultar à distância ou como jogador de bancada... Sempre tivemos patriotas prontos para destruir ou impedir quem constrói ou para destruir sementes, roubar gado ou destruir produção! Superamos, mas agora devemos ser patriotas em cuidar das escolas, hospitais, estradas, t9rres de transportar energia, linha férreas e cabos de alta tensão ou postos de iluminação e responsabilização de quem danifica o património de todos angolanos sem diferença partidária, religiosa ou regional. Devemos promover nos Heróis da paz e bem-estar e não obstruidores, bota-abaixo ou escarnecedores da desgraça do compatriota. Ajude se puder, mas não afunde quem mais precisa. Motive a fazer melhor e bem, não desmotive quem dedica-se a procurar fazer melhor, não atrapalhe com malícia... Devemos reconhecer que reformar é um processo lento, arriscado e condicionado por factores externos e internos que ocorre contentando ou descontentando grupos de interesses, o seu resultado à longo prazo pode ser melhor, mas a curto prazo gera sacrifícios, como foi o alcanse da paz... Não acredito que Luanda, Cabinda, Saurimo, Bié e Cunene com hospitais altamente especializados e que só vemos no primeiro mundo pode estar pior que em 2017... Não acredito que o canal de Cafu e a Barragem do Nduve no Cunene que visam combater a seca podem ser piores que em 2017... Não acredito que criar mais 3 novas Províncias e mais municípios para garantirem mais aproximação dos serviços do Estado junto das populações prejudique o cidadãos e impeça o Estado combater a pobreza e a exclusão social... Não acredito que a construção e transportação de energia eléctrica para o Centro Sul e Leste pode ser pior que em 2017... Não acredito que mesmo com a redução da receita fiscal, escassez resultante da redução da produção petrolífera e o serviço de dívida a Administração Pública virada para satisfação das necessidades dos cidadãos e prevenção de abusos esteja pior como se alguém podesse sentir-se suprior aos outros e impune à responsabilização... Não é verdade dizer que há menos liberdade e segurança quando há cada vez mais julgamentos com libertação de pessoas se não estiverem respeitados as garantias constitucionais por parte dos juízes de garantias... Hoje, há actos da justiça que anulam decisões ou actos que violam a lei ou a Constituição e o Executivo respeita, acata... O debate crítico nunca deve ser feito para atacar a honra, auto-estima ou o mandato democrático, deve ser franco, aberto, frontal mas limitado à ética da cidadania assente na igualdade e dignidade dos contentores, sendo responsabilizado actos atentatórios à dignidade das pessoas ou ultraje das instituições, muito menos usar-se a liberdade de expressão para atiçar o ódio, descrédito e desrespeito quem foi eleito num mandato reconhecido pelo povo e pelas instituições vocacionadas... Só é livre quem responde pelos seus actos... Infelizmente, ao longo da História, os líderes estratégicos e exigentes nunca foram entendidos no seu tempo por ensinarem a moralizar, a construir e mudança de hábitos, pois, quem está habituado ao erro, detesta o certo, ora todos nós devemos acreditar em cada dia em tudo que fizermos buscar uma Angola Melhor para todos, como até 2017 se fez. Corrigir habitos gera mal-estar dos oportunistas, egocêntricos e ansiosos. Para quem quer melhorar algo deve exigir sacrifício, zelo, empenho para colher futuramente para uma Angola avançada para o bem de todos... Haverá sempre os velhos do Restelo, das Ingombotas ou das Diáspora esperando o pior, mas temos de motivar a juventude e velhos a passarem o testemunho sobre o percurso passado, presente e futuro que deve servir de marco para todos numa consciência de Moral Pública para o bem do Avanço de Angola e tirarmos lições do vosso processo de reconstrução, reconciliação e desenvolvimento!... Em cada época os líderes vivem os problemas do seu tempo e buscam soluções do seu contexto, mas o tempo avança...